A última viagem

Sim, afinal os dois jogos seguintes serão em casa. Quero dizer, Belo Horizonte.  Portanto a última vez que parte do elenco viaja junto. Para a próxima temporada, com saídas e chegadas, serão outros nomes a vestirem a camisa do Galo. Tomara meu Deus, tomara! Que tudo que nos separa! Não frutifique, não valha! Tomara, meu Deus! Nesse embalo com Alceu Valença, fechando 2025 assim como finalizamos 2024, quero crer (ainda que sem dar crédito) que um raio de luz ilumine a quem comprou ações de uma saf – sem apreciação do iludido Torcedor – introduzindo no raciocínio dos dois maiores acionistas algo incomum a empresários que não tem ouvido ao clamor popular. Humildade e sensibilidade.

Na sexta-feira, assim como mencionei ontem, numa prosa com um parente distante – que tem afinidade com ambos os donos – eu dizia que o ideal seria que esses investidores se desculpassem pelos erros cometidos e descaminhos que apostaram. Estádio, dívidas, contratações, time de ponta. Até eu disse, sem que o mesmo confirmasse ou contraditasse (ainda que tenha defendido pai e filho), que o perfil do jovem (pelo que vi naquela coletiva infeliz) que nasceu em berço esplêndido não sugeria esse tipo de comportamento. Humildade é para nós que sofremos no dia a dia, mas que circulamos pelas ruas da cidade sem preocupação. Quantas vezes eu e o caro leitor (leitora) já nos desculpamos e reconhecemos nossas falhas. É fácil e gostoso.

Pois bem, ao que interessa, a derradeira viagem pelo Brasileirão de 2025. Insistindo que não temo o Z4 e tampouco sonho com o G8, estou ciente de que em caso de empate, essa apatia de momento seguirá até que se completem os dois jogos restantes, Palmeiras e Vasco, na Arena dos homi. O Fortaleza, em ascensão, desde aquele empate conosco aqui em Belo Horizonte, busca desesperadamente fugir do risco de rebaixamento e vai lotar o Castelão no início da noite de hoje. Se o Galo arrancar um ponto, praticamente sela o resíduo de possibilidade que ainda apavora alguns amiGalos. Como já existem dois definidos para o descenso, não seria mais alcançado pelo próprio Fortaleza, restando então uma vaga. Isso em caso de empate.

Se perder, a turma do apavoramento vai atacar até a última rodada, embora eu não tenha esse temor. É que o Fortaleza, nesse caso, vai para cinco pontos de distância do nosso time, em seis (dois jogos) possíveis. Some-se Ceará (2 pontos), Vitória (3), Santos e Internacional (4 cada) para quem ainda restam duas partidas. Admito que acende a luz de alerta, mas convenhamos faremos ainda pontos nesses nove (incluindo hoje) para não sofrer como até querem alguns pouquíssimos atleticanos. Eu não! Tô fora dessa. Debrucem como fiz nos cruzamentos dessas equipes, embora nem tudo seja impossível. Não seria o Deus que roguei lá em cima tão cruel com o Galo? Não! Jamais! Se até penso e peço para que não frutifique o que nos separa, por melhores tempos ao nosso time do coração.

Por fim, vejam como nossa situação é complexa, caso vença ao bom time do Fortaleza – como já ocorreu ao longo dos tempos lá na capital cearense – vai acender uma chama de esperança de Libertadores. Igualmente não me iludo, tomara que eu me surpreenda, com essa possibilidade de G8. Teria de ser muito caprichoso esse meu Deus. Além de vencer hoje e os dois jogos seguintes, contar com tropeços dos demais – notadamente São Paulo e Corinthians – e uma final entre o fluC e BBBzero. Até mesmo apenas um deles, desde que esse seja o campeão da Copa do Brasil. Como sou mais pé no chão, carrego em mim aquilo que desejo aos dois donos da saf (humildade e sensibilidade), quero acreditar na permanência na série A do próximo ano e numa ampla reformulação do elenco. Oxigenando, rejuvenescendo e barateando a folha. Valorizando a garotada do sub20 (dessa segunda fase) e até do campeão brasileiro sub17. Seria uma boa opção para tanto projetil mascado de medalhões que temos experimentado.

Estou curioso para hoje de quais serão as escolhas do maluco Sampassauro para esse confronto. Sem Rony, suspenso, terá de volta seu outro xodó, o Igor Gomes. Ambos, ao que ouço, reservas em todas as formações preferenciais do Torcedor têm lugar cativo na escalação do argentino. Scarpa, que concordo não é unanimidade, supera Rony e Gomes no meio da Massa. Mas o Sampa não vê nele o que a Massa acredita. Enfim, foi assim que construímos esse inferno astral que atravessamos. Sem Sula, sem Copa do Brasil, sem zona de classificação. Vamos ter tempo ainda para resenhar, cornetar muito, sobre o ano que começou na Disney e está terminando na porta do inferno. Até amanhã!