Young Sheldon é o primeiro derivado de The Big Bang Theory

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

É difícil entender como o personagem Sheldon Cooper (Jim Parsons, de Estrelas Além do Tempo, 2016) pode ser tão popular entre os fãs de The Big Bang Theory. Sheldon tem todas as características de uma pessoa odiável: petulante, prepotente, egoísta, egocêntrico, infantil, machista, teimoso… A lista poderia continuar infinitamente.

Apesar disso – ou por causa disso – ele se tornou o personagem mais popular da série. Tanto que, à medida em que ela se aproxima de seu final – atualmente a 11ª temporada está em exibição e a 12ª já foi anunciada como sendo a última – o produtor Chuck Lorre (Two and a Half Men, Mom, Mike & Molly) resolveu que um derivado de um de seus maiores sucessos seria uma boa. Melhor ainda: um derivado explorando a infância do personagem mais popular do grupo. Daí nasceu Young Sheldon.

A série começa quando o futuro físico teórico está prestes a ingressar no equivalente americano ao segundo grau. Sheldon (Iain Armitage) tem, então, nove anos e já demonstra algumas das características que apresentaria como adulto, especialmente no que diz respeito à sua personalidade sistemática e sua dificuldade de interagir com as pessoas ao seu redor.

Há ainda, um fator complicador nessa nova fase na vida de Sheldon, já que ele vai dividir a classe com seu irmão mais velho, George Jr. (Montana Jordan), que não se sente nem um pouco à vontade tendo o irmão bem mais novo na mesma turma que ele. Apesar de, por outro lado, isso representar um alívio para a irmã gêmea de Sheldon, Missy (Raegan Revord), também pode trazer complicações para George Sr. (Lance Barber, de Caça aos Gângsteres, 2013), um dos treinadores do time de futebol da escola dos filhos, que terá que lidar com as esquisitices do caçula em seu ambiente de trabalho e os conflitos que isso trará com os demais professores. Já a matriarca da família, Mary (Zoe Perry, de Scandal – abaixo) tenta ser um ponto de equilíbrio, mas sempre fica ao lado de seu filho “especial”.

Young Sheldon tem narração do próprio Jim Parsons e é interessante ao mostrar essa fase da vida do personagem, especialmente no que diz respeito à construção da relação de Sheldon com sua mãe, algo que é bastante marcante em sua vida adulta. É legal também ver como Zoe tenta imitar os maneirismos de Laurie Metcalf, atriz que vive a mãe de Sheldon na vida adulta. Esse esforço pode ser claramente observado especialmente a partir do segundo episódio da série.

Por outro lado, ainda há alguns aspectos que devem ser melhor trabalhados pelos produtores. Por exemplo: em apenas um episódio, o personagem Sheldon teve mais desenvolvimento do que a sua versão adulta em pelo menos cinco temporadas de The Big Bang Theory. Além disso, há diversos fatos mencionados pelo Sheldon adulto que, esperamos, os produtores não ignorem ou, simplesmente, alterem sem se preocupar com a continuidade, coisa bem comum em produções televisivas com essa mesma proposta.

De qualquer forma, é aguardar para ver como a série se desenvolverá, caso tenha mais de uma temporada. Young Sheldon estreia no Brasil no canal da Warner nesse domingo, dia 12 de novembro.

Família reunida para foto

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

View Comments

  • Olá Marcelo Seabra, apesar de seu artigo ter sido interessante por abordar uma das minhas séries favoritas, ele está totalmente errado. Você, logo no início do artigo, aborda só as características negativas do Sheldon cooper, fazendo ele parecer uma pessoa detestável. Em vez disso você poderia ter abordado as outras excelentes características do personagem como por exemplo, a sua inteligência acima da média, o fato da coisas dele serem organizadas por ordem alfabética e também o fato dele se dar completamente bem sozinho sem precisar da companhia de outras pessoas. Espero que o meu comentário possa ajudar você caso queira escrever outro artigo sobre o personagem.

    • Henrique, de fato o personagem é bem irritante e esse traço é sempre usado para a comédia. Daí a razão de tanto sucesso. No entanto, o texto não é meu, mas do Rodrigo Piolho, como consta na publicação. Agradeço a visita!

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