por Marcelo Seabra
Seis anos após o elogiado O Palhaço (2011), Mello volta a escrever com seu colaborador, Marcelo Vindicato. E o tom é bem próximo: há uma nostalgia quase palpável. Se o longa anterior fazia uma homenagem ao circo e a seus integrantes, o alvo desse é o próprio Cinema. Mas o assunto é mais abrangente, englobando as relações familiares, os medos da adolescência e o início da vida adulta. E há ainda uma espécie de tributo sentimental ao veterano Rolando Boldrin, que não participava de um longa desde O Tronco, de 1999, e ganha aqui um papel bem simbólico.
Como Skármeta (que também escreveu O Carteiro e o Poeta) confiou plenamente no diretor, foi dada liberdade para mexer no texto e o caminho seguido pode não ter sido o mais interessante. A primeira coisa que causa estranheza é o narrador ser o próprio Mello, o que dá a entender ser uma versão mais velha de Tony. Mas, aí, Mello aparece como um outro personagem. Mesmo forçando um sotaque gaúcho, reconhecemos a voz do mineiro, o que não faz sentido. E as revelações que vão aparecendo são tão frágeis que, pensando um pouco, acha-se inconsistências que incomodam.
Dois fatores que chamam muito a atenção em O Filme da Minha Vida são a fotografia e a trilha sonora. O excelente Walter Carvalho (de Heleno, 2011) tira o melhor das serras e da cidadezinha onde a história foi filmada, montando um cenário bucólico ideal ao clima do longa. E os exemplares do cancioneiro popular brasileiro substituem os clássicos chilenos do livro, se tornando mais um aspecto divertido. Tantas ótimas características, juntas, quase superam as questões problemáticas do roteiro.
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