Último dos indicados ao Oscar de Melhor Filme a chegar aos cinemas brasileiros, Entre Mulheres (Women Talking, 2022) traz exatamente o que seu título original indica: mulheres conversando e buscando um consenso. O tópico da discussão é complexo e entra na seara da religião. Estariam elas à mercê da vontade de Deus, tendo por isso que se resignar, ou poderiam tomar providências? Essa é a grande questão, discutida ao longo de cento e poucos minutos.
O livro de Miriam Toews que serviu de base ao roteiro remonta a uma história real: entre 2005 e 2009, mais de 100 mulheres na Colônia Manitoba, na Bolívia, foram anestesiadas e estupradas por homens locais usando remédios animais. Quando as atacadas chamavam atenção para o fato, eram tidas como histéricas, imaginativas, e os atos chegaram a serem atribuídos a demônios.
Mesmo com homens sendo pegos no ato, nada aconteceu a eles. Religiosas e ultraconservadoras, essas mulheres chegaram a um impasse: deveriam elas ficar quietas e aceitar; dar o grito e lutar; ou simplesmente partir? Essa trama foi recontada de forma ficcional por Toews e adaptada para o Cinema por Sarah Polley (lembrada por comandar Entre o Amor e a Paixão, 2011, entre outros). Elas se reúnem e conversam sobre o que fazer, mostrando que as mulheres devem se apoiar e são mais fortes juntas.
Escrito e dirigido por Polley, Entre Mulheres garantiu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e traz um elenco fantástico. À frente, temos três nomes mais do que competentes: Rooney Mara (de O Beco do Pesadelo, 2021), Claire Foy (de O Primeiro Homem, 2018) e Jessie Buckley (de Estou Pensando em Acabar com Tudo, 2020). Duas veteranas fecham o núcleo principal: a também produtora Frances McDormand (de A Tragédia de Macbeth, 2021) e Judith Ivey (a mãe de Keanu Reeves em Advogado do Diabo, 1996).
Com um texto bem escrito e ótimas atrizes para defendê-lo, a qualidade do resultado é garantida. E ainda vemos Ben Wishaw (o Q de 007) no único papel masculino do longa, deixando os holofotes para grandes mulheres contarem uma história aparentemente simples, mas muito impactante. Polley não perde a oportunidade de fazer um belo manifesto sobre as dificuldades que as mulheres vivem num mundo misógino, inclusive onde os homens se dizem religiosos e cidadãos de bem.
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