por Marcelo Seabra
Depois de um longo período de promoção pelo país, finalmente se aproxima a estreia de Fala Sério, Mãe (2017) no circuito comercial. Com elenco capitaneado pela jovem Larissa Manoela, o filme certamente terá em suas plateias muitos adolescentes, fãs da atriz, mas o projeto também fala diretamente às mães, representadas na tela por Ingrid Guimarães. Agora, se você não é fã de Larissa ou uma mãe como a personagem de Ingrid, o projeto torna-se apenas mais uma costura de cenas que, embora tragam uma certa dose de realidade, não fogem do lugar-comum. As pré-estreias pagas começam no Natal e a estreia oficial é na próxima semana.
Baseado no livro de Thalita Rebouças, o roteiro nos apresenta a Ângela Cristina (Ingrid), uma mulher que experimenta a gravidez pela primeira vez. Acompanhamos as inseguranças dela, ao lado do marido coadjuvante (Marcelo Laham, de Um Namorado para Minha Mulher, também com Ingrid), e logo eles têm mais dois filhos. Enquanto os mais novos vão crescendo, Ângela vive os desafios de educar uma adolescente, vivida em sua fase mais velha por Larissa. O comediante Paulo Gustavo (abaixo) faz uma ponta, assim como Fábio Jr., e geram momentos interessantes.
Muitos exageros acontecem, como a mãe ter uma “conversa de banheiro” com a filha e o namorado dela ouvir tudo pelo telefone. Ao mesmo tempo, vemos a relação do casal se deteriorando (mesmo que com alguns clichês e simplificações) e alguns conflitos normais para a idade dos filhos, tudo com conhecimento de causa de quem parece ter passado pelas situações. Mas realidade não traz necessariamente interesse. Ingrid é uma atriz e comediante experiente que dá um diferencial a alguns diálogos, mas temos a sensação de estar assistindo a uma novelinha da TV.
Se Carrossel, a série que revelou Larissa Manoela, não é para qualquer público, o mesmo pode-se dizer sobre Fala Sério, Mãe! Não é exatamente como as comédias da Globo Filmes se pretendem: por pior que sejam, elas buscam atingir um público amplo. Dessa vez, a produtora deve se dar por satisfeita se levar crianças, adolescentes e suas mães aos cinemas. Eles, por sua vez, não verão o besteirol usual da Globo. Com sorte, vão se identificar e se divertir.
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