por Marcelo Seabra & Rodrigo “Piolho” Monteiro
Algumas adaptações de quadrinhos atingiram um resultado tão ruim que é necessário dar um tempo do personagem. Pois foram necessários dezessete anos para que se esquecesse O Juiz (Judge Dredd, 1995), aquele longa mequetrefe com Stallone, e se produzisse esse novo Dredd (2012), que chega maravilhosamente perto da essência do anti-herói criado por John Wagner e Carlos Ezquerra para a revista 2000AD. Além de agradar os fãs das revistas pela fidelidade ao material, é um longa de ação muito bem feito que não exige nenhuma experiência prévia para que se aprecie a sessão. Tem um roteiro bem amarrado, atuações interessantes e – o principal – é bastante violento, como sua base inspiradora.
O assassinato, no entanto, revela-se resultado de um acerto de contas por disputa de pontos de vendas de uma nova droga chamada Slow-Mo, cujo efeito é fazer seus usuários passarem a ver o mundo com 1% de sua velocidade. Isso faz com que Travis use – e às vezes abuse – de sequências em câmera lenta tornadas mais belas e gráficas pelo 3D, especialmente aquelas nas quais tiros são disparados e sangue é jorrado. O papel de chefão do tráfico cabe a Ma-Ma (Lena Headey, de Game of Thrones) e assim que ela fica ciente de que dois juízes entraram em seu complexo e prenderam um empregado seu, ela convoca seus muitos asseclas para que façam o que for necessário para que a dupla nunca mais saia de lá.
Travis faz com que todos os aspectos técnicos funcionem perfeitamente e o fato de ele ter filmado diretamente em 3D – e não convertido – colabora para isso. É um dos poucos longas em 3D que o efeito realmente traz um diferencial, além do ingresso mais salgado. Outro fator que chama a atenção é o elenco, especialmente Urban e Lena. Só o fato de Urban passar todo o filme com o rosto encoberto pelo capacete do personagem (coisa que Stallone se recusou a fazer em 1995) mostra seu comprometimento com o papel. Sua interpretação é bastante seca e direta, o que também combina bastante com Dredd. A voz,
Dredd não vai – nem pretende – mudar a história do cinema de ação. O roteiro, inclusive, lembra muito o indonésio Operação Invasão (ou The Raid, 2011). Tem aquele clima de filme policial dos anos 70, como a série de Dirty Harry, e visual bem cru. No fim das contas, pode-se dizer que é um filme correto, divertido e que, esperamos, terá uma continuação em breve. E Thomas Jane, fã e intérprete de O Justiceiro (o de 2004), deve estar morrendo de inveja. É algo assim que ele queria ter realizado.
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