por Marcelo Seabra
A exemplo da personagem de Hilary Swank em A Colheita do Mal (The Reaping, 2007), outro bom exemplo de suspense, temos em O Despertar Rebecca Hall (de Vicky Cristina Barcelona, 2008) vivendo uma escritora especialista em desvendar supostos casos sobrenaturais. A Inglaterra estava devastada pela Primeira Guerra Mundial e Florence Cathcart ganha a vida, por exemplo, participando de sessões espíritas e revelando os truques das videntes. É nos momentos mais complicados que as pessoas buscam todo tipo de suporte, até de outro mundo, e vigaristas veem aí uma oportunidade.
A Mulher de Preto cria o mesmo tipo de ambientação, também invocando clássicos como Os Inocentes, de Henry James. As paisagens, sempre com chuva e mato, ajudam a aumentar a dose de melancolia do protagonista, um advogado que precisa superar a morte da esposa para continuar no trabalho e sustentar o filho pequeno. Daniel Radcliffe, que vive Arthur Kipps, consegue se desvencilhar de seu personagem mais famoso, ninguém menos que Harry Potter, e mostra que cresceu e tem fôlego para uma boa carreira além da série que o marcou.
Kipps é enviado para uma mansão abandonada em uma pequena cidade inglesa, em um terreno pantanoso que lembra O Cão dos Baskervilles, para dar andamento ao espólio da velha viúva que lá morava. Por ser relativamente hostilizado pelos locais, Kipps já percebe que há algo errado, mas não há opção para quem precisa manter o emprego. O único amigo que faz é o rico Sr. Daily (Ciarán Hinds, de Motoqueiro Fantasma 2, 2012), que conhece bem a história do lugar e, ao lado da esposa (Janet McTeer, de Albert Nobbs, 2011), tem sua dose de traumas para lidar.
O diretor e roteirista de O Despertar, Nick Murphy, faz sua estreia em longas-metragens, advindo da TV, enquanto James Watkins, responsável por A Mulher de Preto, tem uma experiência prévia no currículo: o bom suspense Eden Lake, lançado aqui como Sem Saída (em 2008). Não era esperado que nenhum dos dois fosse conseguir alcançar um resultado tão interessante com tão pouca bagagem. E é verdade que ambos os filmes têm finais questionáveis, que podem desagradar uma parcela do público. Se você levar para casa um dos dois esperando sentir um friozinho na espinha e sabendo que o que é só sugerido tem um efeito muito mais aterorizante, a experiência vai se mostrar bem positiva.
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