por Marcelo Seabra
Várias turmas de atores amigos ficaram famosas no Cinema. Provavelmente, o Rat Pack, liderado por Frank Sinatra, foi a maior. Os anos 80 tiveram o Brat Pack, com Demi Moore, Rob Lowe, Andrew McCarthy, Emilio Estevez e companhia. Em 2000 e pouco, a mídia inventou o Frat Pack, com Ben Stiller, os irmãos Wilson, Will Ferrell, Vince Vaughn, entre outros. Uma turma mais recente é encabeçada por Seth Rogen e Evan Goldberg, parceiros criativos em vários roteiros (como Superbad, de 2007) que decidiram encarar o desafio de dirigir um longa. Para ajudar, chamaram os camaradas e fizeram É o Fim (This Is the End, 2013), comédia que traz vários atores como eles mesmos, mas em uma situação inusitada.
Vários nomes do humor atual se reúnem para uma festa na casa de James Franco. Estão lá, entre os principais, Rogen, Jay Baruchel, Jonah Hill, Danny McBride, Craig Robinson, Michael Cera e Christopher Mintz-Plasse, todos velhos conhecidos com trabalhos em comum. Juntam-se a eles outros que aparentemente não teriam relação, como Emma Watson e a cantora Rihanna, e temos a festa formada. Obviamente, o que cada ator interpreta é uma versão de si mesmo, e a graça está aí: eles brincam com a visão que o público aparentemente tem deles, ressaltando uma ou outra característica para ter um efeito cômico maior. Rogen é o mesmo cara que ele sempre vive, aquele que só quer se divertir e se recusa a crescer; Baruchel é inseguro, ligeiramente anti-social; Hill tenta ser simpático, mas é convencido e egocêntrico, Franco é pretensioso e parece estar acima dos demais. Estes são alguns exemplos, e o mais engraçado é o que foge completamente do que estamos habituados a ver: Michael Cera (abaixo).
Em determinado momento, uma catástrofe cai sobre eles. Seria um terremoto? Uma invasão alienígena? Ou o apocalipse zumbi? Ninguém sabe, a televisão sai do ar e resta a eles ficarem juntos na casa de Franco, resistindo ao que vier. Num clima parecido com o de O Nevoeiro (The Mist, 2007), eles começam a discordar e discutir sobre qualquer coisa, e temos um divertido estudo sobre homens confinados vivendo com restrições. O que fazer, por exemplo, quando se tem apenas uma barrinha de chocolate? Alguns diálogos são absurdos, como numa versão mais jovem e drogada de Seinfeld, e não há nada politicamente correto.
Da mesma forma que O Segredo da Cabana (Cabin in the Woods, 2012), o final de É o Fim segue a lógica estabelecida, mas não deixa de ser exagerado – e engraçado. Os atores não param de rir de si mesmos até que os créditos subam, após uma surpresinha musical que, ao mesmo tempo, é irritante e faz sentido. Quem está familiarizado com o tipo de humor dessa turma e não fica escandalizado com a sujeira das piadas vai se divertir até! Só não espere uma sequência. Afinal, É o Fim!
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