por Marcelo Seabra
Chega aos cinemas essa semana mais um capítulo do universo de Invocação do Mal – afinal, não são só os heróis que gozam desse artifício. A Freira (The Nun, 2018) desenvolve a história da criatura que persegue o casal Warren e introduz personagens novos, para quem devemos torcer. O problema é que fica difícil levar a sério a quantidade de clichês e burradas do roteiro, além de coisas que acontecem inexplicavelmente apenas para buscar um susto fácil.
Os Warren foram apresentados no primeiro Invocação do Mal (The Conjuring, 2013), quando conhecemos também a boneca maldita Annabelle. O longa deu muito certo e ganhou uma continuação em 2016, além de duas produções solo da boneca (em 2014 e 2017). O esperto James Wan, criador da franquia, fez tudo de caso pensado, para que seus filmes dessem origem a novos. A próxima da fila era a freira demoníaca, um espírito misterioso que parece ter Ed Warren como alvo.
Como foi pouco mostrada e chamou atenção, a freira tem agora sua história contada. Já sabíamos se tratar de um demônio vestido de freira, talvez numa tentativa de se passar por bonzinho e enganar suas vítimas. Ou seja: trata-se de um demônio drag. E os pormenores dessa história, descobrimos com a ajuda de Demián Bichir (de Alien: Covenant, 2017), um bom ator que traz um peso para o elenco. Ao lado dele, curiosamente, temos Taissa Farmiga (de American Horror Story), irmã mais nova de Vera Farmiga, a intérprete de Lorraine Warren.
A dupla é enviada a um mosteiro isolado na Romênia para investigar o suicídio de uma freira. O Padre Burke é uma espécie de cruzamento do Padre Merrin (de O Exorcista, 1973) com Indiana Jones, sempre buscando desvendar mistérios ligados à fé. Já a irmã Irene nem fez seus votos ainda e a escolha dela é uma incógnita. Os dois se juntam a um local, Frenchie (Jonas Bloquet, de Elle, 2016), que vai guiá-los e serve de alívio cômico – forçado, diga-se de passagem. As características da franquia são mantidas: muito contraste de claro e escuro, construções antigas bem exploradas, clima interessante de suspense. Mas os efeitos sonoros excessivos irritam.
A partir do momento em que se aproximam do lugar, tudo de estranho começa a acontecer. Estranho no pior sentido da palavra, já que coisas sem sentido são jogadas no meio da ação apenas para assustar ou fazer o roteiro funcionar. James Wan e Gary Dauberman (que escreveu os dois Annabelle) assinam o texto, mas não é algo do que se orgulhar. Baseado no trailer e no cartaz, dava para esperar por algo bem diferente, e muito melhor. A Freira faz a expectativa por The Crooked Man, próximo longa desse universo, cair drasticamente.
Série ficcional mistura personagens reais e cria situações para mostrar um novato crescendo no mundo…
Surpreendentemente, os roteiristas conseguiram criar uma história interessante para dar vida novamente aos cativantes personagens…
As relações políticas em uma cidadezinha do interior são analisadas pelo diretor, que as leva…
Desnecessariamente recontando a história do livro clássico, del Toro faz como Victor: uma nova obra…
Série nacional recria a década de 80, quando a AIDS chegou ao Brasil fazendo milhares…
Sempre lembrado por Los Angeles: Cidade Proibida, James Ellroy teve outras obras adaptadas. Conheça aqui…
View Comments
Silvio Santos fez um "replay" na pegadinha... assusta, e rimos muito.