Globos de Ouro 2013 – A Cobertura

por Marcelo Seabra

Pontualmente, às 23h de 13 de janeiro de 2012, começa a apresentação da 70ª edição dos Globos de Ouro. Comandando a festa estão as estrelas da TV Tina Fey, da série 30 Rock, e Amy Poehler, de Parks and Recreation, que estiveram juntas no Saturday Night Live por vários anos. Depois de várias piadas, sacaneando diversas celebridades, elas chamam a primeira categoria da noite: Melhor Ator Coadjuvante. E o prêmio vai para Christoph Waltz, a pessoa que Tarantino tinha em mente desde o início para Django Livre. A seguir, Maggie Smith, que não pôde ir, ganha como Melhor Atriz Coadjuvante em uma Série, Minissérie ou Filme para TV por Downton Abbey, elogiada série inglesa que finalizou sua segunda temporada.

Antes de Melhor Minissérie ou Filme para TV, somos surpreendidos pela visão do filho de Michael J. Fox, Sam Fox, apresentado como Mr. Golden Globe – ao lado de Francesca Eastwood, a Ms. Golden Globe. O rapaz é tão parecido com o pai que ninguém deve ter prestado atenção na bela colega. Game Change, ou Virada no Jogo, fica com a estatueta. A Melhor Atriz em Filme, como previsto, é a “Sarah Palin” Juliane Moore, da produção da HBO que acaba de ser premiada, Virada no Jogo. Catherine Zeta-Jones chama um clipe de Les Misérables e vamos a outro comercial.

Voltamos com umas palavras sobre a Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, pela presidente da instituição, e vamos ao páreo duro de Melhor Ator em Série de TV. Em meio a Jon Hamm, Steve Buscemi, Bryan Cranston e Jeff Daniels, é coroado Damian Lewis, protagonista de Homeland ao lado de Claire Danes. Uma falha no teleprompter deixa Paul Rudd e Salma Hayek na mão, e entram as chamadas para as melhores séries de TV: é mais uma para Homeland. Depois de um clipe de Argo, com a participação do verdadeiro agente da CIA Tony Mendez, vem a categoria de Melhor Trilha Sonora Original, que fica com As Aventuras de Pi, para Mychael Danna, também indicado ao Oscar. E segue-se a Melhor Canção Original, a esperada Skyfall, de Adele, que agradece com seu forte sotaque inglês.

Kevin Costner, em sua quinta indicação e segunda premiação, fica com o Globo de Ouro de Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV por seu trabalho em Hatfields & McCoys, como o pior vizinho imaginável. Para o clipe de Lincoln, ninguém menos que o ex-presidente americano Bill Clinton, que menciona as negociações necessárias para se ganhar uma eleição. “Nada sei sobre isso”, brinca Clinton. Diz Will Ferrell que assistiu a todos os filmes com atrizes indicadas na categoria Melhor Atriz – Musical ou Comédia, e ele e Kristen Wiig explicam todos os filmes – de maneira surreal. E Jennifer Lawrence (ao lado) comprova que veio para ficar, premiada por O Lado Bom da Vida (ou Silver Linings Playbook). Ela também concorre nos Oscars, e pela segunda vez, apesar da pouca idade.

Voltamos das propagandas e mais um prêmio para Virada no Jogo: Ed Harris é o Melhor Ator Coadjuvante em uma Série, Minissérie ou Filme para TV. Megan Fox e Jonah Hill entram para anunciar a Melhor Atriz Coadjuvante em um Longa, e ela não é Sally Field, nem Amy Adams. O prêmio vai Anne Hathaway, de Les Misérables, que faz questão de agradecer ao diretor, Tom Hopper, que não foi indicado este ano. Robert Pattinson e Amanda Seyfried chamam o Melhor Roteiro Original, o falante Quentin Tarantino, de Django Livre. Com Jeremy Irons, vemos um clipe de Amor Impossível (ou Salmon Fishing in the Yemen), e entram Lucy Liu e Debra Messing para Melhor Ator em uma Série de TV – Comédia ou Musical. Da fraca House of Lies, Don Cheadle recebe seu segundo Globo de Ouro e temos mais uma pausa.

No palco, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger anunciam o Melhor Filme em Língua Estrangeira, e Schwarza chama o compatriota Michael Haneke, de Amor. Para Melhor Atriz em Série – Drama, Claire Danes leva seu quarto prêmio, de quatro indicações. Aproveitamento de 100%! Sacha Baron Cohen entra, sem graça nenhuma, para a Melhor Animação, que fica com Valente, da Pixar. Liev Schreiber apresenta o clipe de As Aventuras de Pi e dá lugar para Jason Bateman e Aziz Ansari, que vão chamar a Melhor Atriz em uma Série de TV. As apresentadoras, Tina Fey e Amy Poehler, estão entre as indicadas, mas o prêmio fica com Lena Dunham (ao lado), criadora e protagonista de Girls, da HBO.

Robert Downey Jr., amigo de longa data de Jodie Foster, apresenta o prêmio Cecil B. DeMille, o famoso “conjunto da obra”. Aos 50, como ressalta, Jodie é agraciada, e são 47 anos de carreira. Além de atriz, a competente diretora é homenageada com uma longa montagem de muitos de seus trabalhos. Mais longo é o discurso de agradecimento, em que ela menciona pessoas que a ajudaram ao longo dos anos, família e amigos, e promete continuar fazendo filmes significativos. Ser uma figura pública por tantos anos fez com que ela valorizasse muito sua privacidade, e ela aproveita para espetar a mídia, que pode ser bem invasiva.

No bloco seguinte, Ben Affleck (ao lado com a esposa, Jennifer Garner) passa na frente de Spielberg, Tarantino, Ang Lee e Kathryn Bigelow e emplaca como Melhor Diretor de um Longa. Argo merecidamente é honrado. Na sequência, o prêmio de Melhor Série de TV – Comédia ou Musical poderia ir para ninguém, é uma categoria difícil por, basicamente, falta de graça. Girls, de Lena Dunham, leva outra. Clipe de Silver Linings Playbook e descobrimos o Melhor Ator em um Musical ou Comédia: Hugh Jackman, o novo Jean Valjean de Les Misérables.

Jeremy Renner apresenta um clipe de A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) e Dustin Hoffman entra para anunciar o Melhor Filme – Musical ou Comédia. Não tinha para mais ninguém: claro que ficou com Les Misérables. À medida que o final se aproxima, parece que os blocos ficam menores e os comerciais proliferam. George Clooney apresenta Melhor Atriz – Drama, e a operária destaque Jessica Chastain finalmente leva, por A Hora Mais Escura. Em dois anos de trabalho, ela fez “apenas” dez filmes. Clooney segue no palco, já que Meryl Streep está doente e não pôde comparecer, e anuncia o Melhor Ator – Drama: Daniel Day-Lewis, o inglês que vive o maior dos presidentes americanos em Lincoln.

Com todos os clipes devidamente exibidos, chega a hora do Melhor Filme – Drama. Affleck já levou como diretor, agora leva como produtor, ao lado de Clooney e Grant Heslov. Com essa categoria, a premiação é encerrada por Tina Fey e Amy Poehler, que pegaram relativamente leve no humor. Os prêmios foram equilibrados, dando oportunidade a Argo, Lincoln, A Hora Mais Escura, Os Miseráveis e Django Livre e até O Lado Bom da Vida, As Aventuras de Pi e Skyfall. Boa noite!

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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