Com números fracos e críticas pouco empolgantes lá fora, o novo longa do Universo Cinematográfico Marvel chegou aos cinemas no nosso Carnaval, o que também não ajuda. Mesmo atualmente em primeiro lugar nas bilheterias nacionais, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania, 2023) despencou internacionalmente entre suas duas primeiras semanas de exibição. Nem a promessa de apresentar o próximo grande vilão desse universo motivou o público.
Apresentado rapidamente na série do Loki, Kang, O Conquistador tem um pouco mais de sua história contada. Tido como a grande ameaça a todo o multiverso (após a derrota de Thanos), o sujeito tem sua grande força em seu intérprete: Jonathan Majors, muito elogiado em Lovecraft County e altamente esperado no novo Creed III (2023). O ator traz simpatia ao vilão e deixa o espectador em cima do muro quanto a seus propósitos. O que, no fim das contas, nunca fica muito claro.
Scott Lang, o Homem-Formiga vivido por Paul Rudd, continua uma figura agradável, numa quantidade menor de piadas, o que é ótimo. No entanto, Hank Pym, o primeiro Homem-Formiga, vivido por Michael Douglas, tem mais destaque na trama, assim como Janet (Michelle Pfeiffer), e isso torna Scott e Hope (Evangeline Lilly) um tanto apagados. E a filha de Scott, Cassie Lang (Kathryn Newton, de Freaky, 2020), aparece do nada como uma nova heroína. Assim como o Dr. Estranho (No Multiverso da Loucura, 2022), ela parece inteligente e experiente, mas causa toda a confusão.
Além de uma história sem graça e sem nexo, o outro problema desse Quantumania é o poder do antagonista. Vendido como extremamente poderoso, Kang poderia ter tomado medidas para garantir que seu plano fosse bem sucedido de cara, o que resolveria tudo em minutos. Decisões são adiadas apenas para que o filme exista, já que caso contrário ele não se justificaria. O personagem tem traços interessantes, mesmo que não o conheçamos direito, e os efeitos visuais melhoraram, mas ele perde a mão na reta final e vira mais um genérico qualquer.
A Marvel é sempre acusada de ligar suas produções a tal ponto que, se você perde alguma, fica difícil entender o que está acontecendo. Não é bem assim, mas algumas obras são realmente mais importantes para se pegar o fio da meada. Para acompanhar Quantumania, é bom ter visto Loki e as aventuras anteriores do Homem-Formiga. Figuras como MODOK serão melhor compreendidas. As cenas dos créditos (duas) são sempre pistas para o que vem pela frente, reforçando essa ligação tipo esquema de pirâmide. Para os fãs do eterno caça-fantasma Bill Murray, a ponta pode valer a sessão.
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