por Marcelo Seabra
Dois atores com pequenos papéis no Cinema e na TV, Nat Faxon e Jim Rash resolveram estrear como diretores e lançaram O Verão da Minha Vida (The Way Way Back, 2013), que também escreveram. Contando uma história de amadurecimento de um adolescente, eles conseguem bons papéis para seu elenco, uma história bacana, apesar de pouco original, e um resultado com muito carisma, sensibilidade e humor.
É interessante ver, pela primeira vez, Steve Carell (de Um Divã para Dois, 2012) num papel de um sujeito não muito confiável ou simpático. Ao contrário, Trent é o babaca que namora a mãe de Duncan (Liam James, de The Killing), o protagonista. A divorciada Pam (Toni Collette, de À Procura do Amor, 2013) só quer ficar bem com o parceiro e o filho, e topa passar as férias de verão na casa de praia de Trent. Duncan não tem muita opção e vai junto, ficando completamente deslocado na maior parte do tempo.
As coisas começam a mudar para o garoto quando ele conhece a força da natureza Owen (Sam Rockwell, de Lunar, 2009 – acima), um funcionário de um parque aquático que rapidamente se torna um amigo. Seguindo uma linha bem convencional, o longa mostra Duncan aprendendo a lidar com determinadas situações e a partir para o confronto, quando necessário. Obviamente, não é o primeiro longa a tratar do tema, mas o faz com tanta leveza que se destaca dos demais. Há momentos muito engraçados, outros mais delicados, e os atores conseguem transitar bem por todos eles. Carell, após Pequena Miss Sunshine (2006), não precisa provar nada, mas ainda consegue ir além da sua persona mais comum, a do bonzinho bem intencionado. Rockwell é sempre um show à parte, e sua interação com James é bem natural, favorecendo o trabalho do mais jovem. Os demais nomes do elenco, como Allison Janney, Maya Rudolph, Rob Corddry e Amanda Peet, ajudam a reforçar o quadro principal.
Se em alguns momentos O Verão da Minha Vida parece ser ambientado em outra época (como os anos oitenta) é porque sua trama é atemporal, diz respeito a diversas gerações. Talvez por isso, tenha superado e muito seu baixo orçamento, de módicos U$ 5 milhões. Assim como em As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, 2012), temos uma boa amostra da adolescência pelos olhos do próprio adolescente, de forma bem honesta e crível. Nada que vá revolucionar coisa alguma, vai apenas divertir por uma hora e meia e, quem sabe, trazer boas memórias.
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