“Boa tarde, Dr. Douglas Amorim. Tenho 39 anos, sou casado, faço atividade física e tenho um bom emprego. Enfim, tenho uma vida normal. No entanto, sofro de um problema de nome técnico Parurese ou síndrome da bexiga tímida, desde a adolescência. Tenho dificuldade em urinar em banheiros públicos, onde há fluxo de pessoas, como: bares, shoppings, aeroportos e outros. Isso vem me atrapalhando muito em minhas relações sociais e também, de trabalho. Venho fazendo tratamento com um psicólogo, em minha cidade, há 02 anos, mas, vejo um progresso muito lento nesse sentido. Qual seria o tratamento mais indicado? Existe algum procedimento mais específico para que eu possa me curar deste problema? Um grande abraço”.
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Resposta:
Querido leitor, a Parurese é exatamente o que descreveu. A pessoa simplesmente não consegue urinar em locais que tenham grande circulação de pessoas como banheiros públicos, ou então, na casa de outras pessoas. Cumpre dizer que o indivíduo tem dificuldade de fazer xixi na presença de pessoas reais ou imaginárias. Existem casos bastante graves, nos quais não se consegue urinar, até mesmo, no banheiro da própria residência. Isso acontece quando tem mais gente dentro de casa. Em situações como essa, as pessoas precisam ir para fora, para que o sujeito consiga fazê-lo.
Está relacionado ao Transtorno Social da Ansiedade, no qual o sujeito experimenta intenso desconforto psicológico ao sentir necessidade de ir ao banheiro. As causas da Parurese geralmente se relacionam a um ou mais desses motivos: situações de estresse, complexo de inferioridade, bullying, situações traumáticas e, até mesmo, ter sofrido algum tipo de violência (inclusive sexual) dentro do banheiro. É importante mencionar que este quadro não pode ser confundido com quadros orgânicos como, por exemplo, dor ou ardência ao urinar. Caso se detecte isso, a indicação mais adequada é procurar um urologista.
A Parurese é uma coisa séria e precisa ser investigada e tratada. Usualmente, o que mais se vê, são pessoas muito ansiosas, tensas, perfeccionistas e que cobram muito de si mesmas. Com isso, o corpo acaba não suportando e, consequentemente, apresentando algum tipo de sintoma que, no caso de alguns, é a bexiga tímida. Ignorar esse problema é de uma irresponsabilidade tremenda porque, ao reter a urina por grande quantidade de tempo, pode-se desenvolver infecções urinárias, cistites e prejuízo aos rins, entre outras moléstias.
Dicas pra você: entendo que, quando temos algum problema de saúde e, passado determinado tempo de tratamento, ele não seja curado ou amenizado, devemos procurar outras alternativas. Usualmente, ao pensarmos em parurese, cuidados psicológicos e/ou psiquiátricos são as condutas de primeira escolha. Você disse que é assistido por um psicólogo há quase dois anos e viu progressos muito pequenos. É possível que ele seja um ótimo profissional, mas que, a abordagem utilizada, não esteja surtindo o efeito desejado. Isso pode acontecer com qualquer psicólogo, pois, afinal de contas, nenhum de nós pode ter a pretensão de achar que pode dar conta de todas as demandas que se apresentam.
Em casos de bexiga tímida, de acordo com minha formação, o psicólogo que trabalha com a linha denominada cognitiva-comportamental, seria o mais indicado. Além disso, se você for uma pessoa ansiosa, deve-se considerar, também, a possibilidade de se consultar um bom psiquiatra para avaliar seu estado. É possível que, tratando-se o pano de fundo (ansiedade), com medicações adequadas – na maioria das vezes antidepressivos e/ou ansiolíticos – aliadas às técnicas comportamentais propostas pelo psicólogo, seu caso possa ter boa resposta. Há de se considerar ainda, terapias complementares como acupuntura e homeopatia, também como tentativas válidas. No entanto, como auxiliares e não, principais. O que não dá mais, querido leitor, é ficar nessa situação, fazendo um tratamento que não está proporcionando a melhora da sua qualidade de vida. Portanto, mãos à obra e procure novas alternativas. Desejo sucesso nessa empreitada!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
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Instagram:@douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
Já sofri disso e ás vezes tenho algumas recaídas. Como sou observador já entendi que, numa aproximação aleatória minha, que a maioria dos homens odeia urinar próximo à outro homem em mictórios públicos. Vejo isto constantemente em shoppings, na faculdade e mesmo no trabalho. O meu caso tenho certeza que é devido à “neura” com tamanho do meu pênis. Caso tenha que urinar próximo a alguém adotei como técnica sempre apertar aquele botão que libera a água do mictório e fechar os olhos e pensar em um cachoeira jorrando água bem forte. Resolver na maioria das vezes. Agora outro que sofro que não tem solução é fazer o “número 2” em banheiro público. Só consigo no trabalho se não tiver como segurar mesmo e o banheiro tem que estar vazio. Terrível.