por Marcelo Seabra
Depois de chamar atenção em meio aos criminosos do horroroso Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016), Arlequina seguiu caminho para ter sua aventura solo. Mas ela não está exatamente sozinha em Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn, 2020), ganhando a companhia de outras personagens que costumam ser vistas andando por Gotham City. Batman e Coringa não foram convidados para a festa, deixando o protagonismo para estas mulheres que, mesmo diferentes, precisam se unir contra um vilão poderoso.
Margot Robbie, indicada ao Oscar este ano como atriz coadjuvante por O Escândalo (Bombshell, 2019), volta ao papel da namorada do Palhaço do Crime, criada em 1992 por Bruce Timm e Paul Dini para o desenho do Homem-Morcego. Desta vez, no entanto, a briga entre o casal foi feia e Arlequina precisa aprender a se virar sozinha, sem poder contar com seu “pudinzinho”. Mas era a proteção do Coringa que garantia a segurança dela no submundo da cidade. Agora, ela está à própria sorte. Entre seus vários desafetos, está o dono de bar e mafioso Roman Sionis (Ewan McGregor, de Doutor Sono, 2019).
Com várias situações se cruzando, Arlequina percebe que há outras mulheres fugindo de Sionis e que elas deveriam se unir. Nesse meio tempo, conhecemos a misteriosa Caçadora (Mary Elizabeth Winstead, de Projeto Gemini, 2019); a cantora Dinah Lance (Jurnee Smollett-Bell, de True Blood); a policial Renee Montoya (Rosie Perez, de A Escolha Perfeita 2, 2016); e a trombadinha Cassandra Cain (Ella Jay Basco, fazendo sua estreia na tela grande). Não temos a oportunidade de conhecer a fundo nenhuma delas. As histórias que ficam mais claras são as de Arlequina, que já conhecíamos, e da Caçadora, e mesmo assim bem por alto.
Fãs dos quadrinhos podem ficar chateados com as muitas mudanças do roteiro em relação à fonte. Sionis, o Máscara Negra, por exemplo, é bem menos ameaçador e mais caricato. Para o filme, funciona bem, e McGregor parece estar se divertindo. Ele é tão espalhafatoso quanto os demais elementos em cena, o que resulta em uma obra bem mais colorida que outras produções da DC. A Gotham mostrada aqui é bem diferente da cidade deprimente de Coringa (Joker, 2019), a fotografia de Matthew Libatique (de Venom, 2018) está mais para o Batman de Joel Schumacher, sempre acompanhada de músicas interessantes que reforçam o poder feminino da obra.
Se o roteiro de Christina Hodson (de Bumblebee, 2018) é raso, a diretora Cathy Yan (de Dead Pigs, 2018) costura bem as sequências e imprime um ritmo ágil ao longa. As coreografias de lutas são bem falsas, com capangas levando um chute na barriga e caindo desacordados, o que se alterna com tiros e explosões que elevam o nível de violência, sempre com aquele ar de mentirinha. Aves de Rapina não chega a ser um Deadpool, o que parecia ser a ideia aqui. Mas é divertido o suficiente e passa longe de um Esquadrão Suicida, o que é uma ótima notícia. E nada impede que cada personagem ganhe sua aventura solo, que vá desenvolvê-las melhor.
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