“Boa tarde, Dr. Douglas e parabéns pelo trabalho! Tenho 30 anos, casada há 04 e tenho 01 filha de 02 anos. Antes de meu marido e eu nos casarmos, namoramos durante 10 anos e, nesse período, tivemos muitos desacertos. Nos separamos, brigamos e até fomos infiéis em diversos momentos, talvez pela imaturidade e por termos começado a namorar muito cedo. Neste período, crescemos e amadurecemos, tomamos consciência do amor que ambos sentíamos um pelo outro e resolvemos nos casar. Até ai tudo bem; porém, após poucos meses de casada, descobri que meu marido havia me traído antes do casamento e que ele havia tido uma filha, que hoje está com 03 anos. Ele me afirmou que não sabia de nada também, mas, nesse momento, eu só pensava na traição e na decepção que tive com esse casamento; meu mundo desabou… Acho que nem preciso entrar em detalhes… Sem querer alongar muito a situação, após o choque que passei, e muita conversa, acabei decidindo ficar com ele. A questão é que, desse dia em diante, minha vida tem sido um inferno! Não consigo superar essa situação como pensei que superaria. Já propus a separação por diversas vezes, mas não sei se é o amor que sinto, que sempre acaba me levando a desistir. Confesso que meu marido, desde quando nos casamos, tenta de diversas formas, fazer com que eu me sinta amada. Tenta a todo custo suprir esse desastre que aconteceu no nosso casamento. No entanto, nada que ele faça, consegue tirar do meu coração a dor que sinto. Não estou sabendo mais o que fazer. Não tenho nenhuma vontade de conviver com a criança. Olhar na cara dela me causa sofrimento dobrado! Na mesma hora que penso em me separar e acabar com esse sofrimento que venho levando em silêncio, vem um sentimento que me impede de tomar essa decisão. O que devo fazer”?
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Resposta:
Querida leitora, de acordo com o que foi dito, vocês têm uma longa história. Um namoro de 10 anos é um tempo considerável e seu relato menciona a questão da imaturidade. Durante este período, houve desacertos, brigas e até traições de ambas as partes. Isso é muito comum em relacionamentos que começam em idade precoce. Entretanto, mesmo depois de tanta turbulência, algo muito forte continuou fazendo com que vocês permanecessem ligados um ao outro. Isso parece ser atestado a partir do ponto em que você afirma que, o amadurecimento de ambos, fez com que tomassem consciência do sentimento que tinham um pelo outro. Em síntese, estamos falando de amor. Ao que tudo indica, após a maturidade ter chegado para vocês, a decisão de se casarem foi uma consequência da intensidade desta ligação afetiva.
Pois bem. Tudo transcorria de forma satisfatória, até que, poucos meses depois de casada, você descobriu uma traição. Pra piorar, constatou, também, que esse ato ainda resultou no surgimento de uma filha. Posso imaginar tudo o que passou pela sua cabeça. Deve ter sido uma cena de filme de terror. Não sei como você descobriu, mas, fato é que aconteceu, e hoje, esta criança está com três anos de idade. De acordo com seu relato, fiquei pensando se, esse episódio, não teria ocorrido exatamente na época em que você descreveu como um período de imaturidade dos dois, no qual ocorreram, inclusive, traições por parte de ambos. Se ele não tivesse engravidado essa mulher, você teria ficado tão abalada ou seria mais compreensiva? Apenas você tem condições de responder a essa questão.
Dicas pra você: querida leitora, vamos por partes. O primeiro aspecto que gostaria de convidá-la a refletir é sobre a questão do perdão. Para continuar este casamento, o primeiro passo a ser dado é perdoar o que aconteceu, sabendo que, no passado, enquanto eram namorados, houve esse tipo de situação de ambas as partes. Sem isso, não tem como seguir adiante. Perdoar não significa passar uma borracha em cima do assunto ou fingir que nada aconteceu. Na verdade, penso que seja o inverso disso. É lembrar que houve um erro grave mas que, de acordo com que o parceiro está apresentando, opta-se por dar ao outro uma segunda chance, dando um voto de confiança. Fora isso, nada feito.
