“Bom dia, Dr. Douglas Amorim. Sou casado há nove anos com uma mulher que é dezesseis anos mais velha que eu. Sobre o ponto de vista sexual, nossa vida, antigamente, era maravilhosa. Tínhamos uma sintonia incrível e ela sempre alcançava o clímax. Era raro alguma noite em que ela não conseguisse gozar; inclusive, muitas vezes, conseguíamos gozar juntos. O casamento em si sempre foi um tanto quanto turbulento. Apesar de eu sempre amá-la e nunca tê-la traído, sei que nunca confiou em mim. Ela é do tipo ciumenta, controladora e, por vezes, possessiva. No começo do relacionamento, aguentava as coisas calado. Hoje em dia, perco a paciência à toa, e, inevitavelmente, acabamos em discussão. Sou do tipo de pessoa que sempre fez tudo o que ela quer, mas, de uns tempos pra cá, desde que comecei a negar, ela passou a me tratar de um jeito displicente e agressivo. Um dia, ameacei terminar e ela tentou me agredir. Hoje, encontro-me endividado, por sempre satisfazer suas vontades. Ela é egoísta, não faz nada pra mim e quer controlar minha vida financeira. Eu não aceito. Como comecei a ser linha dura, ela passou a ser hostil comigo. Quero coragem pra separar, mas não consigo. Faço a linha tímido e medroso e tenho dificuldades pra tomar decisões difíceis. Por ter tido uma criação super protetora, não fui preparado pra encarar a vida de frente. Pra piorar, tem aproximadamente sete meses que não temos relações sexuais. Sempre que a procuro, recebo uma negativa. Cada dia dá uma desculpa diferente. Estou começando a desejar outras mulheres também. Como resolver esse problema”?
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Resposta:
Querido leitor, vejo problemas muito sérios na sua relação. Pra começo de conversa, eu gostaria de saber se a relação de vocês era turbulenta, desde o namoro. Infelizmente, a partir do seu e-mail, não consegui detectar. Se a tormenta estava presente desde cedo e, você decidiu casar pelo fato de terem uma vida sexual bastante intensa, saiba que sua atitude pode ter sido um erro. Sexo é ótimo e todos sabemos disso. Agora, achar que isso pode ser o sustentáculo de um casamento, é o mesmo que acreditar em gnomos e duendes. De acordo com seu relato, o sexo foi a única coisa que se manteve positiva ao longo dos tempos. Você percebe isso? Todo o restante apresenta conotação negativa que, inclusive, passou a permear a esfera sexual, a partir de um dado momento. Eu te pergunto: o que seu casamento tem de bom hoje em dia? De acordo com o que foi dito, nada, ou então, muito pouco.
Vamos aos fatos. Você disse que ela é ciumenta, agressiva e controladora. Viver com uma pessoa assim é extremamente difícil, uma vez que você é colocado sob desconfiança a todo instante. Uma das bases de qualquer relacionamento afetivo é a confiança, ora. Apesar de você nunca tê-la traído, as suspeitas são diárias e, sua honestidade e fidelidade, são questionadas diariamente. Na sequência de sua mensagem, você disse que aguentou tudo calado, mas que, num determinado momento, não o fez mais e passou a manifestar seus pensamentos e sentimentos. E, qual foi a atitude dela? Passou a te tratar de forma agressiva e displicente, a partir do instante em que parou de fazer todas as suas vontades. O que será que ela deseja? Um marido ou um escravo? Daí, num dia em que sua paciência se esgotou e você cogitou a separação, ela perdeu o controle e tentou te agredir. Puxa vida, não te parece muita coisa? Pra mim, um casamento nestes moldes é um verdadeiro fardo!
Pra piorar a situação, você, por ter feito todas as vontades dela, acabou ficando endividado. Querido leitor, por que você deixou as coisas chegarem a este ponto? Por amor? Eu até entendo que, quando amamos uma pessoa, queremos fazer tudo por ela. Porém, tudo na vida tem limite. Segundo você, ela é egoísta e tenta controlar, inclusive, sua vida financeira. Ainda bem que você não tem mais deixado isso acontecer. Se já está endividado, sua situação poderia ficar ainda pior, caso o permitisse. A partir de então, sua esposa começou a ter atitudes hostis e, a única coisa que se mostrava positiva – sexo – foi extinta. Tanto, que vocês não transam a mais de sete meses. É lógico que você iria começar a desejar outras mulheres. Dentro de um casamento, o lado sexual é importante, apesar de não ser tudo. Essas negativas por parte dela, me fazem pensar numa espécie de vingança, em virtude de você ter parado de se portar como uma marionete em suas mãos.
Dicas pra você: se vocês já tentaram acertar os ponteiros por meio do diálogo e nada mudou, na minha humilde opinião, não faz o menor sentido continuar casado. Se vocês não tentaram fazê-lo, por meio de uma conversa madura e equilibrada, passou da hora de fazê-lo. Um casamento tem de acontecer para melhorar nossas vidas e não, fazer delas um inferno. Portanto, minha observação final, está partindo da sua afirmação de querer se separar, porém, não conseguir tomar tal atitude. Li em sua mensagem, o fato de dizer que tem dificuldades em tomar decisões sérias, pelo fato de ter tido uma criação superprotetora. Isso se deu por parte de sua mãe? Será que, por esse motivo, inconscientemente, você quis se casar com uma mulher dezesseis anos mais velha? Ou seja, uma espécie de “segunda mãe”? Pense bem nisso.
Fazer a linha tímida e medrosa não leva ninguém a lugar nenhum. Querido leitor, todos nós, mais cedo ou mais tarde, somos intimados pela própria vida, a nos posicionarmos. Sua vida afetiva e sexual está aos frangalhos. Traduzindo: é um casamento em ruínas. Nada pode ser pior do que isso em termos amorosos. Acredite em si mesmo e faça do dia de hoje, o dia da mudança. O dia que você irá começar a confiar mais em sua capacidade de decidir o que é melhor para você. Nada mais adequado para fazer essa vidara em sua vida, do que uma situação tão adversa como a que está passando. Nada justifica permanecer num quadro deste. Todos nós temos o direito de sermos felizes no amor. No entanto, lembre-se: se escolhemos mal a pessoa, a chance de êxito diminui. Reflita sobre estas questões, arregace as mangas e siga em frente. Há muito pra se viver. E, o mais importante. Há muito pra se viver, com qualidade, ok!? Boa sorte!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
Instagram:@douglasamorimpsicologo
Passo por um caso parecido…
Minha mulher não me respeita,sempre quer gritar,nunca aceita ser confrontada…nunca admite seus erros e nem reconhece as coisas boas que eu faço pra e por ela…
Desde o nosso namoro foi assim…nos separamos algumas vezes no namoro…aí ela engravidou e com a gravidez eu passei a atirar tudo,sem muita discussão…
Mais toda vez que brigamos ela sempre fala que quer separar ou termina comigo. Eu sempre tenho q ir consertar as coisas…
Penso muito pq não queria perder nenhum dia do crescimento da minha filha… Mais n aguento mais ser tratado assim…
N sei oq fazer…
Olá, Úrsula. Fui eu mesmo quem escreveu. Ninguém, além de mim, tem acesso ao blog, ok!? Um abraço pra você!
Sempre leio a coluna do psicólogo, e hoje, me pareceu que a resposta ao leitor não fora elaborada por ele….penso que a atuação dele nos comentários anteriores é infinitamente mais ponderada no que se refere às opiniões às dúvidas dos leitores que encaminham os emails que são publicados…Não sei se fui clara, mas que ficou estranho ficou…