por Marcelo Seabra
Há premissas que parecem tão interessantes que o espectador se pega inadvertidamente criando expectativa para o filme. Pena quando chega algo como O Sono da Morte (Before I Wake, 2016), que passa longe da qualidade esperada. O problema não é o elenco, nem a direção, mas o absurdo da história, que parece mudar e criar as verdades daquele universo à medida em que são necessárias. Se entraremos em terreno fantástico, queremos conhecer as regras do jogo, e elas devem ser seguidas.
Depois de assistirmos a O Espelho (Oculus, 2013) e Hush (2016), entendemos que Mike Flanagan é um autor talentoso que costuma dirigir material próprio e se mostra corajoso ao tratar de forma inovadora temas batidos. Ao lado de Jeff Howard (também de O Espelho), Flanagan misturou algumas metáforas para criar uma história de terror que deveria ter camadas, ser profunda – como os clássicos geralmente são. Mas, ao invés de apostar na sugestão e na discrição, o roteiro joga tudo na cara do público e, ao invés de assustar, consegue no máximo arrancar umas risadas constrangidas.
A tal premissa bacana nos apresenta a Cody (Jacob Tremblay, de O Quarto de Jack, 2015), um garotinho que faz de tudo para não dormir. Órfão, ele conseguiu ser adotado, mas acabava sempre voltando para os cuidados do estado. Juntam-se a fome com a vontade de comer quando Jessie (Kate Bosworth, de Para Sempre Alice, 2014) e Mark (Thomas Jane, o Justiceiro de 2004) finalizam a burocracia e levam o garoto para casa. Eles viveram uma tragédia e Cody poderia trazer a redenção. O problema começa quando o casal percebe que os sonhos do novo filho se tornam realidade. E, em sua maioria, são pesadelos.
A primeira estranheza quanto aos sonhos de Cody é a repetição. É sempre a mesma coisa, com borboletas como comissão de frente. E há uma criatura recorrente cuja lógica nunca fica clara. Como uma versão cômica de O Grito, de Munch, o tal monstro tem poderes e motivações que nunca ficam claros, algo que, para ficar num exemplo recente, Quando as Luzes Se Apagam (Lights Out, 2016) faz melhor. Segue-se uma investigação fajuta que não ajuda em nada. A aparição da outra criança é uma boa sacada, mas é banalizada e acaba caindo no clichê puro. Esse parece ser o destino das propostas do roteiro: mal aproveitamento e apelação.
Por mais que notemos esforços aqui e ali para que tudo se amarre, isso simplesmente não é possível. A estreia de O Sono da Morte foi bastante adiada, devido a problemas financeiros da produtora, e Flannagan, que parece gostar muito do gênero, já tem um novo trabalho pronto. Filmes envolvendo a tábua Ouija são vários, nenhum que tenha causado grande impressão, e é por esse caminho que o diretor segue. Quem sabe, em seu trabalho seguinte, ele tenha maior sorte? Já está em pré-produção a adaptação de Jogo Perigoso (Gerald’s Game), livro de Stephen King, que pode significar a ficha que ele precisa para voltar à boa forma.
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Pois é isso tudo se resolveria se os "poderes" dele surgissem quando ele fizesse aniversário em determinada data (no qual seria quando ele é adotado pela família..) e então tudo seria algo inédito a se pensar.... mas não, ficou esse bando de buraco no roteiro mesmo... fazer o quê...
Um excelente filme. Jacob Tremblay faz um ótimo trabalho. O papel que realizo em a Refém Do Medo é uma das suas melhores atuações, a forma em que vão metendo os personagens e contando suas historias é única. Na minha opinião, este foi um dos Refem do Medo filme de terror mais assustador que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Jacob Tremblay esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções.