Categories: blogueiros

A minha Atleticanidade é inabalável mesmo na turbulência

Foto: Pedro Souza | Atlético

Já disse aqui e vou repetir: nosso momento Atleticano é o mais deprimente de todos os tempos. Já vivi de tudo nesse mais de meio século de arquibancada. Não pude ver o título de 1971 no estádio, uma vez que ainda morava em Araxá, mas acompanhei a partida – salvo melhor juízo – pela Rádio Guarani e na porta da Igreja Matriz, onde se casavam os amiGalos Armando de Angelis e Heloísa Resende.

Logo depois, como a maioria dos jovens do interior, me mudei para Belo Horizonte com o objetivo único de estudar. Em curto espaço de tempo, essa prioridade deu lugar a Atleticanidade que carrego de maneira visceral em minha vida. Os cursos de Direito e, posteriormente, Jornalismo nunca foram mais importantes que essa minha paixão, fé e devoção ao meu time do coração.

Não me importo com isso (mesmo sabendo que incomodo muito a terceiros), até porque devotando e empregando meu tempo ao Galo, sempre encontrei espaço para estudar e me dedicar à minha vida pessoal e profissional. Se naquele 71, estava longe, depois pude presenciar de tudo morando na capital mundial do Galo.

Vi títulos seguidos nas décadas de 70 e 80, como o hexa, que só não foi mais amplo graças a um mineiro que trabalhou como bandeirinha na final de 1977. Chorei, naquele mesmo ano, ao perder o título nas penalidades e tendo uma campanha irrepreensível naquele campeonato nacional. Foi na decisão que a CBF, ardilosamente, tirou Reinaldo do jogo para beneficiar ao São Paulo.

Igualmente, no rebaixamento melancólico, mas que no ano seguinte em campanha impecável, recuperamos a condição de time da elite do futebol brasileiro. Delirei no período de 2012 a 2014, quando ganhamos Libertadores, Recopa e Copa do Brasil, só não conquistando o Brasileiro de 2012, sabe-se por razões extracampo, como naquele 1977.

Foto: D.A Press

Digo isso, com uma única intenção. Não será esse momento, reafirmo melancólico e deprimente, que irá me afastar do estádio. Hoje à noite, como de costume, vou ao Horto. Preferia o Mineirão, onde a Torcida Atleticana, sempre lotou as arquibancadas. Entretanto, numa decisão até hoje sem explicação convincente, estamos mandando nossos jogos no Horto.

Seja aqui no Independência, no Mineirão ou no futuro estádio do Galo (se é que ele irá mesmo ser construído) não haverá uma diretoria ou até mesmo sete dessas que me afaste de acompanhar o meu time. Sou Atleticano, independente de quem dirige – bem ou mal – os destinos do Clube Atlético Mineiro. Já tolerei momentos de Paulo Cury e outros similares, porque seria agora que me abdicaria da condição?

Ainda que ache o Levir teimoso, agora agravado por declarações aéreas, e ainda carregue algumas considerações sobre suas passagens anteriores por aqui, é ele o treinador de momento do Galo. Que ele, com sua confessa burrice comece a mostrar o seu lado assumido de sorte, encaminhando o time não só para vitórias e classificação para a pré-Libertadores (é só o que nos resta), como também – mais ainda – a mostrar futebol eficiente no gramado.

São estes os jogadores que temos para o momento, nestas quatro partidas que restam para o final da temporada. Nestes 12 pontos, espero que o Galo consiga entre oito e dez no mínimo. Só assim vamos conseguir a sonhada vaga. Depois é aproveitar o recesso e reformular este elenco. Tentar colocar os contratados pelo ex-diretor em algum clube menor e buscar reforços pontuais que façam o time retomar o seu caminho de vitórias e títulos.

Em tempo: apesar de ir ao campo no setor de imprensa, sou portador de Galo Na Veia. Pago, na verdade dois GNVs desde o dia do lançamento do plano para o sócio torcedor, um em meu nome pessoal e outro da minha filha. Sempre utilizando o cartão com algum convidado para levar seu apoio, grito e força ao nosso Galo. E essa condição me credencia a pedir e exigir transparência na gestão do Clube Atlético Mineiro. Ao que soube, até o final do mês, o Torcedor saberá exatamente tudo sobre os números e dividas das últimas décadas. Vamos esperar!

