por Daniela Costa
O longa-metragem mostra de forma leve, até cômica, os percalços enfrentados por um garoto que, desde a infância, é atormentado por visões de pessoas mortas. Fenômeno que ninguém conseguia explicar, especialmente por ele pertencer a uma tradicional família católica. Ironicamente, o espírito obsessor que o persegue até a sua fase adulta e quase o leva ao suicídio é de um padre, interpretado por Marcos Veras (de Tudo Acaba em Festa, 2018). Em contrapartida, Joanna de Ângelis (Regiane Alves, de O Menino no Espelho, 2014), sua guia espiritual, é uma freira.
Algumas cenas mostram o quanto a mediunidade pregava peças em Divaldo e até mesmo o colocava em apuros. Um exemplo é quando a avó materna, já desencarnada, chama do lado de fora da casa e exige que o menino avise a sua mãe, Dona Ana, brilhantemente interpretada pela atriz Laila Garin (de 3%), que ela estava ali para lhe falar. Outra cena o traz em conversa animada com o amigo índio que ninguém conseguia ver.
O elenco conta com belas atuações, com destaque para os três Divaldos: o ator mirim João Bravo, que faz a primeira fase do personagem, com toda a sua inocência e espanto diante dos fatos inexplicáveis; o jovem Ghilherme Lobo (de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, 2014), que o representa em sua juventude, quando inaugura a Mansão do Caminho e arranca boas risadas dos telespectadores; e, por fim, o experiente Bruno Garcia (de O Amor Dá Trabalho, 2019 – abaixo), que mostra a fase adulta do médium, período em que lança o seu primeiro livro psicografado.
O cenário do filme é bem realista, gravado em cidades como Itu, Salto, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Rio de Janeiro e Salvador. Figurino e maquiagem impecáveis mostram o apuro técnico dispensado à obra. Com produção de Raul Doria e Sidney Girão e apoio da Federação Espírita Brasileira, conta com coprodução dos estúdios FOX, as produtoras CINE e Estação Luz Filmes. O roteiro, que tem como base o livro Divaldo Franco: A trajetória de um dos maiores médiuns de todos os tempos, da autora Ana Landi, também usa fatos e informações de relatos do médium e de obras espíritas de Joanna de Ângelis.
Indo além das questões religiosas, a trama é um exemplo de como a fé transforma e salva vidas. Em 72 anos dedicados ao próximo, e contando, Divaldo Franco já acolheu e abrigou mais de 40 mil crianças e adolescentes. Ao todo, o médium publicou cerca de 285 livros, com mais de 13 milhões de exemplares traduzidos para 19 idiomas. Todo esse trabalho é mostrado claramente, resultando num filme bem amarrado que faz justiça a uma pessoa que, entre erros e acertos, tem um saldo muito positivo.
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Mais notícias boas e bom exemplo às pessoas
Amei o filme , simples e comovente !
Espiritismo não tem dogmas. É uma doutrina que se fundamenta sob três pilares: ciência, filosofia e religioso. Mas sem dogmas confirme sob o ponto de vista das religiões tradicionais.
Que bom que apesar da visível incredulidade do crítico, fez uma análise justa do filme...está de parabéns, vc ensina a outros críticos o que é isenção...
Parabéns a todos envolvidos na produção do filme. Comovente essa homenagem a Divaldo Franco. É um filme de valores espiritas, mas sobretudo valores cristãos.
É um filme maravilhoso!
Em Montes Claros MG estamos surpresos com a reação dos donos de 2 cinemas que parecem não ter interesse de brindar grande número de ESPÍRITAS projetando este tão esperado filme. Lastimável.
Lamentável o fato de nos cinemas de Montes Claros seus proprietários não se interessarem em nos brindar com este filme tão importante para nós ESPÍRITAS e não espíritas
Sou de Montes Claros, cheguei a BH hoje e não perdi a oportunidade de assistir. Amei... Pena que em Montes Claros os cinemas não valorizaram. Ótima oportunidade perdida pelos Espíritas e simpatizantes do espiritismo.