por Rodrigo “Piolho” Monteiro
ATENÇÃO: Este texto contém spoilers das quatro primeiras temporadas de Prison Break. Portanto, se você não assistiu à série, sugiro que pare a leitura por aqui. Também sugiro que nem assista a essa nova série, já que ela funciona como uma quinta temporada. Se não assistiu às anteriores, ficará completamente perdido. Esteja avisado.
Prison Break é uma série que, se não partiu de uma premissa original, pelo menos utilizou-a de maneira bem criativa. A história começa quando o marginal de quinta categoria Lincoln Burrows (Dominic Purcell, de Legends of Tomorow e The Flash) é preso, acusado do assassinato do irmão da vice-presidente dos Estados Unidos. Lincoln jura ser inocente, ainda que todas as evidências deem como certa sua culpa. A única pessoa que parece acreditar em Lincoln, apesar de não vê-lo há anos, é seu irmão, Michael Scofield (Wentworth Miller, das mesmas séries acima) um bem sucedido engenheiro estrutural que bola um plano que pode ser tão estúpido quanto genial: ele comete um crime com a gravidade exata para enviá-lo para a mesma penitenciária do irmão. Seu objetivo não poderia ser mais claro: escaparem e tentarem provar a inocência de Lincoln. Uma vez lá dentro, ele percebe que as coisas não serão tão fáceis.
Transmitida em 2004, a primeira temporada de Prison Break foi um tremendo sucesso. Os episódios eram muito bem escritos e, geralmente, terminavam com um gancho que fazia com que o espectador ficasse contando os dias para o próximo, especialmente devido aos planos formulados por Michael antes de sua prisão, que se mostravam bastante intrincados e complexos. E esse processo se repetiu até o 22º episódio, que culmina com a fuga dos irmãos e mais meia dúzia de detentos (aliados escolhidos e relutantemente aceitos).
A segunda temporada perdeu um pouco daquele sentido de urgência da primeira, ainda que a situação dos detentos fosse complicada, já que agora o desafio era manter-se em liberdade e, para Lincoln e Michael, desvendar a conspiração que colocou Burrows na cadeia antes que fossem mortos por seus perseguidores. As surpresas com relação à genialidade de Michael continuam a surpreender. Um dos atrativos dessa temporada é a adição de Alex Mahone (William Fichtner, de Crossing Lines) um agente federal que se prova um desafio à altura do gênio de Scofield e que acaba por se tornar um relutante aliado na temporada seguinte.
Aí, aconteceu um imprevisto: os roteiristas de Hollywood entraram em greve. Todas as séries sofreram um impacto negativo com isso, tendo suas temporadas cortadas pela metade ou menos. Prison Break teve 13 episódios nesse ano e mostra uma situação inversa ao primeiro ano, com Michael e alguns de seus aliados presos em uma penitenciária do Panamá, cabendo a Lincoln tentar libertar o irmão. Finalmente, no quarto ano, diversos personagens são recrutados pela Agência de Segurança Nacional dos EUA para ajudar a desvendar uma conspiração envolvendo uma organização chamada simplesmente “A Companhia”. Ao fim da série – que acabou em um episódio duplo no estilo filme para TV – Michael morre, deixando para trás sua namorada grávida, Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies, de The Walking Dead), e Lincoln.
Apesar de seus altos e baixos, Prison Break foi uma série de sucesso da Fox e arregimentou um bom número de fãs. Tanto, que seu criador, Paul Scheuring, depois de grande insistência dos agora produtores Miller e Purcell, resolveu retomar sua criação para uma nova temporada de nove episódios. Ela começa sete anos após o término da quarta, quando o assassino Theodore “T-Bag” Bagwell (Robert Knepper, de Jogos Vorazes: A Esperança – o Final, 2015) é libertado da prisão e recebe uma carta sem remetente. No seu interior, apenas uma frase enigmática e uma foto de Scofield. T-Bag fez parte do grupo de prisioneiros que fugiu com os irmãos na primeira temporada. Sem muita demora, ele consegue localizar Lincoln, que voltou à sua vida de crimes, e tenta convencê-lo de que Scofield está preso e precisa de sua ajuda. Relutante a princípio, Lincoln acaba levando essa informação a Sarah, que também tenta dissuadi-lo daquela busca já que, para ela, Michael está morto.
Ao que tudo indica, essa nova etapa de Prison Break seguirá o mesmo molde de sua primeira. Aparentemente, há toda uma conspiração acontecendo e o fato de Lincoln ter decidido procurar pelo irmão acionou a luz amarela que o torna alvo desse grupo misterioso, que pode ou não ter algo a ver com A Companhia. Todos os elementos que consagraram a série estão ali, inclusive os principais personagens – além dos já citados, Sucre (Amaury Nolasco, de Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer, 2013) também faz uma ponta e deve ter um papel relevante. Se a série justificará essa volta ou não, só saberemos no final.
A exemplo do que faz com The Walking Dead, a Fox tem transmitido Prison Break simultaneamente com os EUA, que ocorre todas as terças-feiras, às 23h. Vale a pena procurar pelas reprises, caso tenha perdido a estreia. Ou correr atrás da primeira temporada no Netflix, caso você se interesse pelo início da trama.
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