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“Olá, Dr. Douglas, tudo bem? Gostaria de saber se é possível uma pessoa leiga avaliar se alguém próximo a ela está com depressão. O isolamento e a falta de ânimo podem ser indícios disso? E o que poderia ser feito para ajudá-la? Obrigada e aguardo sua resposta”.
Resposta:
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer a todos que Depressão é uma doença. Infelizmente, com o passar dos anos, o uso desta palavra foi banalizado, ao ponto de qualquer tristeza ser chamada de Depressão. Tristeza é um sentimento como qualquer outro que perpassa a vida humana. Sentimos alegria, raiva, medo, ciúme, inveja, coragem e, obviamente, tristeza. Quando acontecimentos do dia a dia nos aborrecem e ficamos tristes, é preciso entender que isso é uma condição absolutamente normal e esperada. Como não ficar triste com a perda de um emprego que tanto se gostava? Ainda mais nestes tempos de crise. Como não ficar triste se uma pessoa que você ama muito, simplesmente terminar o relacionamento com você da noite para o dia? Não somos robôs, ora. No entanto, espera-se que, passado um período, a pessoa se reorganize emocionalmente e volte a tocar a vida.
Agora, quando a pessoa fica estagnada nessa tristeza durante um tempo considerável e começa a apresentar alguns outros sintomas (que serão descritos na sequência), podemos começar a pensar em Depressão. Ou seja, a partir daí, estamos falando de uma doença. É importante dizer também que um quadro depressivo, não necessariamente tem de ser desencadeado por algum fato específico ou circunstância. Existe a possibilidade de um desequilíbrio bioquímico cerebral, no qual substâncias conhecidas como neurotransmissores, ficam de certa forma “desregulados” e podem, também, desencadear sintomas depressivos.
A Depressão, em geral, pode ser diagnosticada em três níveis: leve, moderada e grave. Na Depressão leve, a pessoa dá conta de fazer as suas atividades do dia a dia, no entanto, fazendo algum esforço a mais do que o usual. No quadro moderado, possivelmente ela dará conta, mas, terá de fazer um esforço bem maior, ao passo que, no nível grave, dificilmente ela conseguirá seguir sua rotina. Não é prudente dizer que uma pessoa leiga possa diagnosticar um quadro depressivo, inclusive porque, esse tipo de avaliação, deve ser feito apenas por profissionais de saúde. Entretanto, levando-se em consideração o que foi dito até o momento, acrescentando-se o conhecimento do sintomas descritos a seguir, é possível sim, uma pessoa que não seja da área de saúde, identificar alguns sinais para, a partir desta constatação, buscar ajuda profissional.
Basicamente, os critérios diagnósticos para Depressão são:
Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas semanas e que representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos um dos sintomas é: 1) humor deprimido ou 2) perda de interesse ou prazer
Dica pra você: o desânimo e o isolamento, por si só, não servem para que um quadro depressivo seja diagnosticado. Como pôde ser visto, é necessário que o indivíduo apresente outros sintomas para que possamos falar em doença. Inclusive porque, muitos de nós, em determinadas épocas da vida e por motivos diversos, podemos estar mais desanimados e/ou sem vontade de conviver com muita gente, não é mesmo? Obviamente, isso não significará que estamos deprimidos.
Quanto ao que poderia ser feito para ajudar uma pessoa deprimida, sem sombra de dúvida, a melhor orientação é procurar por ajuda especializada. Como mencionei há pouco, existem níveis diferentes de Depressão, que requerem abordagens diferentes. O que vou dizer a seguir, tem relação direta com minha experiência clínica ao longo de praticamente 20 anos de Psicologia, e tem se mostrado bastante eficaz. A primeira coisa a se fazer é procurar um bom psicólogo. Mas, por que psicólogo e não psiquiatra? A resposta é muito simples: em um bom número de casos, a psicoterapia pode ser suficiente para que o paciente reorganize sua vida e saia do quadro depressivo, sem a necessidade de medicação. A partir dessa avaliação inicial com o psicólogo é que se diagnosticará o nível da doença e o formato do tratamento.
Nos casos em que se percebe que apenas a psicoterapia será insuficiente para o paciente (e isso irá depender da capacidade avaliativa do psicólogo), faz-se necessário o encaminhamento para um profissional psiquiatra, objetivando administração de medicação. Nestes casos, o trabalho de psicoterapia associado à medicação antidepressiva indicada pelo médico, é o melhor caminho. Se for necessário usar medicação, não há o que temer. Muita gente diz que tem medo de ficar dependente de antidepressivos. Vale o registro: antidepressivos não causam dependência. Se você está assim ou conhece alguém que esteja apresentando os sintomas descritos neste post, o melhor que se pode fazer é procurar ajuda profissional o quanto antes. Quanto mais se demora, mais sofrimento e mais difícil se torna o tratamento.
Um abraço,
Douglas Amorim
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