Em 2016, a Warner cometeu Esquadrão Suicida (Suicide Squad), uma decepção retumbante que desperdiçou uma premissa promissora. Sem ter a menor ideia do que fazer com esse bando de desajustados, o diretor David Ayer fez uma cópia pobre, sem brilho e sem humor de Os Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014). A Warner, então, fez o óbvio: contratou o responsável por Guardiões, James Gunn, para tentar novamente com a ideia, dessa vez acrescentando um artigo ao título: O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad, 2021). Assim, não deixa claro se é sequência ou reboot e não afasta o público que não gostou do primeiro.
Como trata-se de um grupo formado com os recursos que se tem a cada nova missão, não era necessário repetir as peças – como no caso de Guardiões, que são sempre os mesmos por serem quase uma família. Alguns atores não iam querer repetir o papelão. Mesmo não sendo culpa deles, alguém como Will Smith não ia se expor daquela forma novamente. James Gunn, pelo visto, sabe ser convincente, e conseguiu trazer a bordo gente como o impecável Idris Elba (de Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw, 2019). E é competente o suficiente para usar bem uma figura duvidosa como John Cena (de Velozes e Furiosos 9, 2021), que foi muito bem encaixado.
Claro que, somando-se às caras novas, temos algumas figurinhas carimbadas. Se o dispensável Jai Courtney volta, também o fazem os ótimos Viola Davis, Joel Kinnaman e a favorita da torcida do Flamengo: Margot Robbie, vivendo a Arlequina pela terceira vez. A atriz se mostra muito à vontade no papel, e o roteiro – do próprio Gunn – dá a ela mais destaque. Mesmo sendo apenas uma psicótica sem nenhum poder. Aqui, ela mata mais e participa de algumas cenas loucas, o que acaba acontecendo com outros personagens também. Escapes cômicos se misturam a trechos de ação desenfreada, mantendo um equilíbrio bem-vindo.
A missão perigosíssima que demanda usar lunáticos condenados envolve um projeto secreto numa república de bananas que lembra o primeiro Mercenários (The Expendables, 2010), mas envolve um elemento alienígena que logo ganha em escala e vai à loucura. Por mais imaginativo que Gunn seja, ele sempre deixa um pé em sua fonte, os quadrinhos da DC. E, como era de se esperar, ele faz um ótimo uso da trilha sonora, ao contrário daquela bagunça de Ayer, que se contentava em enfileirar medalhões numa tentativa ridícula de ganhar o público pelo ouvido. Assim como em Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead, 2004), que escreveu, Gunn começa com Johnny Cash, o que é sempre um prazer. E ainda tem muito a ver com o tema prisional.
Muito se fala em uma versão do diretor do primeiro Esquadrão, como se a visão pretendida por Ayer fosse muito diferente da que vimos nos cinemas. A verdade é que é praticamente impossível salvar aquela tragédia de 2016. Gunn foi mais esperto: seguiu outro caminho, deu uma identidade própria ao longa e conseguiu um resultado bem satisfatório. Os fãs de quadrinhos devem ser bem atendidos, assim como quem não tem a menor ideia de quem seriam aqueles indivíduos. Conhecendo ou não a base, é muito legal ver Michael Rooker (o Yondu de Guardiões) com cara de mau botando pra quebrar. Ou um tubarão humanoide que come seus inimigos e tem a voz de ninguém menos que Sylvester Stallone.
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