por Marcelo Seabra
Em 2006, Liam Neeson deu uma pausa em filmes dramáticos e papéis de mentores para fazer um faroeste cujo tema está no título nacional, À Procura de Vingança (Seraphim Falls). A jogada inesperada, então, foi aumentar a dose de adrenalina e apostar as fichas no cinema de ação. O ator se uniu ao produtor Luc Besson, que escreveu Busca Implacável (Taken, 2008) com o parceiro usual Robert Mark Kamen. O sucesso alcançado da empreitada fez com que uma sequência fosse feita: Busca Implacável 2 (Taken 2) já está em cartaz.
Bryan Mills é um ex-agente da CIA que tem a filha seqüestrada ao viajar para a França com uma amiga. Ele promove uma carnificina, envolve funcionários do governo e literalmente acaba com uma rede internacional de prostituição e tráfico de mulheres. E encontra a filha, claro, sã e salva. Na sequência, Mills mantém uma relação próxima com a filha e a ex-esposa e as convida a passear em Istambul, onde teria um trabalho curto e poderia aproveitar para descansar. Os problemas começam quando a família é localizada por uma gangue chefiada pelo pai do seqüestrador morto por Mills. Exato, essa é a trama do segundo filme.
O longa se pretende um estudo da vingança e suas consequências, e Mills se afunda no que melhor sabe fazer: matar. O personagem seria um caso clássico de sujeito manipulador e
Nos vários longas de ação que Neeson tem estrelado (uns bons, outros nem tanto), ele já se mostrou uma figura interessante o suficiente para valer o ingresso. Não importa o nível de palhaçada do roteiro, ele costuma sair intacto, com seu carisma e charme de cara durão inabalados. Mas não dá para evitar o riso em certas passagens de Busca Implacável 2, tamanho é o chute. As cenas de lutas são tão rápidas que mal dá para entender o que está acontecendo, e as perseguições de carros, que parecem ser a principal atração da produção, chegam a ficar incompreensíveis e inacreditáveis. Ainda mais levando-se em conta quem está dirigindo o táxi. A chegada à embaixada, então, é fora de qualquer noção de realidade. O tal Olivier Megaton (Carga Explosiva 3, 2008) parece ser um cineasta incompetente e, por isso mesmo, manipulável, já que ele consegue estragar várias seqüências e nunca deixa uma assinatura nos filmes que faz. Besson, sim, imprime uma marca aos filmes que dirige, escreve ou produz. O que não necessariamente significa uma coisa boa.
O primeiro filme funcionou bem, provavelmente, devido a Neeson e a estranheza positiva que sua presença trazia ao projeto, além de colocar o seu personagem em situações mais simples e diretas. Agora, Mills deixa de ser um agente experiente para virar uma espécie de MacGyver sem juízo ou responsabilidade, que pede à filha que jogue granadas para cima para se orientar pelo barulho. Além do absurdo da ação, as conclusões e linhas de raciocínio que ele segue são deduções muitas vezes sem base, e sempre funcionam. A falta de risco claro nas situações vividas por Mills também dificultam que se crie interesse pela trajetória do personagem. Para que me importar se eu já sei de cara que ele não vai sofrer muito? Nos importamos mais com os pobres vilões albaneses, esses sim vão ser estropiados. Se serve de consolo, o ator já recusou fazer uma nova sequência. Se seguir por esse caminho, Neeson logo será visto como integrante da trupe de Stallone e seus mercenários.
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