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Em defesa de Marcelo Oliveira

Tenho lido e ouvido, em alguns momentos, até sendo conivente, diversas criticas ao treinador do Galo. Sou, como já confessei, assumidamente emocional quando o assunto é o nosso time do coração. Passional mesmo. Internamente, xingo e juro nunca mais voltar, mas para quem é não Atleticano jamais admito qualquer consideração a respeito de eventual deslize do time da massa.

Estamos, ainda que de maneira inconsciente, entrando na pilha dos não-Atleticanos. Gente, nosso time – apesar dos pesares – ocupa a terceira colocação e vem consolidando essa posição e ainda ameaçando os dois líderes. Convivemos, ao longo da temporada, com um número até inexplicável de desfalques, por contusão, suspensão e agora essa sacanagem de convocação em que a madrasta CBF não se sensibilizou. Até acho que comemorou, pelas razões expostas hoje pela manhã.

Apesar disso, nós Atleticanos, mesmo considerando que estamos em posição privilegiada em duas competições, continuamos a reclamar do time (é bem verdade que podia e deveria render mais) e culpando o treinador pela situação. Alguns chegam a afirmar, quando vencemos, que o mérito é dos jogadores, mas quando perdemos ponto a culpa é exclusivamente do treinador. Acho exagerado isso.

Explico. Ao contrário de colegas Atleticanos que, inclusive comentaram aqui no blog, a geração em que ele atuou como jogador foi de um time vitorioso. Se não levantamos título nacional, os que viveram sabem, tão bem quanto o blogueiro, da série de sacanagens que a CBF promoveu, notadamente nas decisões de 1977, 1979, 1981 e 1983. Nem vou relembrar o que aconteceu, mas foi uma geração vitoriosa. Ele, Marcelo, esteve apenas na primeira delas, em 1979. Depois, foi trocado por Osmar Guarnelli com o Botafogo.

Aqueles que o criticam como jogador fariam o mesmo em relação a Cerezzo, Reinaldo, Éder (que veio numa troca pelo Paulo Isidoro, que também foi dessa geração), João Leite, Guarnelli, Luizinho, Chicão, Danival, Ziza (não é o ex-presidente), Palhinha e tantos outros? Foram todos da mesma época e responsáveis por aquele momento fantástico, embora a CBF tenha nos prejudicado. Fomos hexa mineiro.

Como treinador, para não ser muito longo, diria que – em 2009 – com o clube sem comando administrativo, por amor ao clube, tocou aquela equipe até a virada da temporada. Saiu e foi fazer sucesso no Paraná, dirigindo o Paraná Clube e Coritiba. Depois, foi para o Vasco, antes de chegar a Minas Gerais de onde saiu para o Palmeiras.

Fotos: Bruno Cantini/Atlético

Pois bem, vou me ater ao período que atuou do outro lado da lagoa. Me lembro da sua chegada, confesso que sofri – tanto quanto seu filho Rafael – pela nossa condição de Atleticano que não queria um treinador tão identificado com o preto e branco naquele lugar. Lá, ele chegou e montou aquela equipe. As contratações, uma a uma, foram dele. Trouxe gente que havia trabalhado com ele no Paraná e no Rio de Janeiro. Tirou Goulart de dentro da nossa casa e levou o jogador para o lado de lá. Depois de ganhar duas vezes, a diretoria do lado de lá desmontou o time e deixou só bagaço para ele tentar fazer milagre.

O resto nós sabemos. No Palmeiras, como aqui no Galo, pegou o time no meio da temporada. Vamos dar força ao treinador. Se tiver de cobrar e até falar mal, deixemos para depois da decisão. Afinal, estamos envolvidos em duas competições e com chances em ambas.

Por fim, gostaria de fazer breves considerações. Ele é uma pessoa séria, trabalhadora, bem intencionada e competente. Fica, como nós todos, transtornado e enlouquecido durante as partidas. Mas é gente boa e nos dará motivo para comemorar o ano.

Em tempo: Isso não me impede de reclamar quando o time não render em campo. Entretanto, sem nunca desrespeitar o cidadão Marcelo Oliveira.

