“Boa tarde, Dr. Douglas. Gostaria de saber como reagir no seguinte caso: estou saindo com um rapaz que já tem um relacionamento há 05 anos e deixou claro que adora sair comigo, porém, com interesse de apenas sexual. Minhas perguntas são: até onde devo investir nesse relacionamento? Será que um dia, talvez, ele fará desse relacionamento comigo, algo que vai durar, ou estaria apenas aproveitando o momento? Você acha que o fato de nós mulheres, sempre querermos algo a mais nos relacionamentos, é errado? Ou ainda, visto que a maioria dos casos que ouço de amigas, são sempre com caras que já têm um compromisso, devo me conformar e continuar curtindo sem esperar nada? Grande abraço e obrigada”.
Resposta:
Querida leitora, uma das coisas que eu sempre digo no consultório é que a vida nos exige competência. Quanto mais competentes somos, em cada um dos campos que compõem nossa existência, mais chances temos de viver de forma mais leve, equilibrada e feliz. Por exemplo, se você é uma pessoa que não gosta muito de ler, mas adora matemática, física e química, e sempre foi bem nessas matérias, a tendência é a de que você tenha mais êxito profissional na área de ciências exatas, como Engenharia ou Contabilidade. Se você escolher o curso Letras, nada impede que você tenha sucesso, mas, o caminho tende a ser mais difícil e sofrido.
O mesmo pode ser aplicado em várias situações: quanto mais habilidades sociais tivermos, mais seremos capazes de estabelecermos relacionamentos frutíferos, que agreguem valor e afeto às nossas vidas. Uma pessoa que vive isolada do mundo e estabelece poucos laços sociais, pode até mesmo, ter prejuízos profissionais por tal conduta. Claro que isso é passível de mudança, mas, será necessário esforço e, possivelmente, auxílio profissional para se tornar mais competente nesse âmbito.
Nos relacionamentos afetivos não é diferente. Pra podermos falar de competência nesse campo, em primeiro lugar, devemos refletir sobre o que queremos. A partir da conclusão do que realmente se deseja, torna-se necessário tomar as atitudes que sejam coerentes com isso. Meus (as) pacientes e leitores sabem que não faço juízo moral sobre como as pessoas querem viver. Se uma pessoa busca apenas sexo, que ela seja competente e feliz em sua jornada. Se busca relacionamento amoroso, digo o mesmo. O que não dá é desejar uma coisa e agir de maneira incompatível com o seu desejo. E essa é a primeira competência que se precisa ter. A sua atitude está indo na contramão do que deseja, percebe?
Dica pra você: o rapaz que está saindo deseja ter um relacionamento com uma pessoa e ter sexo com outras, além da namorada ou esposa. É uma decisão dele e ele terá de arcar com as consequências das suas escolhas. Mas e você? Esse é o lugar que você realmente deseja? Ao que tudo indica, não. E ainda você diz que muitas amigas estão trilhando o mesmo caminho, ou seja, se relacionar com homens já comprometidos. Aonde vocês pensam que chegarão com isso? Ficar fantasiando que um dia ele irá se apaixonar por você e que deixará a relação oficial, mesmo não dando nenhum indício disso, é escolher viver de forma alienada. Muito cuidado com isso porque, quando você menos perceber, já se passaram anos e o seu lugar foi simplesmente, o de segunda opção. Não há nada errado em querer ter um relacionamento que não se baseie exclusivamente em sexo, ora. Isso vale tanto pra homens como mulheres. Se esse é seu desejo, não perca tempo com pessoas que estão tão distantes dele. Pode ser que demore a aparecer alguém; isso é verdade. Mas também pode ser que não demore. Isso não temos como prever. No entanto, no mínimo, você estará sendo honesta consigo mesma, não estará fantasiando e o fundamental: estará agindo na direção do que você realmente busca. Pare de se enganar e se assuma de verdade.
Envie sua pergunta para perguntaUAI@gmail.com Não identificamos os autores das perguntas.
Um abraço,
Douglas Amorim
Sempre lembro Não confundir Amar com Transar! Se o homem que tive “romance” quis viver a Bissexualidade em plenitude Não fui eu a questionar, se ele comigo, houve “sintonia”! O que percebo na “adversidade” é essa “dificuldade” em aceitar que a sexualidade é unica e pessoal! Minha irmã levou a vida toda para ser “protagonista” do então eterno namorado dela, atualmente, na fase da “sopinha” para ele (ele 22 anos mais velho)! Um dos meus irmãos conheceu o meu mais longo “romance”, estavamos indo ao motel! Depois ele me liga e maroto diz, “restaurante” fora, respondi que era sempre!
Oi, Flávia! Obrigado pela dica! Muito obrigado. É ótimo aprender com vocês também! Grande abraço!
Bom dia! Prezado Douglas Amorim, adorei o seu texto, mas a Contabilidade não é uma ciência exata e sim uma ciência social/humana, por ter esta por objeto matéria que se insere na sociedade como um todo. Na verdade: “O homem, o homem em sociedade, o patrimônio do homem a serviço dele, o patrimônio do homem a serviço da sociedade parecem ser fortes conexões que alimentam uma justa classificação dos estudos contábeis no campo do social” (SÁ, 1999:38). Abraço! Flávia