Partindo-se do pressuposto de que isso ocorra, o segundo passo, seria não ficar revisitando este assunto a todo instante. Isso traria ainda mais sofrimento para o casal, além de ficar absolutamente inviável, conviver com uma pessoa que joga tal fato na cara do outro a todo momento. Temos ainda, a questão da filha dele. Se o fato dele ter ficado sabendo da sua existência apenas agora, realmente for verdade, penso que a mãe desta criança teve uma conduta deplorável em todos os sentidos. Mas, isso não é assunto para este post. Você disse ainda que não tem a menor vontade de conviver com essa filha. E quem disse que você é obrigada a fazer isso? É claro que não é. E, optando por continuar seu casamento, é direito seu dizer que não quer ter nenhuma convivência com ela, ora.
Por fim, é necessário registrar o esforço que ele vem fazendo pra ser um bom marido. É preciso analisar todas as qualidades que seu parceiro tem, aliadas às atitudes que vem tomando para manter um bom casamento. Entendo totalmente o pensamento de separação que atravessa sua mente e, isso também deve ser considerado. Na minha humilde opinião, o que irá nortear a continuidade ou não do seu relacionamento, deve ser sua capacidade de perdoar e voltar a confiar. Se isso estiver além das suas forças, permanecer casada será um martírio diário pelo resto da vida. E lembre-se: você é jovem, tem apenas trinta anos e não pode se condenar a tamanho sofrimento. Pense nisso e tome sua decisão da forma mais serena possível, sem ser impulsiva. Se não estiver conseguindo chegar a uma conclusão sozinha, vale a pena pensar em procurar um bom psicólogo pra te ajudar na elaboração desta questão. Boa sorte!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
Instagram:@douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
Sabia que ele tinha te traído efeito um filho em outra e resolveu engravidar dele… é muita burrice.
Bom dia! Vou deixar minha humilde opinião. Diante do exposto, essas situações fazem parte do nosso cotidiano e cabem a nós avaliarmos de forma bem sensata para tomar decisão. Passei por uma situação de separação e sei quais sentimentos são percebidos nesse momento. Leitora, como experiência própria, digo que o maior sentimento que existe é o princípio “amor”. Diante desse princípio, acredito que todas as outras situações podem ser resolvidas, podemos amadurecer diante dos problemas, que é o seu caso. Quando amamos uma pessoa e somos correspondidos, que entendo ser esse sentimento entre você e seu parceiro, essa é a base da relação. Portanto essa é minha opinião, se existe esse “amor” entre vocês, os demais problemas devem ser encarados e resolvidos por ambos através de diálogo e respeito. Boa sorte!!!
Ola, boa tarde. Li o que que escreveu e estou deixando o que penso. Vejo que você deve levar adiante o seu casamento. Se você gosta dele e ele de você como vem mostrando pelo seu relato e pelo amadurecimento da relação, pois chegou até ao casamento. O passado ficou para traz. Viva o presente, o agora. Vai ser feliz. Vida segue. Pode ser verdade que seu marido casou com você não sabendo que tinha uma filha de tantos anos. Porque ele iria mentir e casar com você? Se você gosta dele, devera apoialo em tudo, dar carinho. Para que uma relação de certo, tem que existir a troca., respeito. Trate a filha dele como se fosse sua filha, dando carinho atenção. Ela não tem culpa de ter vindo ao mundo e do que aconteceu com os pais delas, por não estarem juntos. Não faça com os outros o que não gostaria que fizesse com você ou com seus filhos . Não jogue seu casamento no lixo por motivo de insegurança, Se você arrepender, pode ser tarde e seu marido pode não a querer mais e partir para outra. Boa sorte no que escolher. Feliz 2017.