Caríssimas Atleticanas e caros Atleticanos. Talvez alguns leitores se lembrem. Em 21 de setembro de 2016, postei a história deste sexagenário Atleticano. Pois, hoje, dia que marca o início da temporada Galo/2018, trago uma homenagem feita ao senhor Dely, por sua filha Tânia Mara, por ocasião da virada do ano.
A história do senhor Dely é muito parecida com a de milhões de Atleticanos espalhados pelo mundo. A homenagem à família Sá Ferreira tem a pretensão de estender-se aos milhares de Torcedores espalhados pelos quatro cantos do mundo, destacadamente em Minas Gerais e Belo Horizonte. Confira:
“Querido pai!
Poderia chamá-lo de papai, paizinho, paizão, meu gordinho, meu baixinho, mas sempre o tratei como “pai”, com o mesmo carinho que qualquer outro adjetivo possa refletir.
Quero, nesta oportunidade de mais um dezembro – época de Natal e de ano novo –, me valer para lhe prestar uma homenagem. Não só ao senhor, mas também a mim e ao que você tão bem me ensinou desde criança. Essa que é nossa grande paixão em comum, ser Atleticanos!
Isso me transporta à infância, na nossa doce e bucólica São Sebastião do Rio Preto, mais precisamente na fazenda do Cauís, que o senhor abdicou de uma vida promissora na cidade para cuidar daquela propriedade rural do vovô.
Pois foi lá, querido pai, que aprendi a amar e me apaixonei por este sentimento único de ser Atleticana. Ainda muito pequenina, abraçada e colada aos seus braços, ouvia os jogos do Galo pelo rádio. Sem entender a razão que lhe fazia chorar a cada vitória do nosso time – o Galo – e não nas derrotas. Ainda que eventuais. Tudo isso naquele rádio, já que TV praticamente inexistia.
Não esqueço, talvez tivesse lá pelos quatro ou cinco anos, quando o senhor me levou a Itabira para ver o nosso time em ação. Foi frente ao Valério e pelo Campeonato Mineiro. Voltamos para nossa roça, após o jogo, e aquele grito de “Galo” do torcedor continuou ecoando por dias em meus pensamentos. Foi lindo, quase indescritível para uma garotinha acostumada a circular entre vacas e outras criações na fazenda.
Outra doce e inesquecível lembrança, papai – permita-me agora assim tratá-lo –, foi na minha alfabetização. A professora deu um “para casa” que seria escrever uma frase sobre o pai. Pedindo socorro à mamãe, optei por “meu pai é Atleticano fanático”. Foi uma descoberta, pois até então não sabia que o Galo era Atlético. Na minha infantil cabecinha ficou um questionamento, como pode aquele pai barrigudinho e baixinho ser um atleta? Após essa pequena confusão, descobri que o meu Galo era também o Atlético.
E no dia em que ouvi que quando morresse queria ser enterrado com a bandeira e a presença da charanga do Galo… Fiquei atônita. Como pode isso? Pois meu pai era e ainda é imortal. Assim como o nosso time do coração.
Fui crescendo, diga-se numa infância saudável no interior de Minas Gerais, ouvindo meu pai falar do Dario, o Dadá; Éder, Toninho Cerezo (que lhe valeu apelido na nossa região) e – principalmente – Reinaldo.
Paizinho, antes que eu completasse dez anos, fui morar com meus avós em Santa Maria do Itabira para seguir meus estudos. Esperava a semana toda para me deliciar da sua companhia e ouvir os jogos do Galo, agora já Atlético.
Tempos depois, quando aproximava dos vinte anos, fui seguir meus estudos no Rio de Janeiro. A distância nunca nos afastou e tampouco dessa nossa louca paixão. O Galo passou a representar, cada vez mais, a paixão e o amor que tenho pelo senhor.
Se estava distante de casa, a cada partida do Galo me sentia acolhida pelos seus braços e sua presença viva ao meu lado. A cada jogo, cada gol e cada vitória nossos telefonemas são imediatos. Até hoje.
Mesmo adaptada à nova realidade e morando no Rio de Janeiro, sentia alguma falta da presença mais forte do Galo. Foi que veio o maravilhoso ano de 2013. Naquela final da Copa Libertadores, não podíamos ficar distantes, e sua ida para ver o jogo na cidade maravilhosa – aliada à descoberta da CarioGalo – foi o auge de toda essa nossa paixão pelo Galo.
Comemorar ao seu lado e com milhares de pessoas, em pleno Rio de Janeiro, a conquista das Américas, é algo que continua e continuará me emocionando até o fim da minha existência. Não tem comparação!
