por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Imagine que você more em uma típica cidadezinha norte-americana onde nada de mais acontece. O xerife é aquele cara gente boa, no qual praticamente todos confiam e sua força policial é composta por meia dúzia de pessoas; o dono da concessionária local é também um vereador popular entre seus eleitores; há o típico restaurante/café onde grande parte da população local se reúne após a missa de domingo ou um dia de trabalho e é recepcionado por uma simpática atendente; há um jornal local, comandado por uma jornalista curiosa, e uma rádio pirata especializada em rock and roll. Uma cidade pequena, onde praticamente todos se conhecem, costumam se ajudar e nada de extraordinário acontece. Há até aquele confronto de gerações, onde os mais velhos se acostumaram a viver na calmaria da cidade e os mais novos não querem mais nada além de sair de lá em busca de uma vida mais excitante em alguma grande metrópole. Tudo muito típico, tudo muito clichê. Coloque tudo isso junto e você estará em Chester’s Mill, Maine.
Agora, imagine que você, morador de Chester’s Mill, está caminhando para o trabalho e vê um monomotor sobrevoando sua cidade. Imagine seguir aquele monomotor com o olhar despreocupado de quem já viu daquelas aeronaves mais vezes do que consegue se lembrar. E vê-la bater e explodir no meio do ar, como se tivesse trombado em uma parede invisível! Assim, do nada, sua cidade deixa de ser algo tipicamente clichê e passa a ser um lugar bem mais interessante para se viver. Ou, pelo menos, mais aterrorizante na medida em que você se dá conta de que aquela parede invisível é, na verdade, uma redoma dentro da qual toda a sua cidade está confinada.
Fãs de Stephen King reconhecerão alguns de seus elementos recorrentes na série. Quando a redoma aparece, numa manhã de domingo, ela isola Chester’s Mill não só do resto dos EUA, mas também de boa parte de sua população, que se encontrava em um desfile em uma cidade vizinha. Isso inclui todo o corpo de bombeiros e todo o poder executivo da cidade, inclusive o prefeito, seu vice e praticamente todos os vereadores, à exceção de James “Big Jim” Rennie (Dean Norris, de Breaking Bad), que logo vai assumir a tarefa de conduzir a cidade, além de ser um dos poucos, ao lado do Reverendo Lester Coggins (Ned Bellamy, de Django Livre, 2012) e do xerife Howard ‘Duke’ Perkins (Jeff Fahey, de Machete, 2010), a ter uma maior noção do motivo de sua cidade ter sido enclausurada.
Como em quase toda obra de King, há ainda o homem misterioso que logo se revelará um ás na história, o garoto desequilibrado que não aceita o fim do namoro e decide que a ex permanecerá com ele de qualquer jeito, os turistas desavisados que estavam de passagem pela cidade e permanecem presos ali, o garoto curioso que logo começa a ser afetado de maneira relativamente sobrenatural pelo isolamento (e não é o único), o policial que endoida e por aí vai. Como essas histórias se desenrolarão e se cruzarão é o principal combustível da trama, além do fato de explorar como as pessoas reagem quando confinadas em tal ambiente.
Under the Dome estreou nos Estados Unidos no dia 24 de junho e tem conseguido bons índices de audiência e críticas. Sua primeira temporada tem 13 episódios e a segunda já tem produção confirmada. A exemplo de The Walking Dead, espera-se que explore bastante o comportamento humano sob condições extremas de sobrevivência. Com aquele pezinho no fantástico que é marca registrada do escritor, roteirista e produtor Stephen King.
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