por Marcelo Seabra
Tido, lá fora, como um dos melhores filmes de 2011 – até o melhor, para alguns -, Drive finalmente chega aos cinemas brasileiros, com alguns meses de atraso. E, estranho, sem título nacional ou subtítulo, como manda a moda atual. Exageros à parte, realmente trata-se de um filme diferente do usual, e bom. Muito bom! Só mantenha distância do trailer, que entrega demais e não faz jus à obra.
Quando o longa começa, somos apresentados a uma figura um tanto enigmática, um sujeito caladão que trabalha como piloto de fuga sob contratos rápidos. Ele não se envolve, garantindo apenas tirar os criminosos que o empregam da cena do crime. Durante cinco minutos, ele faz o que for necessário, levando os cliente aonde precisarem, e desaparece com a mesma facilidade. De dia, ganha dinheiro honestamente como dublê em filmes para cenas com veículos e como mecânico na oficina do amigo Shannon (Bryan Cranston, de Breaking Bad). Como o próprio Gosling disse, este é o seu filme de super-herói, ou o mais próximo que chegará de participar de um.
Na turma do suporte, chama a atenção a atuação de Albert Brooks, ator que sempre me faz lembrar do “clássico da sessão da tarde” Um Visto para o Céu (Defending Your Life, de 1991). Ele foi indicado nos Globos de Ouro como melhor coadjuvante e realmente está muito seguro no papel de golpista mor. Pena que a Academia o tenha ignorado. Acompanha-o Ron Perlman (o próprio Hellboy) e há ainda uma pequena participação de uma quase disfarçada Christina Hendricks (a principal atração feminina de Mad Men).
É interessante perceber que, em pleno 2011, Refn tenha optado por uma estética oitentista. Das roupas do protagonista à trilha sonora, passando pelas tomadas gerais de uma grande metrópole (no caso, Los Angeles), tudo remete à década e a filmes como Viver e Morrer em Los Angeles (To Live and Die in L.A., de 1985), Chuva Negra (Black Rain, 1989) ou mesmo aos livros de Bret Easton Ellis (como Abaixo de Zero ou Psicopata Americano, ambos já adaptados ao cinema).
Talvez numa tentativa de ser um novo Steve McQueen, Gosling mantém uma atitude cool e uma aura de mistério. Poderia parecer forçado, mas cai como uma luva para o personagem. O motorista faz o que precisa fazer e vai até onde deve, o que traz ao filme um toque de violência. O Chevy Impala modificado que ele dirige é o carro ideal: discreto e possante. Bem como o próprio filme. Para o fim, não espere shows com espetáculos pirotécnicos. Um final simples e direto pode ser ainda mais poderoso.
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Eu adoro Christina Hendricks acho ela uma excelente atriz tento ver todos os trabalhos dela principalmente Mad Men que en minha opinao e uma das melhores series.