Um pouco mais à frente, querendo lhe preparar uma surpresa, acabei tendo de confessar a intenção. Para tirar o senhor da tranquilidade de Santa Maria do Itabira e ir ao Rio de Janeiro, só mesmo a presença do Reinaldo no lançamento da sua biografia.
Sua ansiedade naquele dia, desde as primeiras horas, foi algo maravilhoso, só superada pela emoção da chegada do Rei. Quando Reinaldo começou a subir as escadas, o que lhe provocou forte emoção, contagiou a todos os presentes. Cheguei a temer pela sua saúde, mas o coração Atleticano é forte e conhece todas as experiências de momentos como aquele. Registro aqui, na pessoa do amigo Todinho, o meu agradecimento pelo carinho recebido da CarioGalo.
Agora, querido pai, sigo minha vida em São Paulo. Aqui tem a GaloSampa, que faz parte do projeto ousado que sabemos que vai culminar com o nosso time dominando o mundo.
Começamos em casa. O senhor e a mamãe Zélia, ao lado dos irmãos Tamara e Túlio, somados à minha torcida. Todos Atleticanos de paixão. Que venham todos nessa corrente preta e branca e de camisas listradas verticais.
Te amo, Galo! Te amo, meu pai!”
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Amigalos,
Acabo de ler todos os comentários e estou muito feliz por ter conseguido transmitir um pouco de emoção à vcs com esta homenagem ao meu querido pai e ao nosso time do coração. ObriGalo querido Eduardo pela oportunidade de dividir essa história neste espaço único do Torcedor Atleticano.
Nosso "Canto do Galo" que agradece vossa gentil contribuição. Senti que emocionou e nos tocou suas palavras. Tomara que encontre resposta e motivação entre os profissionais do Galo.
Meu forte abraço ao senhor seu pai, toda a família e um beijão especial à você.
O corinthians ano passado tambem comecou assim e deu no que deu. O gente chata aqui nessse blog, nao da nem vontade de comentar mais,nao sei quem e pior os marginais que foram hoje pro CT ou os chatos daqui junta tudo num saco e joga na Enseada das Garcas. Saudacoes Alvinegras so pros Atleticanos.
Gostaria de agradecer imensamente ao Daniel Nepomuceno, sinceramente ! Até depois que terminou o RIDÍCULO MANDATO ! Ainda nos deixou envergonhados, por ter contratado um dos maiores crápula, mercenário que já passou pelo Atlético. Quando ouvi a entrevista do cone hoje deu vontade de vomitar ! Não é por ele ter ido para o lado bailarino não ! FOI POR TER VINDO ! Todo mundo avisou ! Mais nosso presidente no alto de sua arrogância não ouviu ! Pior ! Mandou um jogador com a alma Atleticana em bora, para ficar com esse mercenário PUTO ! Sei que ele gosta de ler esse blog do majestoso Eduardo, que muitas vezes foi, repreendido, esnobado e etc. Conforme o mesmo disse aqui nesse espaço, claro com toda educação e fineza que tem. Sim ! Parabéns a ele, e a quem achou, que um camarada que solta papagaio com o ventilador ligado do no alto de seu prédio na área nobre de Bh entenderia de raça,geral de baixo de chuva, vestiário, pegar ônibus no centro para ir. e vir do Mineirão as vezes triste, magoado, sabendo que gastou o único trocado que tinha, chegar em casa 2:30 da manhã para acordar 5:30 para ir trabalhar e etc. Desculpa se perdi a fineza em algum momento, mas vendo hoje a apresentação e as entrevistas dos dois lados, meu Deu um ódio ! Galo é raça ! Galo é amor ! Não é lugar de aventureiros, e estagiários !!!!!!!!!!
Numa boa ! 218 sera tenebroso para nós ! Ouvi a entrevista do 07 câmara, não senti firmeza não ! Ziza se deu mau com a mesma conversa, enquanto o Alexandre Gallo, para mim é aprendiz de feiticeiro !
Eduardo, é história linda, de sentir orgulho em ser atleticano, mas infelizmente essa diretoria nova não entende, não enxerga, vamos ser apenas figurante em todas as competições, já entrou dizendo que o ano ia ser difícil, que 2019 será melhor, apesar dos meus 68 anos tentam enganar, não temos mais paciência, surdo é quem não quer ouvir.
Boa tarde amigos do Galo. Concordo integralmente com você Sério Monteiro, a diretoria que assumiu o Galo está deixando a massa cada vez mais preocupada. Praticamente disse que a torcida não deve esperar muito do Galo 2018, e olha que o ano ainda não começou para o futebol. Disse também que não tem dinheiro para grande contratações, mas se esquecem, eles os diretores, que existem bons e jovens jogadores, revelações, destaques regionais etc . , sinceramente eu não sei o que esperar desta nova diretoria. Pelo menos neste inicio, a amostra está pior que a encomenda. Osvaldo de Oliveira? Gallo?
