por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Adaptado para a telinha por Bryan Fuller (de Hannibal) e Michael Green (de Heroes), Deuses Americanos começa com uma sequência pra lá de violenta para mostrar, de cara, que os Estados Unidos são um país que foi construído em cima de bastante sangue derramado. Não só isso, estabelece de início que aquele também é um país de imigrantes, tanto humanos quanto divinos, algo que diversos comentaristas já consideram como uma cutucada ao atual presidente e sua política com relação aos imigrantes. Politicagens à parte, nesse universo, sim, deuses não só existem como caminham entre nós. Não só isso, como novos deuses são criados a cada dia, na medida em que as pessoas colocam sua fé em coisas como a tecnologia e a mídia, o que deixa os antigos deuses cada vez mais fracos.
No voo para casa, Shadow é abordado pelo fanfarrão Sr. Wednesday (Ian McShane, de Hércules, 2014), que lhe oferece um emprego de assistente pessoal. Wednesday parece saber mais sobre a vida de Shadow do que poderia e isso deixa o sujeito bastante irritado, de forma a recusar repetidamente a proposta do velho. Shadow acaba mudando de ideia e rapidamente sua vida se torna uma sucessão de situações surreais, que só tendem a se suceder mais rapidamente enquanto fica mais tempo na companhia de Wednesday.
Deuses Americanos teve um começo promissor e, adaptações necessárias à parte, fez jus ao livro do qual foi adaptado. É, no entanto, uma série que pode causar estranheza aos mais desavisados e esperamos que isso não leve a um cancelamento precoce já que, segundo uma declaração recente de Gaiman, há planos de que ela dure cinco temporadas. A primeira, com 8 episódios, cobre apenas as 100 primeiras páginas da publicação.
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