por Marcelo Seabra
Uns dizem que é uma história sobre Brad Pitt e zumbis. Outros, que era uma bomba anunciada devido aos problemas durante a produção. E ainda há um trailer com cenas mal escolhidas, que não dá vontade de conferir o longa. Estes são alguns dos obstáculos que Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) enfrentou sem ao menos ter estreado, e são também exemplos dos riscos que correm aqueles que dão um parecer sobre um filme antes de assisti-lo. Para a surpresa de muitos, trata-se de uma obra interessante e bem feita, ao contrário de muita coisa que essa moda de zumbis originou.
Em Contágio (Contagion, 2011), vimos uma doença se espalhando em velocidade impressionante e derrubando cidadãos do mundo inteiro. Imagine essas pessoas se tornando, em torno de 12 segundos, zumbis acelerados e audaciosos como em Extermínio (28 Days Later, 2002). As cenas com multidões de zumbis lembram os ataques de Eu, Robô (I, Robot, 2004), muito bem orquestradas e com fartura de corpos para todos os lados. Como não poderia deixar de ser numa obra dessa natureza, há críticas a aspectos da sociedade, como o fato de as autoridades terem sido avisadas dos primeiros acontecimentos e terem ignorado, o que acontece mais vezes do que deveria.
Brad Pitt, sem precisar fazer muito esforço, vive Gerry Lane, um ex-agente das Nações Unidas que se retirou do trabalho após algum tipo de trauma e vive tranqüilo com a esposa (Mireille Enos, de The Killing) e filhas. Num belo dia, como outro qualquer, eles são surpreendidos na rua por pessoas agindo como loucos e Lane presencia uma transformação, após uma contaminação por mordida. Daí em diante, o ritmo da ação se intensifica e o roteiro foca no problema, sem se preocupar em dar muita profundidade aos personagens. O passado não vem ao caso, o agora é o que importa. Essa opção se mostra acertada por dar um ritmo ágil ao longa e explorar bem o assunto, com Lane viajando pelo mundo em busca de respostas.
Pitt, também produtor do longa, conseguiu comprar os direitos do livro de Max Brooks em 2007 e trouxe uma escolha inusitada para a direção. Marc Foster chamou a atenção com A Última Ceia (Monster’s Ball, 2001), seguindo com bons dramas como Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland, 2004) e Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction, 2006). Em 2008, ele comandou James Bond em Quantum of Solace (2008), dando uma guinada nos projetos que habitualmente assumia. Por que não, então, zumbis? Para adaptar o livro já tido como cult, foi chamado J. Michael Straczynski (de A Troca, 2008). Com o desenvolvimento de novas versões do roteiro, Foster acabou partindo para Redenção (Machine Gun Preacher, 2011), e voltou para pré-produção em abril de 2011. Depois de negociações, o orçamento foi fechado em US$ 125 milhões.
Depois que Damon Lindelof e Drew Goddard (ambos de Lost) reescreveram passagens, foi necessário fazer novas filmagens e o orçamento bateu a casa de US$ 190 milhões. Com tantos problemas, críticos previam um prejuízo grande, mas Guerra Mundial Z já está chegando a US$ 80 milhões de bilheteria, metade do custo, só nos Estados Unidos. Uma sequência já foi aprovada pela Paramount e Foster chegou a prever uma trilogia. Se a qualidade for mantida, eu não me importaria de acompanhar a parte 2.
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Achei o filme divertido. E as cenas que envolviam multidões de zumbis são sensacionais(a subida no muro em Israel por ex.). Achei o 3D (convertido?) problemático, tanto q fiquei com um pouco de dor de cabeça após a sessão(assim como em Star Trek)