“Olá, Dr. Douglas! Primeiramente, gostaria de lhe parabenizar, pelo trabalho que faz por meio da internet. É muito importante saber que existe alguém que se dispõe a tirar as dúvidas das pessoas sobre assuntos psicológicos. Eu tenho 16 anos e queria saber se nessa idade, é comum ter um certo desgaste psicológico. Já passei por alguns problemas como, por exemplo, ruminação mental e TOC. Este último, antigamente, era muito complicado para mim, mas, com o tempo, melhorou bastante. Um abraço e aguardo sua resposta”!
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Resposta:
Querida leitora, antes de mais nada, muito obrigado pelos elogios. São palavras carinhosas como as suas, que me fazem ter a certeza de estar na direção correta. Qualquer pessoa pode sofrer desgaste psicológico! Inclusive crianças! É ruim dizer isso mas, pra existir a possibilidade de sofrimentos físicos e psicológicos, basta nascermos. Existem teóricos que defendem, até mesmo, a possibilidade de o bebê sofrer psicologicamente, ainda dentro da barriga da mãe. Como eu não estudei nada a respeito, não tenho como opinar. O que posso dizer, é que desgastes psicológicos, podem ocorrer em qualquer fase da vida.
Fiquei pensando aqui na questão do bebê. Suponhamos que a mãe seja uma pessoa muito relapsa e não alimente o filho nos momentos adequados. E imaginemos ainda que ela aja assim constantemente. Fome é uma questão biológica, sem sombra de dúvida. Mas, será que uma mãe que não alimenta adequadamente o bebê, além de produzir estresse físico na criança, também não estaria propiciando estresse mental? Na minha humilde opinião, sim. Ele só não conta de verbalizar esse sofrimento porque ainda não fez a aquisição da linguagem formal. Porém, na linguagem dele – choro, agitação etc. – também está presente a manifestação do sofrimento emocional.
Psicólogos e psiquiatras infantis sabem que crianças podem apresentar diversos tipos de sintomas físicos e psicológicos, que são oriundos de perturbações emocionais. Se você nunca ouviu falar, saiba que existe, até mesmo, o quadro de depressão infantil. Ele pode ser causado por vários motivos variados. Pode ser em virtude de condições inadequadas em escolas, passando por situações recorrentes de bullying, até o fato de presenciar relações violentas entre os pais, que traumatizam a criança e trazem prejuízos psicológicos evidentes. Portanto, como você podem bem observar, questões emocionais sérias, podem se fazer presentes não só da adolescência em diante, como, também, antes dela.
Dicas pra você: o mais importante para todas as pessoas é procurar viver bem. Claro que não me refiro a uma vida perfeita porque, isso simplesmente não existe. Refiro-me a cuidar bem de si mesmo, ter uma boa alimentação, boas horas de sono e descanso, estabelecer relações sociais que sejam saudáveis, o mesmo valendo para relacionamentos afetivos. Procurar estudar e trabalhar em cursos e atividades com os quais você se identifique, cuidar da espiritualidade e cultivar bons pensamentos. A sua pergunta mencionou ruminação mental e TOC, que significa Transtorno Obsessivo Compulsivo. Uma das características deste quadro é a ruminação mental. Ou seja, a insistência de pensamentos que trazem sofrimento e angústia. Como todo adoecimento mental, necessita de tratamento. Apesar de você dizer que está bem melhor hoje, é importante prestar bastante atenção pra saber se essa melhora foi viabilizada por meio de tratamentos ou simplesmente aconteceu, meio que do nada. Fique bem atenta pois, se este for o caso, existe uma possibilidade dos pensamentos ruminantes voltarem. Ao menor sinal disso, procure ajuda, ok!? No mais, curta sua vida de maneira responsável e vá ser feliz!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
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