por Marcelo Seabra
Eles se encontraram nos dois Os Mercenários (The Expendables), mas mal trocaram umas palavras. Na sequência, houve um pouco mais de ação, mas nada que agradasse a quem cresceu vendo os longas dos anos 80 estrelados por Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. É para isso que foi feito Rota de Fuga (Escape Plan, 2013). É como um encontro entre Batman e Superman: eles até poderiam partir para a briga, mas logo encontrariam um inimigo em comum para uni-los.
O sueco Mikael Håfström vem se mostrando um diretor de altos e baixos, sendo capaz de Fora de Rumo (Derailed, 2005) e Conspiração Xangai (Shanghai, 2010), mas, ao mesmo tempo, de 1408 (2007) e O Ritual (The Rite, 2011), e este último chegou bem perto do fundo do poço. Filmar a esperada reunião de dois grandes do Cinema é uma forma de garantir público, e só faltava um roteiro esperto que trouxesse dois bons papéis masculinos sexagenários. E aí que entra Miles Chapman, estreando em grande estilo na telona. Com uma mão de Jason Keller (de Espelho, Espelho Meu, 2012), ele lapidou bem o texto. Furos podem ser facilmente encontrados, começando pela premissa: por que gastar bilhões com uma cadeia, montando e mantendo, para sumir com pessoas indesejadas, se é possível matar e sumir com o corpo?
Stallone vive Ray Breslin, uma autoridade quando o assunto é segurança prisional. A empresa do sujeito é contratada para testar a infalibilidade de prisões de segurança máxima e ele se coloca lá, como um presidiário qualquer, para testá-la. Uma figura da CIA aparece num dia normal de trabalho e faz uma proposta: Breslin teria que testar uma cadeia nova, altamente secreta, num lugar desconhecido. Os presos são pessoas que praticamente não existem mais, alguém pagou caro para se ver livre delas. Os associados de Breslin não poderiam ter informação alguma, ele estaria à sua própria sorte. É claro que nesse mato tem mais cachorro, e ele logo terá uma noção melhor do que está havendo.
Lá dentro, os dois sujeitos que ele conhece de maior destaque na trama estão em lados opostos: Jim Caviezel (da série Person of Interest) é o diretor Hobbes, o criador e mantenedor da prisão, enquanto Schwarzenegger faz um prisioneiro que se alia a Breslin. Além deles, há um guarda sádico (Vinnie Jones, de Fogo Contra Fogo, 2012) e um médico (Sam Neil, de The Tudors), entre vários outros coadjuvantes. Do lado de fora, completam o elenco Amy Ryan (de Zona Verde, 2010), Vincent D’Onofrio e o rapper Curtis “50 Cent” Jackson (ambos também de Fogo Contra Fogo).
Nos anos 80, Rota de Fuga poderia ter feito um sucesso enorme, quando seus astros estavam no topo. Mas os personagens exigem intérpretes mais maduros, e eles se adequam melhor hoje. E Schwarzenegger precisava de uns anos de estrada para fazer as piadinhas que faz. O ex-governator e ex-terminator parece se divertir bastante, enquanto o colega fortão leva as coisas mais a sério, como se essa fosse a obrigação do protagonista. Ambos, no entanto, continuam com aquela saudável mistura de carisma e canastrice pela qual são famosos.
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Bem. Pelo que você escreveu é uma bomba!
Não exatamente, Davi, é divertido.