por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Da Vinci’s Demons se passa em Florença, Itália, no último quarto do século XVI, período conturbado na história italiana, na medida em que a cidade-estado se encontra em uma guerra fria com o Vaticano que, logo, se torna um conflito aberto. Inicialmente alheio a esse
Paralelamente, uma história mais pessoal se desenvolve. Inquieto a ponto de ter que usar ópio e vinho para desacelerar seu cérebro e conseguir pensar claramente, Leonardo acaba trombando com um turco em uma taverna. Essa pessoa é procurada pela Inquisição, o que desperta sua curiosidade. Logo, o turco revela a ele que a mãe de Leonardo – que o abandonara quando criança – faz parte de uma sociedade secreta que busca o lendário “Livro das Folhas”, um compêndio que conteria toda a história secreta do mundo, provando que muito do que era tido como fatos seriam, na realidade, mentiras para enganar o povo. O tal livro também é procurado pelo Papa Sexto IV (James Faulkner, de X-Men: Primeira Classe, 2011), que designa para tal o chefe dos Arquivos Secretos do Vaticano, Girolamo Riario (Blake Ritson, de Rock ‘n’ Rolla, 2008). Desnecessário dizer que conspirações dentro de conspirações, como na maioria das produções do gênero, permeiam a série, que tem até mesmo sua femme-fatale na figura de Lucrezia Donati (Laura Haddock, de Capitão América: O Primeiro Vingador, 2011 – abaixo). Leonardo, obviamente, vai se emaranhar nela em sua busca pelo que considera ser a verdade do mundo.
Da Vinci’s Demons é criação de David S. Goyer, um dos produtores e escritores com o currículo mais instável de Hollywood. Afinal, ao mesmo tempo em que escreveu filmes sensacionais como a trilogia Batman ao lado de Cristopher Nolan, (e reutiliza algumas das ideias apresentadas ali para construir o passado de Leonardo), ele também foi o responsável por cometer Motoqueiro Fantasma: O Espírito da Vingança. Após uma temporada de apenas oito episódios, sua nova empreitada ainda não se decidiu se é uma série mais leve ou se algo mais sombrio e intrincado, no estilo de Arquivo X. Uma coisa, no entanto, fica clara desde o começo e é mais explorada nos últimos capítulos da temporada, que é a introdução de elementos místicos e mesmo sobrenaturais, propiciando encontros inusitados entre Da Vinci e figuras importantes que lhe eram contemporâneas e, até onde se sabe, nunca interagiram com Leonardo. Essa influência do sobrenatural traz atrativos a mais para a trama, que adiciona um pouco ao tema recorrente de “conspirações dentro de conspirações”.
Um outro atrativo da série é o protagonista, que Riley interpreta como uma espécie de Tony Stark medieval, ora exibindo traços de sua genialidade, ora comportando-se como uma criança petulante. Se Goyer vai conseguir definir uma direção para a sua série – que, é bom enfatizar, é totalmente fantasiosa no que diz respeito à História – só o tempo dirá. Tempo que ele terá, pois Da Vinci’s Demons já teve sua segunda temporada confirmada. A série foi exibida no Brasil às terças-feiras às 23h no canal a cabo Fox. A primeira temporada começará a ser reprisada no mesmo canal e horário a partir do dia 18. Já a segunda temporada deve ir ao ar em 2014, sem data definida até agora.
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