por Marcelo Seabra
Revivendo no Cinema 15 anos após sua última aventura, Lara Croft tem mais uma vez sua história contada em Tomb Raider: A Origem (2018). Que uma boa dose de suspensão de descrença seria necessária todos já sabíamos. Mas passa bem da conta, com sequências inteiras construídas em cima de algo absurdo que nos joga para fora da ação. Nada que os longas anteriores também não fizessem, o que deixa os três mais ou menos no mesmo patamar.
O diretor norueguês Roar Uthaug tem méritos que merecem ser celebrados. As cenas de luta, por exemplo, passam mais credibilidade, enfatizando o esforço físico necessário dos envolvidos e os estragos causados. Mesmo que os ferimentos sejam esquecidos quase que imediatamente. Mas o roteiro é bem esquemático, com diversas conveniências que permitem que Lara continue em sua jornada. Ou ela seria morta logo de cara e não teríamos o filme. Há um duelo entre uma metralhadora e um arco e adivinhe qual acerta o alvo?
Quem assume a responsabilidade de dar vida à amada personagem do videogame, seguindo os passos de Angelina Jolie, é Alicia Vikander (de Jason Bourne, 2016). Forte, humilde e bem menos sexualizada, a atriz se mostra uma boa escolha para o papel, trazendo um pouco mais de realidade para a tela. Um pouco, só o tanto que o roteiro permite. Vikander carece um pouco de carisma, ainda mais se comparada com o furacão Jolie, e colocar todo um filme nas costas dela não é das decisões mais acertadas. As poucas piadas não funcionam, ela parece não ter muito jeito para a coisa.
Dentre os demais personagens, temos mais uma vez o pai de Lara tendo grande importância para a trama. Vivido por Dominic West (de Jogo do Dinheiro, 2016), Lorde Richard tem grande influência na formação do caráter da filha e é sempre mencionado. Até de forma repetitiva, já que a maldição da tal imperatriz japonesa é contada duas vezes. Quem rouba a cena quando aparece é Walton Goggins (do último Maze Runner), mesmo como um vilão clichê. O ator busca dar maior profundidade ao sujeito, e é divertido vê-lo tentar.
A Daniel Wu (de Tempestade, 2017) cabe a tarefa de pilotar o barco, quase um Han Solo meia boca. O sujeito entra na missão por dinheiro, mesmo tendo uma outra motivação, e acaba se juntando à Aliança Rebelde (algo assim). E Kristin Scott Thomas (de O Destino de Uma Nação, 2017) e Derek Jacobi (de Assassinato no Expresso Oriente, 2017) chegam para um rápido “oi” e logo somem de novo. Há um sem número de atores contratados para papéis de mercenários que nem chegam a ganhar nomes. Estão ali só para cumprir tabela e morrerem.
Algo que irrita em Tomb Raider, além das muitas situações já citadas de “sorte”, são os efeitos sonoros. Colocados em momentos nada importantes, têm por objetivo tentar arrancar um susto fácil do espectador, mesmo que não vão levar a nada. Assim como umas tomadas estilosas distribuídas ao longo da projeção. É importante ressaltar que o longa é baseado num videogame. Assim, já não se tem expectativa alguma de que vá ser algo nem perto de memorável. Talvez, dê até para se divertir.
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