Blogueiro

View Comments

  • Este negócio de estádio é baboseira. Estamos entregando um estádio que pertence ao povo mineiro, de graça, para o cruzeirim. Vários clubes brasileiros que têm estádio próprio, estão na lama. Não se iludam. Após ficar pronta, se ficar, a Arena do Galo será administrada por uma BWA qualquer, que cobrará taxas absurdas pela administração e o próprio Galo terá que pagar. Um estádio é um elefante branco que recebe uns 50 jogos no ano todo. Fica a maior parte dos 360 dias fechado. Shows? O Independência não tem nenhum e o Mineirão poucos shows ao ano. Não se iludam.

  • Apoiadissimo. O Mineirão pertence ao povo mineiro e do jeito que está, vai de cair de bandeija no outro lado da lagoa. Inclusive já foram conversar com o Zema sobre isto. Vários times brasileiros têm estádio próprio e estão na lama. Lamentavelmente, a Arena do Galo, se sair do papel, será administrada por uma BWA qualquer que continuará cobrando altas taxas do próprio Galo. É bom ficarmos de olho aberto

  • A minha também é assim igual a sua Eduardo.
    E vamos pegar esse G6.
    Galo 3 X 0.
    Gols de Luanzinho, Elias e Oliveira.

  • Bom dia!
    Jogo duro logo à noite contra um Bahia que chega ao horto acreditando em vitória e até em tomar do Galo, até o final da BR18, a 6ª posição no G6.
    O Bahia é o 10º colocado (44 pontos), já praticamente fora da ZR pontuação, e numa posição que permite almejar o G-6, eis que uma vitória faz cair para três pontos a distância com o Atlético.
    Fosse eu o técnico do Bahia mandaria o time a campo hoje como franco atirador e jogaria os atletas em busca da vitória que é o único resultado que interessa para efeito de G6.
    Como matematicamente o Bahia ainda tem uma diminuta chance de G6 (1,6%), eu, enquanto técnico imaginário do Bahia falaria demais para os atletas e diria que o time do Atlético é uma draga e uma equipe com várias vulnerabilidades a serem exploradas.
    Nesse sentido, diria que o time do Atlético é velho, fisicamente sofrível, para mostrar que basta correr um pouco mais para alcançar a vitória.
    Diria que o centroavante do Atlético joga em cone e é facilmente marcado pela dupla de zagueiros, porquanto, além disso, o Cazares, como o ponta de lança, é um medroso, pipoqueiro, que nunca faz dupla com o centroavante nem se infiltra na área, facilitando sobremaneira a marcação para a defesa visitante.
    Também diria que era para explorar o ineficiente e ineficaz Elias, que pouco ajuda na marcação, o que abre um buraco no meio campo que pode ser facilmente dominado pelo visitante como estratégia para controle da partida (dominar o meio campo).
    Também como técnico do Bahia diria que os pontas do Atlético não jogam pelas beiradas e por isso não têm profundidade pelas extremas, o que faz o time alvinegro se perder por embolar pelo meio no chamado futebol afunilado (bola rodada excessivamente de trás e com pouca objetividade e capacidade ofensiva).
    Enfim, enfatizaria para os atletas que o time do Atlético é fraco tecnicamente, bastando a exploração da falhas da equipe alvinegra para vencer no horto, uma casa acanhada para as tradições de um Clube outrora gigante, mas hoje apequenado, quase um América Mineiro, segundo minha preleção de convencimento aos atletas enquanto técnico imaginário do Bahia.
    E finalmente como técnico imaginário do Bahia eu diria que dá para vencer o Atlético de ao menos dois gols de diferença, bastando para pra tanto acreditar nisso, correr mais e “chegar a botina” porque esse time do Atlético atual é o mais “sem raça” da história atleticana.
    É por essas e por outras que vejo hoje um jogo difícil, perigoso e não me espantaria se o Bahia vencesse o jogo por 2 a 0.

