por Marcelo Seabra
O Cinema já gosta de contar histórias reais, de grandes personalidades. Se houver uma doença grave envolvida, então, fica impossível ignorar. A vida do físico Stephen Hawking era um prato cheio: uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos presa em um corpo sofrendo uma degeneração constante e lutando contra uma expectativa de sobrevivência baixíssima. Pois finalmente ganhou a tela grande A Teoria de Tudo (The Theory of Everything, 2014), a adaptação do livro de Jane Hawking sobre sua jornada ao lado do marido.
Não muito atrás de Redmayne em competência está a colega Felicity Jones. Até então lembrada como a Felicia Hardy do Homem-Aranha mais recente, Jones também foi meticulosa ao criar sua personagem. Mas é complicado o fato de a personagem sempre estar lá, impávida e pronta a se sacrificar por Stephen. Isso acontece desde o início, quando a doença é descoberta. Sua luta para ajudá-lo e criar os filhos, além de se dedicar à carreira acadêmica, teria precisado de muito mais espaço. Ela acaba relegada a um segundo plano, deixando o foco todo para o gênio Hawking. Mas o roteiro de Anthony McCarten falha também nesse ponto ao não detalhar melhor o que está se passando, talvez com medo de entrar profundamente nos fundamentos da física e perder o público “não iniciado”. Ou de mostrar seu biografado como um ser humano com falhas, como qualquer outro. Se o filme apenas arranha a superfície nos dois casos, sobra apenas passar pontualmente por momentos importantes, pecado que a maioria das biografias comete.
Diretor de documentários interessantes e envolventes, como O Equilibrista (Man on Wire, 2008), James Marsh não parece ter ainda se encontrado na ficção. Seu longa anterior, inexplicavelmente chamado no Brasil de Agente C – Dupla Identidade (Shadow Dancer, 2012), é um drama correto e discreto que se contenta em seguir o rumo dos acontecimentos, sem muita tensão ou conflito. O pano de fundo é bem promissor, mas o resultado não sai da média. Assim como este A Teoria de Tudo. As ótimas atuações tanto dos protagonistas quanto dos coadjuvantes servem a um filme mediano, produto de um roteiro acomodado e uma direção que se contenta com um tapinha nas costas de “bom trabalho”. Um prato cheio para uma tortura ao estilo Fletcher (o professor de Whiplash, 2014).
Série ficcional mistura personagens reais e cria situações para mostrar um novato crescendo no mundo…
Surpreendentemente, os roteiristas conseguiram criar uma história interessante para dar vida novamente aos cativantes personagens…
As relações políticas em uma cidadezinha do interior são analisadas pelo diretor, que as leva…
Desnecessariamente recontando a história do livro clássico, del Toro faz como Victor: uma nova obra…
Série nacional recria a década de 80, quando a AIDS chegou ao Brasil fazendo milhares…
Sempre lembrado por Los Angeles: Cidade Proibida, James Ellroy teve outras obras adaptadas. Conheça aqui…
View Comments
Com tanto confete em cima desse filme, achei que só eu havia tido essa impressão.
Também achei o filme, como um todo, mediano!