“Olá, Dr. Douglas Amorim. Tenho acompanhado sua coluna diariamente. Suas respostas são sempre muito esclarecedoras. Minha questão é: por mais que eu me esforce, não consigo entender muito bem o sentido da vida. Já busquei entender isso em vários tipos de literatura, mas, no final das contas, nenhuma delas me trouxe algum tipo de satisfação ou conforto. Sei que cada um teria uma resposta para isso, porque é uma pergunta muito angustiante e pessoal. Sou uma pessoa bastante questionadora e, por várias vezes, já achei que a vida não fazia muito sentido. Dizem que temos que casar, estudar e termos filhos. Também nos é passado que temos de ter o corpo assim ou assado, que precisamos de consumir, consumir e consumir. O que pensa sobre esses meus questionamentos? Qual o sentido da vida na sua opinião e como fazer para alcançá-lo”?
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Resposta:
Querida leitora, essa é uma das perguntas mais angustiantes que o homem pode se fazer. Encontrar o sentido da vida tem sido um dilema da humanidade ao longo dos séculos. Existem as mais diversas interpretações e respostas para esse questionamento. A Filosofia aborda esse tema. Diversas religiões também o fazem. Existem pesquisadores e cientistas que reduzem tal questão ao terreno das ciências biológicas. Matemáticos e físicos têm seus modelos explicativos e, até mesmo os ufólogos, apresentam razões para a nossa existência. Ufa! São dezenas (quiçá centenas) de proposições. Evidentemente, cada um destes campos de conhecimento, parte de suas teorizações, fundamentadas em seus pilares conceituais.
Exatamente pela diversidade de interpretações, é que penso ser interessante olharmos para essa indagação, sem nos preocuparmos em rotular o que é certo ou errado. Lidar com este tema de modo sereno e consciente de suas múltiplas nuances é bem mais interessante. Alguns irão se sentir mais confortáveis com teorias espirituais. Outros, a partir de um olhar técnico-científico. O conforto mental com a resposta, é muito mais importante, no meu modo de entender, do que discutir quem tem e quem não tem razão sobre o sentido da nossa existência. Portanto, a resposta a esta indagação tem contornos absolutamente pessoais. Você me perguntou o que penso sobre o assunto. Sendo absolutamente opinativo, penso que, o sentido da vida, seja conciliar dentro do possível, duas palavrinhas: Equilíbrio e Bem-estar.
Entendo que a vida humana é norteada por seis grandes eixos. Nosso desafio é estabelecer uma comunicação saudável e equilibrada entre eles, que são: corpo, trabalho, afetividade, sociedade, espiritualidade e bens materiais.
01- Corpo: manter a saúde da melhor forma possível, com boa alimentação, prática de exercícios físicos, descanso, bons cuidados em situações de adoecimento, quer exista cura ou não, primando sempre pela qualidade de vida e tendo sabedoria em relação ao envelhecimento.
02 – Trabalho: fazer todo o possível para trabalhar (e/ou estudar) em atividades com as quais nos identificamos. Quando nossa personalidade tem afinidade com determinado tipo de trabalho, o cansaço físico e mental são amenizados.
03 – Afetividade: buscar estabelecer relacionamentos com pessoas que agreguem algo de bom. Gente que propicie o máximo possível de paz e bem estar, que nos dê a sensação de companheirismo e prazer, obviamente, sem a ilusão de achar que tudo será um mar de rosas. Estar sozinho é também uma opção e deve ser respeitada, desde que se sinta bem assim (ex: pessoas que não querem se casar).
04 – Sociedade: estabelecer bons vínculos de amizade, com pessoas que realmente valham a pena e que gostemos de conviver.
05 – Espiritualidade: cada um cuidar de sua crença de modo adequado, sem invadir a dos outros, independentemente de se concordar ou não, com proposições diferentes das suas. Há pessoas que não têm nenhuma crença espiritual e também devem ser respeitadas.
06 – Bens Materiais: Buscar uma vida confortável, em condições dignas, sem se tornar escravo do dinheiro, privilegiando o equilíbrio entre guardar uma parte e a utilizar a outra para nosso sustento e proveito.
Dica pra você: como você pode observar, querida leitora, não existe uma verdade universal sobre o sentido da vida. Cada um deve procurar a resposta e criar sua própria receita para que a existência faça sentido. O importante é estar em paz consigo mesmo e buscar ter uma vida saudável e equilibrada, perante todos os desafios que se apresentam em nosso dia a dia. Portanto, crie a sua e tente ser feliz ao seu modo. A vida tem de fazer sentido pra você e não para os outros, ok!?
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
www.douglasamorim.com.br
Instagram: @douglasamorimpsicologo
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Não sei o que fazer todos estão se afastando de mim