Mais um filme que aborda o enigma das viagens no tempo, assunto que sempre desperta curiosidade, indagação e imaginação. Intervalo de Tempo (Time Lapse, 2014) trata desse assunto de uma forma peculiar, porém não inédita. Não há propriamente uma viagem no tempo, mas temos imagens que preveem o futuro. O longa está disponível no catálogo da Netflix, aparentemente a única forma que conseguiu para chegar ao público brasileiro. E o título original é mais evidenciado.
Com um elenco pequeno e um cenário menor ainda, o filme nos apresenta a três jovens, o casal Finn (Matt O’Leary, de O Cavaleiro Solitário, 2013) e Callie (Danielle Panabaker, das séries Arrow e Flash) e o amigo Jasper (George Finn, de Lola, 2012), que moram juntos em um casa de um condomínio pacato. Eles descobrem que estão sendo monitorados pelo vizinho, que utiliza uma câmera fotográfica gigante virada para a sala da casa do trio. Até aí, poderia se tratar simplesmente de um tarado sem o que fazer, mas não é bem assim. Logo no início, descobrimos que a máquina registra flashes do futuro. Todos os dias, às 20h, ela tira uma foto tipo Polaroid que revela o que está acontecendo na sala no dia seguinte.
Como Jasper já é habituado a fazer apostas, ele de cara pensa em aproveitar a máquina para ganhar dinheiro. Finn parece em um estado de conformidade extremo, se sustentando com o trabalho de zelador do condomínio e com bloqueio criativo para suas pinturas. E Callie busca se reaproximar do namorado, que mal conversa com ela. A oportunidade de ganhar dinheiro fácil, de maneira escusa, é uma ótima forma de testar relacionamentos, e é para isso que o recurso da ficção-científica acaba servindo. Com toda essa roupagem de tecnologia e suspense, o filme foca nas relações entre os três protagonistas.
Time Lapse agrada pela simplicidade com que é apresentado e mais ainda pela profundidade dos personagens. Entendemos melhor a relação do casal e a personalidade do amigo no decorrer da trama. No mínimo, ficamos curiosos para descobrir se o que estamos vendo é realmente a única verdade ou se existe alguma coisa a mais. Um ponto fraco é o vilão apresentado na trama, Ivan (Jason Spisak). Ele é uma espécie de “bicheiro” canastrão com um capanga incompetente com quem Jasper faz suas apostas. Como o jovem se aproveita das fotografias do futuro para ganhar muito dinheiro, logo atrai a desconfiança de Ivan, que quer entender a sorte repentina do cliente.
Com um final bastante satisfatório, não é o melhor filme de viagens no tempo, mas certamente é uma história surpreendente que foge do habitual. Ele marca a estreia de seus roteiristas, Bradley King e BP Cooper, sendo que o primeiro dirige e o segundo produz. Eles não parecem muito preocupados com os paradoxos temporais que geralmente surgem em histórias como essas. Mas conseguem arrematar de maneira instigante.
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Parabéns pelo seu artigo! Sempre trazendo post de qualidade!
Oi amigo eu não entendi o final. Vc poderia me explicar?
Juliana, evitamos spoilers por aqui para não estregar a experiência de ninguém. Mas você encontra explicações no Google, dê uma olhada. E obrigado pela visita!