por Marcelo Seabra
Depois de três anos, os amigos que queriam matar os chefes voltam a atacar. Mas, agora, os chefes são eles mesmos. O mote de Quero Matar Meu Chefe 2 (Horrible Bosses 2, 2014) não é mais a vingança contra os superiores, mas contra um investidor que os deixa na mão. O sentido do título se perde, mas ele é mantido pelo bem da identidade da série, para que o público não se perca – mesmo que isso tenha acontecido aqui com O Âncora e Tudo Por Um Furo. O diretor do original, Seth Gordon, assumiu outros compromissos e deixou a sequência, mas o elenco está todo de volta. E o volume de piadas engraçadas dobrou!
Os estereótipos são mantidos e temos três amigos com a mesma dinâmica do primeiro filme. Jason Bateman é Nick, o responsável, que parece ser o que eles têm de mais próximo de uma consciência; Jason Sudeikis é Kurt, o convencido, um adulto que se esqueceu de amadurecer e responde por todas as piadas machistas que aparecem; e Charlie Day vive Dale, o assustado que passa a maior parte do tempo em pânico, gritando. Eles concluem que é melhor abrir uma empresa do que continuar trabalhando para outros, e resolvem colocar em prática uma ideia para um produto revolucionário. Mas precisam de alguém para bancar o projeto, e aí entram os Hanson: Bert (Christoph Waltz) e o filho, Rex (Chris Pine). Entre essas duas inclusões no elenco, Pine é o grande destaque, enquanto Waltz corre o risco cada vez maior de ficar marcado como eterno vilão.
Quando Hanson pai decide trair o trio e os deixa à beira da falência, aquele velho instinto “melhor matar do que morrer” vem à tona. Mas eles já sabem que não são capazes de matar alguém, lição aprendida no primeiro filme. Por isso, decidem seqüestrar Hanson filho e pedir um resgate. O plano parece ter vida própria e as coisas seguem um caminho inesperado. Mais oportunidades surgem para situações loucas e cômicas. E não podiam faltar os conselhos do “consultor” Dean MF Jones (Jaime Foxx), que continua não tendo noção alguma para negociar seu preço. Outros que voltam são Jennifer Aniston e Kevin Spacey, dois dos chefes da aventura anterior.
Piadas que menosprezam determinadas pessoas ou grupos não faltam. Mas, assim como observamos em Debi & Lóide 2 (Dumb and Dumber To, 2014), essas piadas não depõem contra o filme, elas reforçam a impressão que já temos de que o personagem que tem essas falas é o prejudicado intelectualmente. O ridículo da situação deixa claro que o sujeito está errado, e rimos dele. E a comparação com o trabalho dos Farrelly não é à toa, já que ambos os longas têm dois roteiristas em comum, Sean Anders e John Morris. Anders inclusive assumiu a direção, com a saída de Seth Gordon.
O politicamente correto é abandonado quando se trata de sexo, já que este episódio pega um pouco mais pesado nesse ponto. Os diálogos usam termos chulos com mais frequência, mas nada que seja exagerado. Muitas das cenas funcionam muito bem separadas, e nem tão bem como um todo. Quero Matar Meu Chefe 2 acaba sendo uma boa reunião de esquetes engraçadas que formam um filme razoável. Os responsáveis parecem não sentir necessidade de amarrar melhor algumas pontas, e outras eles apenas grudam sem se preocupar com a fluidez, ou sentido. Mas, ao final da sessão, a missão de fazer o público rir terá sido cumprida.
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