por Marcelo Seabra
Moana (2016) é a nova animação da Disney e conta com mais uma mulher forte, que não precisa de homens para resolver seus problemas. O estúdio segue firme na louvável direção do empoderamento feminino, que já vinha demonstrando com suas animações passadas, e é um festival de cores que vai ganhar a atenção dos menores. Ao contrário do que o número de diretores – quatro – e de roteiristas – oito – parece indicar, o filme é coeso, enxuto e traz belas mensagens de preservação ambiental, auto-confiança e luta pelo bem comum.
A história, baseada em lendas da região da Polinésia, acompanha a filha do chefe de uma tribo nas questões que surgem enquanto ela se torna mais velha e consciente das necessidades de seu povo. Apesar de, na prática, ser a princesa deles, Moana recusa esse título – o que é curioso, já que a Disney tem toda uma tradição com suas princesas. Para restabelecer o ecossistema local e todos voltarem a ter alimento, a garota, contra os apelos do pai, deve devolver ao local de origem uma pedra que seria o coração de uma divindade que representa a natureza. Para a missão, ela precisa da ajuda da pessoa que roubou a tal pedra, o semideus Maui, um ser que vive recluso em uma ilha desde que perdeu a fonte de seus poderes.
Os cenários e animais que vemos na tela parecem saídos da imaginação de Lewis Carroll, criador de Alice e seu país de Maravilhas. Tudo é muito engenhoso, apesar de às vezes não muito prático e sem muita necessidade para o andamento da história. Mas, por mais que sejam dispensáveis, esses elementos são divertidos, como os piratas que eles encontram no meio da viagem. De uma forma geral, o roteiro é bem fluido e diverte tanto pais quanto filhos, o que fica claro ao final da sessão.
Analisando o passado dos estúdios Disney, principalmente Enrolados (Tangled, 2010) e Frozen (2013), é fácil perceber que Moana não inova a fórmula. Temos uma heroína de atitude, mas um pouco ingênua, devido à criação e proteção; e um coadjuvante convencido, acostumado a salvar damas em perigo. Claro que os dois entrarão em choque até que a dinâmica entre eles se acerte. Um rompimento trará dúvidas, mas ela vai até o fim. E, mesmo notando que o passo a passo é basicamente o mesmo, a Disney mostra que a prática leva à perfeição, acertando qualquer possível aresta. Normalmente, muitos roteiristas e diretores envolvidos é sinal de bagunça, o que felizmente não é o caso aqui.
Entre os dubladores de Moana, os nomes mais reconhecíveis são os de Dwayne “The Rock” Johnson (de Terremoto, 2015), que faz Maui, e Temuera Morrison, o Boba Fett do universo de Star Wars, vivendo o chefe Tui. The Rock casa bem com o tipo espalhafatoso de Maui, e a animação das tatuagens do sujeito são fantásticas. Tecnicamente, o longa é impecável, com texturas realistas e movimentos, principalmente do vento e da água, que dificilmente vemos por aí. E os talentos vocais são a cereja do bolo, com a novata havaiana Auli’i Cravalho no papel principal, e ainda canta as canções. Elas não podiam faltar, e se misturam muito bem à trama. Cortesia de Lin-Manuel Miranda, competente compositor do teatro que assina as letras. Algumas vão te seguir por muito tempo.
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Assisti ontem com meus filhos, e recomendo, pois é muito bom mesmo!!
Recomendo para a família toda, minhas filhas de 07 e de 20 anos estão simplesmente apaixonadas pelo filme...Muito bom