Esquizofrênica por excelência, a relação entre o atleticano e o clube, oscila e vai dos 8 aos 80 em um piscar de olhos. 2020 tinha ficado para trás deixando no galista sentimentos controversos. De um lado, uma alegria inescondida e bastante curtida por ver em campo, durante boa parte do ano, aquele time frenético, ofensivo e avassalador de Sampaoli que prometia aqueles títulos, até então apenas sonhados, e, também, por ver o rival azul se contorcer e permanecer na série B e, de outro, o gosto amargo de mais um ano de altos e baixos e, campeonato mineiro à parte, sem aquelas conquistas tão desejadas.
Bipolar, a massa composta de otimistas, aqueles que, quando ganham de presente uma lata de esterco, saem anunciando que foram presenteados com um cavalo puro sangue, e de pessimistas, aqueles que, quando ganham uma moto de “trocentas” cilindradas, choram e já se imaginam acidentados e sequelados para o resto da vida, apesar de ter motivos para acreditar como nunca que 2021 seria o ano da redenção atleticana, guardou aquele grito entalado na garganta até que finalmente os títulos tivessem matematicamente se tornado realidade. Cuidado e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, não é mesmo?
Promessas de um time ainda mais encorpado que o de 2020 começaram a se confirmar com as chegadas de Dodô, Nacho Fernandes e Hulk. 2021 começou com a posse de uma nova diretoria e a revolução estrutural, administrativa e financeira do clube que se desenhava na gestão anterior começou a tomar formas mais concretas a partir daí. Enquanto a nova arena, por exemplo, ia se materializando, uma nova versão do “Eu acredito” renascia na alma e nos corações alvinegros, ainda que de forma ressabiada. Afinal Galo escaldado tem medo de agua fria.
Cuca voltou ao clube e, apesar de um inicio turbulento, deu a volta por cima e levou o Galo mais famoso e mais querido do mundo a ganhar pela segunda vez, e com espaço de exatos 13 dias, os dois maiores títulos em disputa no país. E 13 é Galo. Aqui, a bem da justiça e da verdade, é preciso dizer e reconhecer que isso só foi possível graças a uma ação corajosa e emblemática de um incrível super-herói nascido paraibano que, depois de rodar o mundo, veio parar nas Gerais e assumiu o comando de uma legião preto e branca. Hulk salvou Cuca e o Atlético. O resto, todos sabemos e comemoramos.
A afirmação triunfal de Nathan Silva, um filho quase esquecido que, de repente, foi chamado de volta para casa, apenas trouxe a certeza de que outros ventos de fato sopravam pela cidade do Galo. A contratação midiática de Diego Costa, por sua vez, foi a cereja do bolo desse surreal ano de 2021, o ano que parece marcar de vez a virada definitiva do Atlético rumo àquele gigantismo já encravado na sua história desde aquele já longínquo 25 de março de 1908 e cantado em verso e prosa pelo saudoso Vicente Mota que imortalizou no hino mais bonito do mundo as indefectíveis expressões “Lutar, Lutar, Lutar” para “Vencer, vencer, vencer”, pois, “este é o nosso ideal”.
Percalços naturais marcaram a trajetória destes dois jogadores, tão iguais em muitos aspectos e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Nada, entretanto, que não justificasse o acerto da contratação de um e do resgate do outro.
E, um a um, o time atleticano foi ultrapassando todos os obstáculos e removendo, uma a uma, todas as pedras que encontrava pelo caminho. Um time, cuja marca maior, foi mostrar uma resiliência absurda, uma capacidade de superação impar e um querer vencer e ser campeão extraordinário, encantou o mundo, afagou e acariciou o coração atleticano e afligiu, inquietou, assustou e irritou a gregos e troianos, incomodados por razões diversas, não só com o sucesso atleticano nessa temporada, mas e, principalmente, com o futuro que se desenhava não só para o Atlético, como também para o próprio futebol brasileiro.
Uma temporada mágica e um desempenho fantástico levaram o Galo Forte Vingador não só a conquistar o bicampeonato brasileiro e da Copa do Brasil, como a ser eliminado da Libertadores sem ter perdido um jogo qualquer. Coisas do Regulamento. E do Atlético, claro. O único vice-campeão invicto da história do Brasileirão passou a ser também o único terceiro colocado invicto da maior competição do continente sul-americano.
Não atoa a maioria absoluta dos prêmios de melhores da temporada ficaram em mãos atleticanas, coroando uma performance quase perfeita. E, mesmo vendo o time se distanciar de forma confortável e categórica na ponta do Brasileirão, o atleticano, mais mineiro do que nunca, olhava para a liderança com desconfiança, a desconfiança de quem viveu uma história de frustrações.
