por Marcelo Seabra
Muito antes de conhecermos os quadrinhos de James O’Barr ou a adaptação deles ao cinema (em 1994), o corvo já era um animal macabro, símbolo de possíveis tragédias. Não foi à toa que o notório Edgar Allan Poe (1809-1849) o escolheu como mote para um longo e belo poema publicado em 1845. Agora, o escritor virou personagem e deve descobrir a identidade de um serial killer em um longa intitulado justamente O Corvo (The Raven, 2012). Apesar de ter tido uma recepção fria no exterior, a obra até consegue divertir, mesmo sem fugir do esperado.
Quando o escritor coloca toda a sua capacidade investigativa a serviço da lei, é inevitável a comparação com o grande detetive da literatura que também andou frequentando os cinemas. Mas O Corvo é mais lento e menos arrojado que os Sherlock Holmes de Guy Ritchie. James McTeigue, depois de aprender o ofício com os irmãos Watchowski, comandou V de Vingança (V for Vendetta, 2005) e Ninja Assassino (Ninja Assassin, 2009), duas produções que passaram longe de ter uma grande aceitação. E aqui falta uma dose de inovação, um mistério mais intrincado. Tudo é muito simples, entregado de mão beijada, o que traz pouca importância ou urgência à trama.
Um problema para O Corvo, além de um assassino insosso, pode ser o fato de ser amarrado com fatos históricos comprovados por documentos e depoimentos. Em Do Inferno (From Hell, 2001), por exemplo, as brechas são bem preenchidas e não ficam pontas soltas, o que deixa o espectador com a pulga atrás da orelha. Os anúncios que Poe publica no jornal, por exemplo, nunca existiram, e se faz necessária a invenção de provas. Isso enfraquece a premissa, já deixando claro que, por mais que se trate de uma ficção assumida, aquilo nunca poderia ter sido a real explicação para os últimos dias de Poe. Lá se vai o estímulo da audiência.
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Também achei o Cusack indeciso, cômico na hora errada...mas pra mim foi ótimo entretenimento, mais suspense teria me tirado o sono. ;)