Os indicados ao Oscar 2022 foram revelados e, fora os títulos principais, com diversas indicações (como Ataque dos Cães, com 12), há vários filmes lembrados em poucas categorias, por características específicas, como Melhor Cabelo e Maquiagem (caso de Casa Gucci). Conheça a seguir alguns desses indicados.
A Filha Perdida (The Lost Daughter, 2021)
A badalada estreia de Maggie Gyllenhaal na direção adapta um livro da premiada escritora Elena Ferrante. O elenco eficiente é liderado por Olivia Collman e Jessie Buckman, que vivem a mesma personagem em momentos diferentes. Enquanto mais velha, ela vive uma situação que a faz lembrar de quando tomou decisões que a sociedade normalmente recriminaria. Assuntos importantes, como o impacto da maternidade na vida de uma mulher, se perdem em um roteiro (indicado) falho que quer desesperadamente nos levar a acreditar em algo apenas para mostrar que aquilo não aconteceu de fato.
Os Olhos de Tammy Faye (The Eyes of Tammy Faye, 2021)
Drama eficiente sobre a facilidade com que evangelizadores se perdem ao começarem a ganhar rios de dinheiro doados pelos seguidores. Jessica Chastain e Andrew Garfield são excelentes vivendo o casal que começa bem-intencionado, mas logo passa a valorizar muito carros chiques e casacos extravagantes. Mesmo sendo uma história real, é facilmente transposto para países como o Brasil, onde escândalos com mercadores da fé não são raros.
Tick, tick… Boom (2021)
A vida de Jonathan Larson foi mais interessante que as peças que ele escreveu – como Rent. Andrew Garfield brilha em mais um papel e se firma como um dos melhores atores de sua geração trazendo um alento a todos que se sentem velhos aos trinta e acham que deveriam ter sido mais na vida. Otimista sem ser piegas, o filme mostra também o lado difícil de se dedicar a um sonho e ter que abrir mão do que não é considerado prioridade, por mais importante que seja.
A Pior Pessoa do Mundo (Verdens Verste Menneske, 2021)
Uma personagem crível, falha e amável nos faz seguir sua jornada sem ver o tempo passar. Falado em norueguês, o longa traz uma história original do também diretor Joachim Trier e Eskil Vogt que poderia ser ambientada em diversos países, a identificação com Julie é muito fácil. Mérito também da ótima Renate Reinsve, que faz com que acreditemos em cada uma de suas ações e torçamos por ela em suas vidas profissional e amorosa. É quase um Fleabag: Origens.
Luca (2021)
Ambientado na costa da Riviera italiana, Luca traz um garoto que busca viver as emoções da idade e amadurecer na velha tradição dos filmes “coming of age“. Só que há um pequeno segredo: ele e o amigo são criaturas marinhas que, quando em terra, secos, tomam forma humana e se misturam aos demais. É sensível, bonito e serve como alegoria para jovens que se descobrem LGBTQIA+, tendo mais com o que lidar que o de costume.
Casa Gucci (House of Gucci, 2021)
Uma história de traição, vingança e crime que usa um tom de farsa que pode não ter agradado a muitos. Atores de língua inglesa falando com sotaque italiano e misturando expressões nas duas línguas pode ficar um pouco cômico, fugindo da premissa de uma briga de família por um império milionário da moda. Um elenco estelar que inclui Lady Gaga, Adam Driver, Jeremy Irons, Al Pacino e Salma Hayek conduzido pelo grande Ridley Scott poderia ter alçado um voo maior. Está longe de ser ruim, mas teria um resultado melhor nas mãos de um Scorsese, acostumado a filmes crus de máfia.
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