“Ah! Mas, o Atlético ainda não ganhou nada”, diziam a todo o momento os imediatistas e, principalmente, aqueles pessimistas de plantão. A ala mais racional e mais reflexiva da Massa alvinegra, respondia que a construção de um Atlético vencedor, dentro e fora de campo, é o que de mais importante estava e poderia estar acontecendo com o Glorioso. E, com razão, lembravam a mítica passagem de R10 pelo Atlético ente 2012 e 2014 para fazer um importante e imprescindível alerta.
O clima no mundo atleticano naquela época, se não foi exatamente o mesmo, guardou semelhanças incríveis com o que passou a acontecer nas rodas alvinegras em qualquer parte do planeta a partir de 2020 e, particularmente nesse histórico 2021. Se naquela época, ainda que a alegria e a felicidade dos atleticanos explodissem com a chegada do Bruxo e com os títulos que advieram no biênio 2013/2014, algumas vozes, presas à razão, a minha entre elas, tinham outra preocupação.
À medida que o craque desfilava o seu talento e mostrava o acerto de sua contratação, eu me perguntava e, cobrava do comando atleticano, o que estaria sendo feito para que o Atlético continuasse no patamar que o clube havia ascendido com a chegada do Astro. Na época eu dizia que, mais do que chegar à prateleira de cima, o importante era manter-se lá. E emendei: se nada for feito nesta direção, o clube fatalmente voltará à mesmice de sempre. E foi o que aconteceu.
Agora, que o Atlético ganhou quase tudo, minhas preocupações nesse sentido reacendem. O Glorioso voltou ao topo e, apesar dessa ascensão parecer mais estruturada do que aquela dos tempos de Ronaldinho Gaúcho, não é menos verdade que manter-se lá continua sendo um desafio muito maior do que ter chegado e bem mais complexo do que aqueles que o clube e o time conseguiram arrostar nesse maravilhoso e quase findo 2021.
A conquista dos títulos deixou a Massa em estado de graça. Uma sensação que para muitos atleticanos parecia impossível. Um êxtase divino. Mas, a vida não para. Chegas e partidas são um fenômeno natural e inevitável. E o tempo das especulações chegou.
Entre notícias e “notícias” um fato sacudiu a massa nesse final de ano. Sem surpresa para muitos, e eu me incluo entre estes, Cuca se despediu do clube mais uma vez. Sua inquietude e seu irrefreável buscar novas experiências talvez sejam as principais razões de sua decisão.
E, nesses últimos dias desse mirabolante 2021, uma pergunta não quer calar: quem será o novo treinador do Atlético em 2022? Avesso como sempre a qualquer tipo de especulação, repito o que escrevi no artigo “SAI ANO, ENTRA ANO E OS DESAFIOS SE RENOVAM. E, CONTRATAR UM NOVO TREINADOR, É APENAS UM DELES”, publicado nesta ultima quarta-feira, dia 29 de dezembro, na minha coluna PRETO NO BRANCO no Fala Galo:
“Os desafios daqueles que hoje estão conduzindo os destinos do clube são mais que especiais, são apenas os maiores e mais complexos que um corpo diretivo do Glorioso já teve pela frente nestes 113 anos de existência e vida desse Galo mais famoso e mais querido do mundo. Escolher o novo comandante do time atleticano é apenas o primeiro, e não menos importante, de muitos outros desafios que os dirigentes e todos os profissionais atleticanos, dentro e fora do campo, terão que arrostar nesse ano de 2022 que está por se iniciar”.
É assim que o Atlético se despede de 2021. É assim que o Glorioso dá os seus primeiros passos em 2022. Mais uma vez entre sonhos e desafios.
Um feliz 2022. Muita paz e saúde.
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Feliz 2022 a todos!
Obrigado Cuca e que nunca mais volte!
E que só fiquem no Galo os que o amam de verdade!
Espero também que em uma semana já estejam resolvidas essas questões que envolvem treinador e Diego Costa!
Ô DOMINGOS ,
que alegria ser lembrado em suas considerações !
Mas , veja bem , o MANSO cumpriu bem o papel a ele designado .
Quando foi levado a entender ( pelo Hulk ) que suas alquimias táticas não emplacariam ( nessa fase ele era o Mágico de Oz - prometia muito e não entregava nada , tal qual o personagem ) , repito , quando entendeu que era melhor ficar quieto no banco e escalar o que tinha que ser escalado e deixar jogar, aí foi o pulo do gato .
Tornou-se , para mim , O MANSO !
E sua mansidão possibilitou a ele incontáveis elogios : maior técnico do país , quiçá do mundo , Grande Estrategista , Leão de Vestiário , Gestor de Egos , Paizão ( ou Tiozão ), enfim , uma Sumidade .
Ou Santidade !
Vou sentir falta da resenha .
p.s.
