por Marcelo Seabra
Quem vai ao cinema ver um filme do Godzilla espera muita destruição, mortes e lutas entre monstros. E é exatamente isso que traz Godzilla 2: Rei dos Monstros (Godzilla: King of the Monsters, 2019), dando aquela inflada no número de criaturas estranhas e poderosas. Começando cinco anos depois do primeiro filme, a trama nos mostra que nosso amigo é apenas um entre vários monstros adormecidos ao redor do planeta, e alguns estão acordando. Se, antes, a cidade de São Francisco foi dizimada, agora quem corre perigo é o mundo todo.
A Dra. Emma Russell (Vera Farmiga, de Invocação do Mal) trabalha para a corporação Monarca, responsável por conter e estudar os vários espécimes descobertos pelo globo. Com muitos “Titãs” já catalogados, bases são montadas com o objetivo de ter a situação sob controle. Mas terroristas ecológicos (liderados por Charles Dance, de Game of Thrones) têm outra ideia: comercializar o DNA, que serviria para muitos propósitos e, por isso, seria muito caro. A doutora logo se vê em perigo, e a filha (Millie Bobby Brown, a Eleven de Stranger Things) a acompanha.
Para ajudar no caso, as sumidades científicas do primeiro filme (acima), Dr. Serizawa (Ken Watanabe) e Dra. Graham (Sally Hawkins), vão atrás do ex-marido de Emma, Mark Russell (Kyle Chandler, de A Noite do Jogo, 2018). Russell participou da elaboração, ao lado da ex, de um aparelho que simula os sons das criaturas e consegue, dependendo da situação, atraí-las ou enxotá-las. Mark é o Indiana Jones da vez, o sujeito que reúne inteligência e aptidão para armas e combates. Contando com um reforço paramilitar da Monarca, eles vão tentar resgatar Emma e a filha do casal.
Não é preciso uma história mais elaborada ou uma direção afiada quando o que o público quer é destruição. E o filme já começa acelerando, com uma boa dose de adrenalina. E segura assim um pouco, para logo entrar no piloto automático. Daí em diante, vai revezando entre trechos de ação e paradeza total. E, assim como no longa anterior, cai numa mesmice que mesmo a luta melhor orquestrada não consegue empolgar. Com duas horas e dez minutos, a sessão vai cansar alguns e deixar outros apáticos. A não ser quando o personagem de Watanabe abre a boca. Ele é uma metralhadora de bordões e frases de autoajuda que desanima qualquer um.
Relembrando seus tempos de galã em King Kong (2005), Chandler encontra outra monstruosidade, mas dessa vez ele parte para a briga. O roteiro exige certo heroísmo e ele nos presenteia com umas caras e bocas que beiram o risível, enquanto Farmiga e Brown passam mais veracidade, carregando nas expressões de preocupação. Com elenco indo do correto para o exagerado, podemos ao menos aproveitar umas cenas bonitas proporcionadas pela câmera de Lawrence Sher (de Cães de Guerra, 2016). Mas, então, vem a trilha de Bear McCreary (de Rua Cloverfield, 10, 2016) e nos joga num filme de terror, ficamos na expectativa de ver um ritual satânico ou algo do gênero. E ano que vem tem mais, com Godzilla vs. Kong e outros quebra-paus de monstros.
Diretor e astro se unem para uma história absurda, acelerada e divertida. Continue lendo →
Série ficcional mistura personagens reais e cria situações para mostrar um novato crescendo no mundo…
Surpreendentemente, os roteiristas conseguiram criar uma história interessante para dar vida novamente aos cativantes personagens…
As relações políticas em uma cidadezinha do interior são analisadas pelo diretor, que as leva…
Desnecessariamente recontando a história do livro clássico, del Toro faz como Victor: uma nova obra…
Série nacional recria a década de 80, quando a AIDS chegou ao Brasil fazendo milhares…