Blogueiro

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  • Perfeito seu comentário, Eduardo. Realmente é muito difícil fazer entrar na cabeça de certas pessoas que o número assustador de contusões, suspensões e convocações para a seleção brasileira impediram o Marcelo Oliveira de formar um time titular e, desse modo, treiná-lo taticamente. Lembremos que o MO no começo do ano teve de escalar o júnior João Figueiredo, dada a absoluta falta de jogadores titulares disponíveis no elenco. Tentou voltar com Luan e Marcos Rocha e eles se machucaram com poucos minutos em campo. Como eu disse anteriormente, o MO está moldando um time operário, com todas as dificuldades possíveis, e, mesmo assim, nós estamos lá no alto da tabela, com amplas chances de vencer os campeonatos que ainda disputamos este ano. E como bem lembrou um companheiro atleticano acima, a média de nossos jogadores é alta, razão pela qual acredito que o time tem se cansado no segundo tempo.

  • Caro Eduardo, serei breve neste comentário. Nao se trata de criticas ao M.O como pessoa. Criticas aqui é ao seu trabalho... O #GALO sofre de mais em todos os jogos. Victor do sai no chutão, nao ficamos com a posse de bola, mesmo tendo jogadores bom para isso. Somos desorganizados defensivamente. Quanto tempo um treinador precisa para organizar o time?

  • Eduardo, você é hoje o porta voz da nossa torcida. Infelizmente não temos no site do atlético esta abertura q vc nos dá. Passe por favor estas sugestões para a nossa diretoria. Um abraço !

  • Penso que o elenco é superestimado. Tem vários nomes que precisam render mais, outros estão em decadência técnica ou física. E o treinador tem pago todo o preço de dirigir um time de masters.

  • Prezado Eduardo, este problema de desmanche do time todos os clubes tem, nenhum consegue manter por dois anos sequer. O jogador de hoje joga pelo salário, todos; a diferença é que alguns são mais profissionais e possuem maior consideração ou identificação com o clube ( Exemplo : Luan, Leandro Donizeti). Não seria o caso de reformular os contratos visando ganhos vinculados a produtividade, disciplina e a títulos ? Já existe estudos a este respeito no Galo ? Gostaria da sua opinião .
    Grato

  • Moçada, realmente tá faltando mais sangue nos olhos pro time...Disso que a Massa tá sentindo falta, muito mais até que o tal esquema tático...Por outro lado, tenho absoluta certeza que o time tá sentindo falta da verdadeira Massa, não esse tanto de corneta consumidor que anda frequentando as "arenas". Sendo assim, que apareça a vontade e apoio incondicional da Massa que sangue nos olhos dos jogadores vem a reboque! Por mais torcedores nos estádios e menos consumidores nas arenas! VAMO GALAAAAAAO DA MASSA!

  • O mais importante de um técnico é agrupar o time, seja ele de bons jogadores ou ruins. Definir um esquema correto, trabalhar no menor espaçamento de campo possível e treinar jogadas ensaiadas. O Atlético e anteriormente o Palmeiras dele não tinham nada disso. ELE É MUITO FRACO! Obs.: Tomou um baile do Eduardo Batista da Ponte Preta (só conseguimos classificar por ter mais banco).

  • eu acho que o Marcelo quer sacanear o Galo por causa do passado recente de ter sido preterido pelo Kalil

  • O Marcelo Oliveira tem todo o meu respeito e admiração. Não me esqueço que ele salvou o galo do rebaixamento e logo em seguida foi dispensado do Atlético de forma grosseira pelo Kalil. Marcelo Oliveira declarou que isto o magoou bastante . Claro que este fato atrapalhou demais sua carreira. Ele até conta que em certa época chegou a trabalhar no ramo de venda de jóias porque não conseguia emprego como técnico. Mas Deus ajuda os competentes e ele deu a volta por cima. Como não admirar uma pessoa assim? Além do mais ele foi um dos maiores craques do Galo. Analisar suas substituições e eventualmente criticar, é natural. Mas ele é uma baita personalidade. Vamos pra vitória de novo.

  • GrandeEduardo, respeito esse ponto de vista mas discordo inteiramente. Se alguém precisa que saiam em sua defesa, é porque algo está errado.
    Trabalhos coerentes e de sucesso não necessitam de defesa.
    Há algum tempo tenho mostrado o esquema do Marcelo com 4-2 -buraco-4 : jogadores distantes uns dos outros, sem compactação, sempre perdendo a segunda bola no meio de campo ( faltam jogadores no setor), a defesa muito exposta, grandes dificuldades em jogar contra times pequenos que povoam o meio ( Cruzeiro, Ponte Preta, Juventude). É um esquema falho e fadado ao fracasso mas que, pela qualidade dos jogadores tem ganhado algumas partidas ( o nível técnico dos jogadores é altíssimo).
    A qualidade dos jogadores camufla a sua ineficiência.

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