por Marcelo Seabra
Em 2015, tivemos nos cinemas um novo episódio da saga Star Wars após um longo hiato. Coube a J.J. Abrams a grande responsabilidade de conduzir personagens tão amados, além de apresentar os novos responsáveis por darem continuidade à série. O Despertar da Força (The Force Awakens, 2015) foi muito bem recebido por fãs e novatos. No entanto, o episódio seguinte, Os Últimos Jedi (The Last Jedi, 2017), teve uma recepção dividida, o que levou a Lucasfilm a fazer uma escolha mais segura: trazer Abrams de volta.
Star Wars: A Ascensão Skywalker (Star Wars: Episode IX – The Rise of Skywalker, 2019) acabou tomando um rumo diferente do que parecia que aconteceria. O roteirista e diretor Rian Johnson usou em Os Últimos Jedi a nostalgia que cerca os personagens clássicos, mas os levou adiante, indo corajosamente aonde nenhum homem jamais esteve. Abrams parece ter puxado o freio de mão, ficando com decisões mais óbvias e convenientes. O que não torna o longa ruim. Frustrante seria a palavra apropriada.
A Ascensão Skywalker, primeira vez na franquia em que se usa no título o icônico nome dos protagonistas, continua a história da batalha da Resistência contra a Primeira Ordem de onde havíamos parado. Enquanto Rey (Daisy Ridley) segue em seu treinamento para se tornar uma Jedi, Poe (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega) cumprem missões visando enfraquecer a Primeira Ordem. Kylo Ren (Adam Driver), líder supremo, busca descobrir de onde veio uma transmissão que dá a entender que o Imperador Palpatine está vivo.
O roteiro, escrito por Abrams e Chris Terrio (de Argo, 2012), apresenta fatos que não chegam a contradizer o que vimos antes, mas chegam perto disso. Enquanto antes tínhamos a sensação de que todos poderiam ser heróis, aqui a atenção se volta para os principais. É como se Abrams estivesse desautorizando as liberdades tomadas por Johnson. A maior surpresa, estragada pelo trailer, é a participação de Billy D. Williams, que volta ao papel de Lando. O problema é que muita gente na sala parecia nem se lembrar dele. Outro hiato, até o inevitável próximo filme, fará bem para o universo de Star Wars.
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