por Marcelo Seabra
Em todas as edições do Oscar, há pelo menos um filme deslocado, que não deveria estar entre os indicados. Não que seja necessariamente ruim, mas não é bom o suficiente para estar entre os destaques do período. No ano passado, o caso mais gritante foi o choroso Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud & Incredibly Close, 2011), que trazia vários nomes importantes envolvidos, mas era insípido e friamente calculado para emocionar. Este ano, temos O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012), mais um exemplar com bom diretor (David O. Russell) e ótimo elenco (que inclui ninguém menos que Robert De Niro), mas que não passa de bonitinho.
Russell, diretor e roteirista, ganhou bastante visibilidade com a aventura Três Reis (Three Kings, 1999), e apareceu mais ainda com O Vencedor (The Fighter, 2010), que deu Oscars aos coadjuvantes Christian Bale e Melissa Leo, além de emplacar outras cinco indicações. Agora, ele adaptou o livro de Matthew Quick e, mais uma vez, convocou bons atores para ajudá-lo. O protagonista, Bradley Cooper, explodiu para o mundo na comédia Se Beber, Não Case! (The Hangover, 2009) e vem emendando um trabalho no outro. Jennifer Lawrence, que foi indicada pela Academia em seu primeiro papel relevante (Inverno da Alma, 2010), também não anda tendo descanso, com uma grande franquia entre seus trabalhos: Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012). Como os pais de Cooper, temos dois ótimos veteranos: Jacki Weaver (de Reino Animal, 2010) e Robert De Niro (Poder Paranormal, 2012). O resultado desse grande encontro é nada menos que quatro indicações ao Oscar.
O Lado Bom da Vida é um filme alegre (em sua maior parte) e traz à frente um cara que tenta ser positivo, afastando os pensamentos ruins da cabeça. A mudança de tom é estranha, as coisas não fluem e, de repente, estamos assistindo a um drama, e volta à comédia novamente – a presença de Chris Tucker, por exemplo, cria momentos nonsense. As relações entre os novos conhecidos são apressadas, enquanto as interações familiares correm de acordo com o que o roteiro precisa. Parece que o livro devia ter um conteúdo ótimo e extenso, e tudo foi reduzido para caber em um filme. Mesmo que tenha ficado longo, faltou muita coisa para dar liga. O resultado poderia ter ficado bem acima da média, mas se contentou em ficar em cima da linha.
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