por Marcelo Seabra
O décimo quinto filme da Pixar pode muito bem ser o melhor da empresa. A ideia por trás de Divertida Mente (Inside Out, 2015) é explicar como se dá o rodízio entre emoções em uma pessoa. Parece muito simples: todos temos na cabeça uns seres que controlam tudo, desde a alegria sincera de um dia bem vivido à tristeza de uma perda, de qualquer natureza. E eles tentam nos dar o melhor, mas nem sempre é possível. Ou o melhor para um pode não ser lá essas coisas para outro, e as emoções vão se alternando. Pra o público também. Não se surpreenda se você entrar e sair sorrindo do cinema, mas com algumas lágrimas derramadas no processo.
A pequena Riley (voz original de Kaitlyn Dias) muda-se, com os pais (Diane Lane e Kyle MacLachlan), para São Francisco e precisa se adaptar à nova vida, além de passar pelas transformações normais da adolescência. Para balancear tudo isso, há cinco criaturinhas dentro dela – como acontece com qualquer um de nós – que vão dando direções para evitar acidentes e problemas das mais diversas naturezas. A “chefe” Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Medo (Bill Hader), Raiva (Lewis Black) e Nojinho (Mindy Kaling) são tudo que Riley precisa para ter uma vida normal. Mas um incidente faz com que Alegria e Tristeza saiam da sala de controle e os outros três fiquem responsáveis por tudo. Enquanto tenta buscar uma forma de voltar, Alegria ajuda Tristeza a se encontrar, a descobrir o seu papel nisso tudo.
É sempre uma pena que animações sejam tratadas como “coisas de crianças” e só cheguem no Brasil versões dubladas de Divertida Mente. Não que os dubladores nacionais sejam horrorosos, e a Disney inclusive se orgulha do elenco reunido, que inclui Miá Mello, Dani Calabresa, Otaviano Costa, Katiuscia Canoro e Léo Jaime. Mas perdemos não só diversas piadas que funcionam (melhor ou apenas) na língua em que foram concebidas como também o trabalho muitas vezes árduo de preparação pelo qual os atores passam para chegarem àquele resultado. Podemos ter uma amostra no trailer.
A trilha sonora do onipresente Michael Giacchino (de Jurassic World, 2015) casa muito bem com o tom e as cores da animação. Pete Docter, diretor e roteirista de diversas obras do estúdio (e Oscar de Melhor Animação por Up, 2009), mais uma vez está à frente, com o também experiente e premiado John Lasseter como produtor executivo. Ele divide a direção e a criação da história com Ronaldo Del Carmem. O roteiro, bastante criativo, traz algumas ideias bem interessantes sobre o funcionamento da nossa mente e entretém tanto crianças quanto adultos. Os conflitos das emoções demonstram bem o que vemos no olhar das pessoas e só imaginamos o que está ocorrendo dentro. Os bichinhos engraçadinhos criam uma ideia de que é algo simples e bobinho, mas a Pixar mais uma vez acertou em misturar temas adultos e infantis e consegue agradar a todos.
Esse filme facilmente entrou para um dos meus favoritos.
Tanto que confira aqui ele na lista dos meus 10 melhores filmes de animação:
http://meucinemaparadiso.blogspot.com.br/2015/07/top-10-melhores-filmes-de-animacao.html
Obrigado e continue fazendo um ótimo trabalho 😀