por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Entre 1993 e 2002, Arquivo X (The X Files) fez a alegria dos fãs de ficção científica. A série, criada por Chris Carter, mostrava o dia a dia dos agentes Fox Mulder (David Duchovny, de Californication) e Dana Scully (Gillian Anderson, de The Fall) investigando casos inexplicados pelo FBI. Ao longo de suas nove temporadas, a série explorou praticamente todas as teorias de conspiração presentes no imaginário popular – especialmente no norte-americano – com um foco especial naquelas envolvendo a presença de alienígenas em nosso meio, controlando nossas vidas e preparando o planeta para uma futura dominação. E os aliados seriam os principais chefes de estado mundiais e, claro, todos os presidentes americanos desde o famoso Caso Roswell.
Para aqueles que viveram em uma caverna nas últimas seis décadas, há uma teoria popular que diz que, em 1947, uma nave alienígena teria caído nos arredores de Roswell, Novo México, EUA. O governo e o exército americanos teriam recolhido os destroços e os corpos remanescentes na nave e levado tudo para a instalação militar secreta conhecida como Área 51 e realizado testes tanto com os alienígenas (cadáveres e sobreviventes) quanto com a tecnologia recuperada desde então. Experimentos em massa com humanos, seres lendários, mutantes e eventos sobrenaturais e paranormais também faziam parte do dia a dia da dupla de agentes.
Depois de sete temporadas excelentes, Arquivo X começou a perder fôlego à medida em que Duchovny e Anderson resolveram se afastar da série, sendo substituídos por Robert Patrick (o eterno T-1000 de O Exterminador do Futuro 2, atualmente na série Scorpion) e Anabeth Gish (de The Bridge). A série acabou perdendo audiência, já que era primariamente a química entre o crente Mulder e a cética Scully que servia como motor. Após outros dois anos, com um breve retorno dos protagonistas clássicos, a série chegou a um final razoável. Não se passou muito tempo para que os fãs pedissem um retorno que, apesar de ensaiado em dois filmes, foi eternamente adiado.
Finalmente, no ano passado, Carter e o produtor Frank Spotnitz anunciaram que Arquivo X estaria de volta em uma minissérie de seis episódios trazendo o elenco original de volta, incluindo aí o diretor-assistente do FBI, Walter Skinner (Mitch Pileggi, de séries como Dallas e Sons of Anarchy). A questão que se colocou na época foi: será que, após 14 anos, Arquivo X seria relevante em um mundo que mudou tanto desde que vimos seu último episódio? Depois de ver os dois primeiros episódios da mini, não há dúvidas de que sim.
Trazendo todos os elementos presentes nos melhores momentos de Arquivo X, incluindo aí a química entre Anderson e Duchovny, a minissérie tem tudo para agradar os fãs antigos e atrair a atenção de novos, órfãos desse tipo de produção televisiva. O programa tem um apelo tão grande que, a exemplo de The Walking Dead, está sendo transmitido no Brasil um dia após ser exibido nos EUA. Ele estreou na Terra do Tio Sam no último domingo e no Brasil, via FOX, na madrugada de segunda, dia 25. Vale a pena perder uma horinha de sono para acompanhar esse retorno.
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