por Marcelo Seabra
Tamanho foi o sucesso da primeira temporada, o Netflix já encomendou a segunda. Desde o dia 20 de março, estão disponíveis os 13 episódios de Bloodline (2015), nova atração do serviço de exibição online em parceira com a Sony Pictures Television. Além da qualidade que não deixa nada a desejar e coloca muito filme para escanteio, a série conta com um elenco fantástico e um enredo que faz o espectador ficar aflito pelo destino dos personagens.
Centrada na família Rayburn, Bloodline começa com a volta para casa do filho ovelha negra, um sujeito que nunca deu certo em nada e vive de pequenos trabalhos, muitos deles além da lei. No papel, certamente como o destaque de um grupo valoroso, está o australiano Ben Mendelsohn, ator que chamou a atenção de público e crítica com Reino Animal (Animal Kingdom, 2010). Ele emprega uma atitude que é sempre difícil saber o que seu personagem pretende, sendo aquele que não se contentou em ficar perto dos pais, acatando as vontades deles. Alguma coisa aconteceu com Danny que o mandou para longe, e é cômodo para todos que permaneça assim. Devido a uma homenagem ao casal Rayburn, muitos parentes se reúnem e Danny decide se firmar na cidade.
No papel do irmão mais centrado, que se sente responsável por todos, está um velho conhecido da TV: Kyle Chandler. Visto recentemente nos cinemas como o agente do FBI que investiga O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, 2013), Chandler é lembrado como o protagonista de duas séries com dez anos de diferença, Early Edition, de 1996, e Friday Night Lights, de 2006. Coadjuvante em diversas produções, ele sempre mostra serviço e faz um trabalho no mínimo competente. Como John Rayburn, ele é capaz de ir do tipo bonzinho a algo mais ameaçador, em muito responsável pelo sucesso da série ao lado de Mendelsohn.
Os outros dois irmãos são vividos pelos menos conhecidos Linda Cardellini (a Velma de Scooby-Doo) e Norbert Leo Butz (de Rolou uma Química, 2014), todos cumprindo a contento a tarefa. Para o papel impactante dos Rayburns seniores, os criadores chamaram ninguém menos que Sam Shepard (de Álbum de Família, 2013) e a eterna Carrie, A Estranha, Sissy Spacek. Os dois veteranos dão um peso importante a seus papéis, representando pilares da comunidade que criaram um hotel famoso e filhos tidos como celebridades na cidade praiana paradisíaca onde vivem. Claro que as coisas só parecem ser simples e os segredos familiares vão aparecem com o andar dos episódios. Os nomes menos frequentes do elenco, como Jacinda Barrett e Chloë Sevigny, são marcantes quando aparecem.
No início, a impressão que fica é de que Bloodline será mais uma novela, contando os dramas dos Rayburns. Mas os responsáveis pela premiada Damages, Todd A. Kessler, Glenn Kessler e Daniel Zelman, sabem o que fazem e plantam alguns mistérios e reviravoltas para chacoalhar as coisas. Para quem se empolga e gosta de maratonas, são 13 episódios de quase uma hora, e não precisa esperar pela próxima semana. Dá pra ver tudo em uma longa sentada. O problema é acabar e ter que esperar até o ano que vem pela continuação.
Série ficcional mistura personagens reais e cria situações para mostrar um novato crescendo no mundo…
Surpreendentemente, os roteiristas conseguiram criar uma história interessante para dar vida novamente aos cativantes personagens…
As relações políticas em uma cidadezinha do interior são analisadas pelo diretor, que as leva…
Desnecessariamente recontando a história do livro clássico, del Toro faz como Victor: uma nova obra…
Série nacional recria a década de 80, quando a AIDS chegou ao Brasil fazendo milhares…
Sempre lembrado por Los Angeles: Cidade Proibida, James Ellroy teve outras obras adaptadas. Conheça aqui…