Bonita a história desta atleticana mesmo. Comigo, embora hoje nem tanto, algumas passagens até que mereciam ser contadas, num cenário de alegrias e tristezas proporcionadas pelo nosso Galo. Por exemplo, vejam a ironia do destino: minha primeira neta é neta, também, de um filho de um dos fundadores do Cruzeiro... Pode uma coisa dessas? O que fiz: corri na frente e, juntamente com minha mulher, também vovó, comprei um vestidinho com a logomarca do Galo! E ainda disse para o outro avô cruzeirense: "cheguei na frente, agora não adianta pedir à "Duda" prá ser cruzeirense!" Sabem qual foi a resposta do "canalha"? "Quando ela crescer pode mudar de ideia".
Caro,
"Duda" nenhum ou nenhuma muda de ideia!!!...AQUI É GALO!!!
Prezado Eduardo, o texto é uma emocionante história de desenvolvimento do sentimento atleticano e de amor ao ente paterno que foi o responsável pela opção da redatora.
Que está história possa incutir na nova Diretoria aquilo que é ser atleticano e quanto se deve lutar para que o Clube esteja nos patamares superiores de todos as disputas que se envolver. Portanto, os gestores do Clube não podem ficar acomodados ou inertes enquanto não se atingir os padrões de excelência das conquistas. O Clube Atletico Mineiro é de uma grandeza ímpar e não pode figurar no cenário do futebol como um mero figurante nos campeonatos sejam eles quais forem. Saudações Atleticanas
Parabéns Tânia e Sr. Dely!
É muito prazeroso nascer numa família toda atleticana. No meu caso foi diferente, pois o meu pai já falecido, como a maioria dos meus irmãos são cruzeirenses. Uma família de 12, onde 5 são atleticanos. Tornei-me atleticano não por influência e sim por amor a primeira vista na década de 60, quando ouvia o meu Galo jogar pelo radinho de pilha, com narração do vibrante Jota Jr, Vilibaldo Alves, Jairo Anatólio Lima (xará), Willy Gonzer e vários outros. Acompanhei de perto a carreira do Reinaldo nosso Rei, desde as categorias de base até o profissional, lançado se não me engano pelo técnico Barbatana. Tinha meus 21 anos quando vi o nosso Galo perder o título mais ganho de todos, para o São Paulo, sendo vice invicto e com 10 pontos na frente, título este decidido nos pênaltis, no qual eu estava atrás do gol das penalidades cobradas. Foi a maior injustiça que eu já presenciei na minha vida, na qual o Reinaldo levou o terceiro amarelo, assim como Serginho chulapa, em que a diretoria do Galo tentou um acordo com a do SP para colocar os dois em campo, mas a diretoria do SP não concordou, pois sabiam que, com o Reinaldo em campo, o Galo ganharia no tempo normal, pois havia feito gols em todos os jogos e não ia passar em branco. Infelizmente sair do Mineirão revoltado e chorando pela perda do título, mas continuei sempre a apoiar o meu time querido e jamais o abandonei!
Bom dia Massa, como é linda essa sintonia , esse sentimento único de ser um Atleticano , a história se repete em cada lar alvinegro , como dizem o amor verdadeiro é um só .
Lembrei a primeira vez que meu pai ao cinco anos de idade me levou ao Mineirão ...ainda tenho nítida as imagens na cabeça , e ainda podem acreditar , com suas prerrogativas conseguiu me levar em outras vezes as cabines de rádio , conheci Kafunga , Chico Maia , Gonzer , Roberto Abras , em outras oportunidades Eder Aleixo me deu uma camisa , até arrepiei quando escrevo aqui , isso mesmo a 11 da antiga patrocinadora da Coca Cola tenho ela como Relíquia , conheci o Reinaldo, chegando juntos ao Mineirão , ele no seu Passat , pode perguntar ao rei se ele já teve um passatinho antigo ...já fomos para tribuna , já frequentamos a Geral em clássico tive experiências com meu pai na infância , juventude e até hoje que são minhas memórias mais ricas , que causam calafrios até hoje ....Aquela coisa , primeiro assunto quando vê o pai é bença pai , e o Galo ? Bora Galo fazer essa massa feliz !!!!
A história dessa família querida, é o símbolo da atleticanidade. Assim a massa se fez, e assim devemos continuar a fazer!
E presenciar o encontro do Sr. Derly com Rei foi uma honra. Impossível não emocionar. Grande beijo Taninha e Sr. Derly.