por Marcelo Seabra
Depois de descartar a possibilidade de fazer um documentário sobre a vida do cantor e compositor, o cineasta Antônio Carlos da Fontoura (de Gatão de Meia Idade, 2006), amigo de Russo e da família Manfredini, propôs focar nos anos de formação do artista, aqueles que não são muito conhecidos pela maioria. Trata-se de um “filme de origem”, tão na moda com super-heróis, e ignora os anos finais e tristes da vida de Russo, morto em 1996 em decorrência da AIDS.
Para simplificar, Bernstein usou um recurso comum principalmente na adaptação de livros: mesclar personagens. Ana Cláudia, vivida pela ótima e discreta Laila Zaid, não existiu, é apenas o resumo de várias mulheres que passaram pela vida de Renato. O mesmo acontece com Carlinhos (Antônio Bento), que representa os homens de Renato. No elenco adulto, Marcos Breda e Sandra Corveloni vivem os pais, e passam por momentos engraçados em meio à atitude dos jovens punks de Brasília. Mendonça, que já havia interpretado o cantor sertanejo Luciano em Os Dois Filhos de Francisco (2005), canta e toca de fato, o que traz bastante veracidade ao longa. Suas caras e bocas remetem diretamente a Russo e até as desafinadas ao vivo são legítimas.
Em 2011, foi lançado Rock Brasília – A Era de Ouro, documentário que retrata bem a “turma da colina” e as bandas que se originaram da capital do Brasil. Somos Tão Jovens é a versão ficcional, focada em Renato. É impossível explicar tudo e dar início, meio e fim para todos os personagens. Alguns coadjuvantes entram e saem e não entendemos bem a trajetória deles. As anedotas mais populares vão se enfileirando, como a briga entre Renato e Fê Lemos, que termina com um arremesso de baqueta. Dá a sensação de que o roteirista precisa arrumar lugar para todos os fatos listados previamente. Para os interessados naquela cena do rock nacional, não deixa de ser curioso conhecer esses episódios. E fica a esperança de que, logo, assistiremos à parte 2, que bem poderia se chamar Legião Urbana.
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