  • "Com uma média fantástica de 1,56 gol por jogo, Reinaldo está longe de ser superado. Apenas outros seis jogadores conseguiram superar a média de um gol por jogo desde 1971. Ramon, do Santa Cruz, em 1973, foi quem mais se aproximou de sua marca, com 21 gols em 16 jogos (1,31). Romário, no Vasco, chegou a 1,17 em 2001."
    Fonte: Esporte - iG @ https://esporte.ig.com.br/futebol/reinaldo-exatleticomg-ainda-se-considera-o-maior-artilheiro/n1597280679929.html

    Portanto, a CBF sabia muito bem quem ela estava prejudicando ao tirar Reinaldo e Serginho Chulapa da final do brasileirão de 77

  • Bom dia a todos os atleticanos e atleticanas de todos os matizes!

    F altam apenas quatro rodadas.
    U ma delas é hoje.
    D oravante só a vitória interessa para
    E sse time descompromissado que
    U m dia nos iludiu!

  • CARO GALO ROBERTO,
    A lista do "FORA" não pára por aí.
    Engrossa esse coro: Rea, Nathan, Leandrinho, Thomas Andrade, Edinho, Teranz, Juninho e Denilson.
    A barca é gigante.
    Saudações,

    • Com certeza, amiGalo Jandir!
      Mas quero concentrar meu canhão nesses encostos que não saem do time nem a pau.
      Saudações!

  • Oi Eduardo e Amigos, bom dia!
    Sou simplesmente Atleticano. Não sou mais nem menos, ou verdadeiro. Não tenho rótulos.
    Abdico de tudo para acompanhar o Atlético, seja no campo ou na TV, além de ouvir programações e leituras de matérias.
    Meu vício é o Galo.
    Ao longo dos meus 63 anos já vi de tudo. Bons times e também ridículos.
    Minha maior alegria foi a conquista do título de 1971 (1° Campeão Federal). A maior tristeza foi a perda do título de 1977, com Reinaldo, Cerezo e Paulo Isidoro, de forma invicta. Foi de doer.
    Mas era uma época diferente, quanto mais apanhava, mais apaixonado ficava. A raça do time dentro de campo era algo de arrepiar. Quantas lágrimas já rolaram de minha face, tanto nas vitórias quanto nas derrotas. O importante era ser Galo.
    Hoje, sinceramente BROXEI.
    O time atual não me empolga e nem me encanta. Vejo um bando de pernas de pau em campo totalmente sem compromisso, sem honrar o nosso Manto.
    Um time apoiado por uma diretoria amadora e nada transparente.
    Não vejo futuro brilhante pela frente. Eles destruíram a nossa Instituição.
    A sua reconstrução levará anos, isso se estiver em mãos de pessoas competentes e comprometidas, hoje é o que não temos. Atualmente tudo no Galo é tratado de forma muita amadora e sem ambição.
    Infelizmente, não temos time para vencer o Bahia. Mas, independente de qualquer coisa, estarei diante da TV torcendo para uma possível vitória... quem sabe.
    Saudações Alvinegras,

Recent Posts

Cumprindo tabela no BR e com ausências

A opção pelas Copas, que até questionei – sem criticar -, está cada dia mais…

13 horas ago

A sobriedade da Massa Atleticana

Conforme planejado, executei fielmente minha programação para a quinta, pós vitória e classificação dignas de…

2 dias ago

Na raça e no grito do “eu acredito”

Uma partida gigante, frente ao último campeão da Libertadores. Assim, como na Copa do Brasil…

3 dias ago

Motivação da Massa em alta

Tem tempos que não sentia uma atmosfera tão interessante para o Galo como para esse…

4 dias ago

A voz da massa é a voz da sensatez

Tudo bem, é verdade que somos milhões de técnicos, mas a decisão é do treinador…

5 dias ago

Vitória para engatar melhor sequência

O bom resultado e a boa apresentação da equipe, tem tudo para sinalizar uma mudança…

6 dias ago

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!