Só não conseguiu explicar o 6 a 1 .
Acho que delegou ao Réver essa missão .
UM.EXCELENTE ANO PARA TODOS NÓS !!!
E o café, 'tá de pé ?
Com certeza. Após o dia 07 estamos a disposição. Ajuste com o Eduardo, ai vamos fazer uma retrospectiva e perspectiva para nosso Galo. Forte abraço. Saúde, paz e harmonia, junto aos familiares e amigos.
Essa história do Diego Costa... Difícil acreditar no que lemos nesses dias em que falta notícia e sobra boato. Vejamos:
- O jogador tem contrato até fim de 2022.
- O atacante interessa ao Corinthians, contanto que o clube não precise arcar com nenhuma multa e que Diego tope reduzir seu salário.
Então...
DC é corintiano? Ao que consta, torcia pelo Palmeiras.
DC não tem mercado? Times do exterior também procuraram seu staff, então tem chances além do Corinthians.
DC está num time sem torcida, sem $, e sem perspectiva? Não, está no campeão brasileiro, salário alto em dia, numa crescente, e que vai inaugurar em 2022 a mais moderna Arena nacional. E com uma gestão exemplar em 2021.
DC brigou com a torcida, com o time? Que saibamos, sem indícios.
Então, o que é isso? Aquele time que devia até as marmitas do plantel, acha que é só assobiar, e que os melhores do mundo vêm correndo para pagar para ter a honra de jogar nele... O time da segunda maior torcida do país! Aquele, do estádio construído com recursos públicos, com financiamentos atrasados, e esperando nova colher de chá para se manter à tona sem falir.
Só factóide, só conversa mole. Duvido que mesmo um time gerido de maneira inconsequente e amadora faria tanta bobagem, divulgando na imprensa que iria baixar salário do DC, além de não pagar nada ao Atlético. Ainda, considera DC uma segunda opção ao Cavani. Que também viria para SP após reduzir seus salários... Diego Costa iria assinar após isso? Liquidação black friday?
Verdade, o jogador também teve frustrações aqui no Galo. Foi eclipsado pelo desempenho maiúsculo do time, e em especial do Hulk. Não tem sequer a garantia de que será titular em 2022. Isso, para mim, é a única coisa concreta nesse falatório todo. E o que preocupa. Se ficar, que jogue quando escalado, e que não desagregue o time. Se sair, boa sorte. Ele vai, o Galo fica.
Um 2022 cheio de alegrias, paz e realizações para aqueles de coração alvinegro!
Bom dia Eduardo. Bom dia a todos. 2021 foi o ano do Centenário do Cruzeiro Esporte Clube. Ficará marcado, indelevelmente, na historia, como o ano do atleticano: comemoramos, demais, a conquista de três títulos e a tríplice permanência do adversário na serie B. E de quebra, o Barata, ainda foi presenteado com a saída do Cuca do Galo. Para ficar perfeito, para o nosso Barata, só falta ele ganhar na megasena da virada.kkkkk. Brincadeiras a parte, um feliz 2022, para todos do Blog, saúde, sucesso e paz a todos, juntamente com seus amigos e familiares.
Bom dia!! Feliz Ano Novo para todos os amigos e suas famílias! Desejo um 2022 tão cheio de alegrias no mundo do futebol e em nossas vidas pessoais! Tmj!!
Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos.
FELIZ OLHAR NOVO PARA O ANO QUE SE INICIA!!!
(Carlos Drumond de Andrade)
O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o aqui e o agora.
Claro que a vida prega peças.
É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelomenos uma vez ao dia?
Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio.
Foi cheio de coisas boas de realizações (Galo Bicampeão do Brasileirão e da Copa do Brasil - não faz parte do texto original), mas também de problemas e desilusões (perda das Libertadores das Américas e o Cuca, mais uma vez, não cumprindo o contrato até o fim – inserido por mim).
Normal.
Ás vezes se espera demais das pessoas. Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou (não do atleticano pelo Galo, pois o amor pelo Galo é infinito – texto adicional).
Normal.
O ano que vai entrar não vai ser diferente (O Galo vencendo todos os títulos que disputar – acrescentado).
Muda o ano, mas o homem cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e daí?
Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria!
E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência.!
Desejo para os AMIGALOS (incluído) esse olhar especial.
O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso .
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro (vamos respeitar as nossas divergências de opiniões, pois a unanimidade é burra ,já dizia Nelson Rodrigues – incluído).
O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular...Ou...Pode ser puro orgulho!
Depende de mim, de você!
Feliz Olhar Novo para o Ano que se inicia!!!
Em cada problema uma novo desafio...
Em cada dor um novo aprendizado...
Em cada dia um novo momento..
FELIZ 2022 PARA TODOS AMIGALOS!!!