Acorda, Galo! Vitórias, já!

Se até o Papa, maior símbolo religioso vivo, admite que o fim do mundo está próximo imagina se vou contestar. E nem sou católico, mas li que ele prevê não uma catástrofe – apocalipse – e sim uma oportunidade para avaliar e melhorar as relações humanas. Sem embasamento teórico e filosófico para esse estudo e debate, recolhido na insignificância do meu ser, me entrego aos destinos traçados pelo Criador.

Ontem, aqui na nossa resenha diária, trouxe algo que me chocou. O Atleticano de tempos distantes – só não sou ainda por oferecer minha insistente resistência a essa realidade -, exerceu com dignidade sua indignação durante décadas. Prejudicados, por roubo ou por desleixo, temos o coro grosso e somos resignados. Porém presenciar essa paixão nacional com dezenas de centenas de times no Brasil – especialmente os considerados grandes –, entregues à sedução do alcoolismo, jogatina e putaria é deprimente. Precisa sim passar por uma reoportunização e encontrar pessoas sérias para dirigir esse esporte.

Dito isso, vamos ao pedaço que nos cabe nesse circo onde somos muitos os palhaços. Os Torcedores, público alvo, é o maior sacrificado nesse jogo de milhões de dinheiro. Dólares e euros colocam nosso real totalmente fora de combate. Clubes para se salvarem de endividamento irresponsável de gestões anteriores, foram privatizados pelas SAFs, e vivemos uma transição sem chão. Falando da minha pessoa, sou tão e somente Galo, torço para que os gestores tenham sucesso no meu time. Não torço por construtora, banco, rede de comunicação ou o que quer que seja. Por isso, em meus posts, sempre disse Estádio do Galo. Afinal, se tenho orgulho da casa própria é pelo meu lado preto e branco. Não adianta registros dessa ordem no paralelo.

É fato que as conquistas de 2021 encheram nossos corações de esperança. Afinal numa mesma temporada conquistar três títulos em quatro competições e na única que ficou fora ainda chegamos nas semifinais. Eliminados num jogo que até hoje dói no Atleticano. Vencendo por um a zero, tivemos o segundo gol na nossa cara, mas o atacante devolveu a bola para o goleiro. Depois tomamos o gol de empate, pelo critério gol fora, que nos eliminou numa falha de zagueiro aliada a jogador reserva invadir o campo de jogo. O juiz nada deu e esse atleta, que fez gestos de deboche para o Atleticano, hoje figura no nosso banco de reservas. E li naquela ocasião que teríamos três ou quatro atletas nível Hulk por ano.

A atual temporada segue, aos trancos e barrancos, afinal estamos a uma vitória por dois gols de diferença para as semifinais da Libertadores e já nessa fase na Copa do Brasil. Temos chances reais de vencer ambas ou mesmo uma delas, o que seria uma cortina de fumaça ao péssimo desempenho no Brasileirão. Décima colocação, convenhamos, é vexatório para nossa história e tradição. Faltam algumas condições básicas para conquistar vitórias, títulos e figurar no lugar que a Massa merece. Futebol e comprometimento.

Fato é que para justificar essa situação, não precisa ser – como no caso do pontífice no início dessa resenha – profundo conhecedor de tática e técnica. Basta ter um mínimo de raciocínio para perceber que o elenco é bom, mas muito curto. Em algumas posições totalmente desequilibrado, sem substitutos a altura nas eventuais necessidades. Jogador deslocado de sua posição em detrimento de alguns, confirmam essa afirmação.

E na última janela, quando chegaram cinco novos contratados, esperava muito que isso fosse resolvido. Pois que apenas um, Alonso, justificou a que veio. Bernard ainda pode render, mas segue devendo. Já Lyanco, Fausto e Deyverson o que podemos esperar? Em nada superam os que já tínhamos. E assim vamos seguindo até onde Deus (será mesmo Atleticano?) permitir. Enquanto a reforma dos homens não vem, que comecem a mudança nos resultados. Ganhar amanhã e classificar na quarta. Seria o mínimo que a Massa merece.

*fotos: Pedro Souza/Atlético